O Capitalismo no Serviço Social
Por: Clara Melo • 4/11/2018 • Dissertação • 1.059 Palavras (5 Páginas) • 194 Visualizações
Atualmente, a sociedade em que viemos se organiza de acordo com as necessidades do sistema capitalista. Isto é, a sociedade é dividida em classes, o modo de produção visa a mais-valia, os interesses dos mais ricos prevalecem sobre os demais e a finalidade principal é a troca.
Com o advento do capitalismo, a sociedade foi dividida em em duas classes sociais: a burguesia, composta pelos donos dos meios de produção, e o proletariado, aqueles que não possuem meios de produção. Essa divisão se intensificou com a Revolução Industrial, pois os trabalhadores foram separados dos meios de produção em processos como o cercamento dos campos, onde os camponeses foram expulsos dos campos, se tornando mão de obra nas indústrias e os campos passaram a ser utilizados para a produção de lã. Sendo assim, aqueles que não possuíam meios de produção passaram a precisar oferecer sua força de trabalho, que não se trata só força física, mas também inteligência e capacidade emocional, em troca de um salário. A palavra salário é derivada de “salarium” , que faz referência ao pagamento feito com sal durante o império romano. Este salário, com o tempo e alguns acontecimentos históricos que ajudaram, passou a ser composto pelo dinheiro e não mais pelo sal, tornando-se o meio universal de troca e gerando o que é chamado de monetarização das relações econômicas. Com isso, o dinheiro passou a ser indispensável para atender até mesmo as necessidades mais básicas da vida humana. Para ter acesso a roupas, mobilidade e qualquer outro serviço passou a ser necessário pagar. Mas, com a mais-valia, o salário do trabalhador diminui, pois o dono dos meios de produção se apropria de parte do dinheiro produzido.
Tudo o que é produzido com a intenção de venda, chama-se mercadoria, seja um objeto ou um serviço prestado. Toda mercadoria é produzida pelo trabalho humano e tem a intenção de transformar dinheiro em mais dinheiro, ou seja, de realizar uma troca. A força de trabalho por exemplo, é uma mercadoria pois o trabalhador a vende, assim como o objeto que é produzido com a intenção de venda. Em outros sistemas de sociedade já havia produção de mercadorias, mas não era considerado a finalidade de um todo. Portanto, somente com o capitalismo houve uma generalização da produção de mercadorias. A generalização da mercadoria, só aconteceu pois o dinheiro passou a ser meio de troca (monetarização). Além disso, toda mercadoria possui um valor econômico, que é o conjunto do valor de uso e de troca, sendo o valor de uso determinado pela utilidade que a mercadoria tem para quem consome e o valor de troca é determinado de acordo com o trabalho humano que foi necessário para produzir. O valor de uso é sempre maior que o valor de troca e é esse valor que permite que as mercadorias sejam trocadas por dinheiro.
A sociedade capitalista funciona como um ciclo, onde o dono dos meios “oferece” trabalho, o trabalhador produz, recebe seu salário e gasta para atender as suas necessidades. Sendo assim, o trabalho é o meio mais comum para conseguir dinheiro e isso se deve ao processo de coerção econômica, que acontece quando a forma coamo a sociedade se organiza determina a venda da força de trabalho como meio de sobrevivência. A coerção econômica somente é possível pois houve a separação entre os trabalhadores e os meios de produção, como foi citado acima. Esse tipo de atividade chama-se trabalho abstrato. O trabalho abstrato é a força do trabalhador, ou seja, é o que mede o valor de troca da mercadoria e se sobrepõe a outro tipo de trabalho: o concreto. O trabalho concreto é a capacidade de fazer de forma concreta, de utilizar sua capacidade produtiva e é o que mede o valor de uso da mercadoria. De maneira geral, toda mercadoria tem uma parte útil (que o torna necessária) e o trabalho que há para
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