Violência Contra a Mulher “Quem vai olhar por elas?”
Por: Alessandra Takada • 20/3/2017 • Trabalho acadêmico • 859 Palavras (4 Páginas) • 1.575 Visualizações
“Quem vai olhar por elas?”
Apesar de ser uma grave violação dos direitos humanos, a violência contra a mulher continua no Brasil e as notícias de agressão são constantes, seja ela física, sexual ou psicológica. As desigualdades de gênero estão, ainda, nas raízes de sofrimento físico e mental, violação e morte que atingem bilhões de mulheres de todas as idades, raças, etnias, religiões e culturas. Violências sistêmicas contra as mulheres são a manifestação extrema de diversas desigualdades historicamente construídas nos campos social, político, cultural e econômico das sociedades e culturas. A sociedade de hoje é constituída de forma que o homem controle as mulheres, podendo usar da violência para tal.
Em Agosto de 2006 foi sancionada a Lei Maria da Penha, onde afirma que toda mulher, independentemente, de classe, raça, etnia ou orientação sexual goza dos direitos fundamentais e pretende assegurar a todas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar a saúde física e mental e o aperfeiçoamento moral, intelectual e social, assim como as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança e à saúde.
A Lei enfrenta a violência enraizada em uma cultura sexista secular que mantêm a desigualdade de poder presente nas relações entre os gêneros, cuja origem não está apenas na vida familiar, mas faz parte das estruturas sociais mais amplas.
Mas hoje, apesar de 10 anos de criação da lei, há um grande empecilho na sua aplicação, que refere-se à precariedade de recursos, seja de estrutura física ou humana tanto da polícia quanto das demais instituições da rede, que torna difícil cumprir o programa de enfrentamento à violência previsto na legislação. Muitas mulheres não tem acesso aos seus direitos e apenas aceitam a violência como algo natural. E as que tem acesso à informação e a lei não se sentem seguras em fazer a denúncia, pois não sentem-se seguras e não recebem o devido apoio para tal.
Durante o Carnaval desse ano, com todas as campanhas públicas que criticam o uso da violência e condenam qualquer tipo de assédio às mulheres, nem toda a folia foi de alegria. Um balanço da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro mostrou que, nos cinco dias de Carnaval, pelo menos uma mulher foi agredida a cada quatro minutos no estado. Em Salvador, o número chegou à 2.025 mulheres agredidas.
Com o objetivo de contribuir para a redução dos índices de violência durante a festa e conscientizar a população sobre os direitos da mulher, em Salvador foi lançado campanha com o slogan: “Salvador: Carnaval da Alegria, da Música e do Respeito à Mulher”. Além da campanha, carnaval baiano contou também com o bloco “Respeita as mina” uma iniciativa da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) no combate à violência contra a mulher. Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, pela 8ª vez o bloco carnavalesco 'Quem disse que a gente não vinha' saiu pelas ruas para lutar pelo fim da violência contra a mulher.
Além da campanha contra violência, teve também campanha contra o assédio as mulheres durante o carnaval. Em BH foi lançada a campanha “Tira a mão: é hora de dar um basta”, para garantir um carnaval com mais segurança e liberdade às mulheres nas ruas da capital. Já no Rio de Janeiro o bloco "Mulheres Rodadas" participou do seu terceiro Carnaval promovendo uma campanha de conscientização sobre assédio sexual usando a hashtag #CarnavalSemAssedio.
Esses foram alguns exemplos de que a violência contra a mulher e o assédio à mulher ainda é muito recorrente e mesmo na época do carnaval onde todos deveriam se sentir bem e livres, as mulheres ainda têm que ter medo de andar nas ruas para se divertir, pois a qualquer momento um homem que se acha no direito de invadir o espaço da mulher pode acabar com toda essa alegria que essa festa maravilhosa transmite.
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