Movimento Sindical Operário
Por: Mateus Daniel • 30/10/2017 • Resenha • 3.189 Palavras (13 Páginas) • 322 Visualizações
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Escola de Serviço Social
MONICA CRISTINA BARCHI LAMONYER
IVY RICHA DA SILVA
ANAYRA BRIOSCHI SANTOS
AMANDA RODRIGUES
MOVIMENTO SINDICAL OPERÁRIO
Rio de Janeiro
2017
MONICA CRISTINA BARCHI LAMONYER
IVY RICHA DA SILVA
ANAYRA BRIOSCHI SANTOS
AMANDA RODRIGUES
MOVIMENTO SINDICAL OPERÁRIO
Trabalho final apresentado à Disciplina de Estado, Classes e Movimentos Sociais como parte da avaliação referente ao 1° semestre de 2017 no curso de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Docente: Marcelo Braz
Rio de Janeiro
2017
SUMÁRIO
1. SURGIMENTO DO SINDICALISMO..................................................................................4
1.1 SINDICALISMO NO BRASIL ...........................................................................................4
2. MOVIMENTO SINDICAL DOS METALURGICOS...........................................................5
2.1 GREVE GERAL DE 1917....................................................................................................5
2.2 SINDICATO DOS METALURGICOS DO RIO DE JANEIRO ........................................6
2.3 GREVE GERAL DE 1983....................................................................................................8
3. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES METALÚRGICOS...........12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................13
ANEXOS..................................................................................................................................14
1- SURGIMENTO DO SINDICALISMO
“A grande indústria concentra num só lugar uma multidão de pessoas desconhecidas umas das outras. A concorrência divide seus interesses. Mas a defesa dos salários, interesse comum frente ao patrão, une-as numa ideia comum de resistência, de coalizão... As coalizões, a princípio isoladas, organizam-se em grupos, e, diante do capital sempre unido, manter essa associação vem a ser para eles mais importante que a defesa dos salários... Nessa luta — verdadeira guerra civil — reúnem-se e desenvolvem-se todos os elementos necessários para a batalha futura. Ao chegar a esse ponto, a coalizão adquire caráter político.”
No decorrer do desenvolvimento do modo de produção capitalista, as forças produtivas se desenvolvem de forma excepcional. O trabalho individual e isolado se torna cada vez mais trabalho coletivo, a partir de uma divisão manufatureira do trabalho, com a cooperação de diferentes trabalhadores em uma mesma unidade produtiva. Essa divisão no interior do processo de trabalho também foi responsável pelo desenvolvimento dos instrumentos de trabalho, substituindo a atividade artesanal pelas máquinas, e teve como marco a Revolução Industrial no século XVIII. A própria natureza do próprio processo de trabalho passa a ser a cooperação.
A separação entre o trabalhador e os meios para a produção das condições necessária à sua sobrevivência é um pressuposto da relação de produção capitalista, o produtor direto se transforma em trabalhador assalariado. Esses trabalhadores formam uma massa proprietária apenas de sua força de trabalho, grande parte desempregada a partir da disseminação do uso das máquinas, constituindo o exército industrial de reserva, e que força sempre os salários para baixo. Além disso, as longas jornadas de trabalho, o emprego de mulheres e crianças nas fábricas e a ausência de qualquer regulação que impusesse limitem à exploração promovida pelos capitalistas deterioram gravemente as condições de vida daqueles que conseguem trabalho.
O operário se vê ameaçado pelo capitalista, pelos outros operários e pelas máquinas. A pressão sobre ele é sempre crescente, e individualmente seus esforços de resistência são insuficientes. Sua organização coletiva será, então, seu único meio de resistir. Dito isso, as condições que levam ao aparecimento das fábricas e desenvolvimento do capitalismo, são as mesmas que levam à organização da classe trabalhadora. Inicialmente o operariado procura de forma espontânea e dispersa combater as expressões imediatas de sua exploração e se revolta contra as máquinas e, num movimento que ficou conhecido como Ludismo, quebram a maquinaria das fábricas. Essa prática foi logo criminalizada e, em alguns lugares, os operários sujeitos à pena de morte.
Qualquer organização dos trabalhadores era proibida e sistematicamente reprimida, eles passaram a compreender, então, que o campo da luta por direitos era ponto essencial para a efetivação de suas reivindicações, esse reconhecimento é marcado pela Carta do Povo. Nela se apresenta a exigência pelo direito de voto, e suas repercussões tiveram importante papel na aprovação da Lei das 10 Horas, que reduzia a jornada de trabalho. Outra vitória da classe trabalhadora também nesse sentido foi a permissão da associação política, a partir da qual se formaram as trade-unions, que passaram a estabelecer salários fixos, que caso desrespeitados levavam às greves. Aliaram-se mais tarde as lutas de classes na Inglaterra às experiências políticas dos conspiradores franceses, com influencia dos socialistas utópicos Robet Owen, Saint-Simon e Charles Fourier, em destaque a Liga dos Justos, mais tarde Liga dos Comunistas, que lança em 1848 o Manifesto Comunista.
Nesse fôlego internacionalista surge também a Associação Internacional dos Trabalhadores, a AIT, para a qual Marx escreve “As palavras à classe trabalhadora”, que expressava a necessidade da luta conjunta da totalidade da casse trabalhadora tendo como fim a emancipação econômica. Essa organização teve importante papel na tomada de consciência política e econômica do proletariado, no sentido da superação do modo de produção capitalista. A principal polêmica colocada durante as reuniões da AIT, que ficou conhecida como Primeira Internacional se deu entre os anarquistas, representados principalmente por Proudhon e Bakunin e os comunistas. Os primeiros acreditavam que a luta dos trabalhadores não deveria passar pela regulamentação do Estado, servindo, segundo eles, para estabilizá-lo. Surgem durante esse períodos os primeiros partidos trabalhistas, sendo sue principal expoente o Partido Social Democrático dos Trabalhadores da Alemanha.
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