A Invisibilidade Social

Rio Grande, 18 de Maio de 2013.

A partir da análise do autor, em relação ao texto lido Humilhação Social – um problema político em psicologia; foram apontadas as mais variadas percepções possíveis, mas concluímos que a humilhação social existe e não é necessário vivenciá-la para percebê-la, que a sociedade conhece o problema, mas não a enxerga, pois, ideologias amplamente divulgadas tentam naturalizar essa situação e não considerá-la como uma consequência histórica passível de tratativas.

A invisibilidade social é um tema que vem sido conversado há um tempo pelos sociólogos e psicólogos e não há outro assunto que lhes interessam.

O jeito de pesquisa são os mesmos, Costa usa da ciência para se aproximar e pesquisar o dia-a-dia dos garis.

É certo que a sociologia esteja servida mais à psicologia nestes últimos tempos. Para entender o modo com que as pessoas se tratam e tratam o mundo, é necessário saber da sua história, de sua cultura, por isso é preciso estudar mais a sociologia.

Comparando as pesquisas de Jessé Souza e Fernando Braga da Costa, podemos notar que o sociólogo pesquisa muito mais a parte da história que tornou possível a desigualdade, e o psicólogo se dirige a parte de diálogos que cabe em seu estudo. Mas Costa não deixa de pesquisar em outras áreas o seu objeto de estudo pois isto é muito necessário para tornar sua obra crítica assim como a de Souza.

O objetivo deste artigo é dar ênfase a estes temas tão importantes e que não são discutidos, através deste, estes autores possibilitando a abertura para outros assuntos que se ligam a estas questões sociais e que outras áreas de conhecimento possa também se interessar, contribuir e desenvolver este tema, buscar estratégias para lidar com questões sociais tão complexas.

O tema do livro nasceu em 1994 quando o autor cursava Psicologia na USP. Como tarefa, ele precisou acompanhar durante uma semana o trabalho dos garis da Cidade Universitária como forma de investigar a humilhação social. A experiência se estendeu por mais dez anos e acabou virando tema da dissertação de mestrado do autor, agora publicada em livro.

A ousadia que fez Fernando Braga sentir na pele a humilhação e a desigualdade social. Introduziu-se no trabalho com os garis exercendo a mesma função batendo ponto, vestindo uniforme, varrendo ruas, cortando mato, sendo transportado em caçambas de caminhões em meio ao lixo.

Relata sua indignação com relação a professores e colegas de aula que ao estar vestido de gari sua presença nem era notada.

Assim vimos na historia de Nilce e Moises a vergonha de aparecer na hora de maior movimento no restaurante universitário querendo evitar olhares ou de ser invisível perante uma sociedade que não faz questão de enxergar esses indivíduos, com medo da humilhação e de ouvir certos comentários que com certeza vai estragar seu dia.

Isso mostra a sociedade inerte e cega com o indivíduo, que trabalha e é visto como nada, sendo humilhado e descriminado por pessoas que são pessoas como eles, apenas o que muda é a condição social e financeira, mas que não nos faz diferentes como seres humanos.

Um trabalho desvalorizado pela sociedade onde são eles que trazem nossas ruas limpas recolhendo o lixo daqueles que os humilham e descriminam, um trabalho árduo, difícil executado tanto de dia quanto a noite.

Essas pessoas tem que serem valorizadas como seres humano e como trabalhadores, dando-lhes respeito e enxergando o seu valor, são trabalhadores humildes empenhados em fazer um bom trabalho.

Entrevistamos o Sr. A.M 56 anos funcionário público, 25 anos de profissão (gari) limpando as ruas dos bairros de nosso município, ouvindo e assistindo muitas coisas. Contou-me que na maioria das vezes não ouviu coisas mas percebeu