RESENHA: Fundamentos históricos e metodólogicos do Serviço Social
Por: Yssalua • 3/2/2016 • Resenha • 874 Palavras (4 Páginas) • 6.739 Visualizações
O texto aborda os principais fundamentos que configuram a profissão, colocando em questão os fundamentos históricos e teóricos/metodológicos do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade, enfatizando a década de 80 e 90.
Ao analisar as principais tendências históricas e teórico metodológicas da profissão, é necessário ficar atento ao conhecimento do desenvolvimento histórico da sociedade, sociedade como produto de relações sociais, partindo também do processo pelo qual o Serviço Social elabora análises sobre a realidade, onde insere e explica sua própria intervenção.
Yasbek em seu texto aponta que o Serviço Social passa por todo um processo, e esse processo busca compreender diferentes posicionamentos que permearam a ação profissional do Serviço Social, entre os quais se observa a forte influência que a igreja católica exerceu sobre a profissão em direção ao cunho assistencialista, como também a abordagem da "questão social" como problema moral e religioso. Nessa relação com o ideário católico, o Serviço Social vai formulando seus fundamentos, seus objetivos, de acordo com posicionamentos de cunho humanista conservador, que mais adiante esses posicionamentos passa a ser tecnificado pela matriz positivista.
Yazbek explica que a matriz positivista está caracterizada pela sua apreensão manipuladora do ser social, encarando os fatos apenas na sua objetividade e imediaticidade, trabalhando apenas as relações aparentes dos fatos, e sua intervenção é no sentido de preservar e conservar aquilo que já existe.
A partir dos anos 60, se observa novas mudanças econômicas, políticas, sociais, e culturais na sociedade, que vai gerar um questionamento ao referencial positivista, pois o Serviço Social assume certos questionamentos que a visão conservadora não consegue explicar, tudo isso devido as novas configurações da expansão do capitalismo mundial, que ocasionou um estilo de desenvolvimento excludente e subordinado, gerando desigualdades e concentração de capital. Yazbek ressalta que diante de tudo isso, surge o movimento de renovação, onde o Serviço Social latino americano impõe aos assistentes sociais a necessidade de construção de um novo projeto profissional, comprometido com as demandas da classe trabalhadora.
É justamente no seio de um amplo movimento de reformulações teóricas, políticas, metodológicas, e questionamentos a cerca da profissão, é que se dará a apropriação de outra matriz teórica, a teoria marxista. Ainda nesse âmbito do movimento de reconceituação, há o confrontamento de diversas tendências, resultantes de conjunturas sociais particulares, como as ditaduras e as impossibilidades de contestações políticas.
Yazbek aponta três principais vertentes que emergiram no bojo do movimento de Reconceituação, entre elas a vertente modernizadora caracterizada pelas abordagens funcionalistas e positivistas, outra vertente também apontada é fenomenologia baseada na metodologia dialógica, e na superficialidade, e por último a vertente marxista que remete a profissão a consciência de classe. Porém a apropriação da teoria social de Marx, se deu por intensos debates e disputas nos espaços de organização do Serviço Social. A apropriação da vertente marxista teve várias divergências, tanto pelas abordagens reducionistas e pelo cientificismo, que segundo Yazbek foi um marxismo equivocado, que recusou a determinações sócio-históricas da profissão.
É com esse referencial, que a profissão questiona sua prática institucional e seus objetivos, e ao mesmo tempo se aproxima dos movimentos sociais e das organizações da classe trabalhadora.
Como aponta Yazbek, no início dos anos 80 a teoria marxista efetivamente passa a contribuir com a profissão, como matriz teórico metodológica que aprende o ser social para além da imediaticidade.
É o marxismo como referencial teórico que ainda nos anos 80, vai direcionar
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