Interdisciplinaridade no Serviço Social
Por: Thamigodoy • 18/11/2015 • Trabalho acadêmico • 630 Palavras (3 Páginas) • 657 Visualizações
A interdisciplinaridade, segundo Sá (2002) é: “Desafio, por se constituir num ato político e de extrema relevância para a consecução do atual projeto de formação profissional do Assistente Social.” Explique.
Historicamente, as ciências foram divididas, fragmentadas. Assim, podemos observar como consequência disto, as faculdades: cada área fica em seu canto, divididas no campus e cada um estuda apenas o que é da sua área. Por exemplo, o médico estuda apenas o corpo humano, estuda apenas a medicina, esquecendo-se de que eles vão aplicar esses conhecimentos em pessoas que estão dentro do contexto da sociedade e da sua totalidade, portanto, seria de extrema importância que os médicos compreendessem um pouco das ciências sociais, para poder melhor diagnosticar seus pacientes. Já que muitas das doenças são resultantes de fatores sociais também. Se uma pessoa está com infecção no corpo todo (uma doença considerada grave), mais do que apenas medica-la, é necessário entender o que gerou isso, e provavelmente isso aconteceu porque ela estava com alguma doença e não teve tempo e/ou interesse de cuidar, antes de se agravar e tornar uma infecção generalizada.
Mas, não é assim que acontece. Nesse exemplo supracitado, o médico iria apenas medica-la, cura-la e depois de algum tempo a paciente iria internar de novo, pois a raiz do problema que advém de um fator social, não foi resolvida.
Essa fragmentação está enraizada no nosso modo de aprender, tanto nas faculdades como nas escolas, aonde aprendemos as matérias separadas e não aprendemos a ligar uma matéria à outra. Não bastando isso, essa forma fragmentada imposta pela ciência também reflete no nosso dia a dia.
Como reflexo de uma educação limitada, surgem grandes números de analfabetos funcionais, que são incapazes de produzir seu próprio conhecimento, repetindo apenas o conhecimento dos outros. E advinda dessa limitação da educação, aprendemos a viver de forma individual e funcional, e podemos até mesmo dizer que de uma forma egoísta.
Desta forma, a interdisciplinaridade surge para unir as diversas disciplinas, juntar o que está dividido. Abrindo caminhos assim para uma mudança no comportamento da sociedade e de cada individuo, mudando a forma de enxergar a pedagogia dos cursos, tanto em nível superior como em nível médio. E principalmente, visando um maior desenvolvimento da sociedade.
Mas, devido aquele pensamento vindo da ciência, de que quanto mais você se debruça sobre apenas um assunto, mais você será “expert” nele, a ciência ainda apresenta grandes barreiras à interdisciplinaridade, tornando assim sua implementação em um grande desafio.
Desafio este que se torna ainda maior se for analisar pelo lado político. O lado político aqui tem duas faces: a falta da vontade política para que isso aconteça, já que cortar a raiz da fragmentação proporcionará uma diminuição da alienação. E o outro lado que é a “politicagem” da interdisciplinaridade; já que vários profissionais com conhecimentos diversificados olharão para um mesmo problema, cada um irá querer tomar uma conduta diferente, sendo complicado de chegar em um consenso. Por isso, a politicagem, o “jogo de cintura” se faz necessário, para que possa encontrar um “meio termo” e todas as disciplinas possam dar sua contribuição.
Em suma, a interdisciplinaridade é de extrema importância, pois todas as áreas estão ligadas entre si, a área jurídica, psicológica, social, medicina, em fim, todas precisam um do outro que quiserem compreender melhor um fenômeno. Mas para o Serviço Social tem uma especial importância, pois, como dito anteriormente, a interdisciplinaridade pode garantir o melhor desenvolvimento da sociedade e do individuo, e tendo maior desenvolvimento, seus direitos estarão mais garantidos e, como sabemos, a garantia total dos direitos é o compromisso ético-político do Assistente Social, conforme seu Código de Ética.
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