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Fichamento Política educacional e industria cultural

Por:   •  18/6/2018  •  Resenha  •  1.226 Palavras (5 Páginas)  •  681 Visualizações

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FREITAG, Barbara. Política educacional e indústria cultural. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1987.(Coleção polêmicas do nosso tempo). Educação para todos e indústria cultural. ( pag. 53-86)

A autora inicia fazendo uma breve exposição do trabalho apresentado em uma mesa Redonda ao MEC/INEP em Brasília, no qual aborda a “reflexão teórica sobre a relação entre a indústria cultural e o processo educacional brasileiro.” Por haver mais de 20 milhões de analfabetos no Brasil é proposto pelo MEC “um plano voltado para a universalização da educação, atentando-se para a qualidade e para a mobilização e participação da sociedade”. (pag.53) , porém Segundo ainda a autora esse plano supõe o uso dos meios de comunicação de massa a fim de movimentar e conscientizar os “agentes políticos” e utilizar-se como “recurso educador moderno”. Todavia as tv’s comerciais ligadas à indústria cultural negligenciam a cultura e a educação sendo necessário a criação de tv’s educativas. (pag.54)

Assim para entender a relação entre educação e indústria cultural, a autora aborda pontos relevantes sobre: conceitos de cultura, indústria cultural,educação e sua democratização. Em 1947 o ensaio “Indústria cultural: iluminismo como sedução das massas” dos autores Adorno e Horkheimer apontava a diferença entre a “industria cultural da cultura de massa ou da cultura popular”. A medida que a cultura popular e a cultura de massa supunha fazer parte de uma cultura para elites contrapondo com a cultura pelo ou para o povo, a “indústria cultural” explicita uma única cultura, onde quaisquer conteúdo artístico ou cultural é considerado mercadoria. (pag. 56)

A autora cita a sinfonia de Beethoven e notícias de rádio como sendo produtos de uma mesma indústria cultural, como sendo mercadoria, tendo ao mesmo tempo valor de uso (para o consumidor) e valor de troca (para o produtor). Dessa forma, a indústria cultural torna acessível a todos um “produto” que foi destinado a alguns, ela descaracteriza e muitas vezes “venda” os olhos, distorce a percepção, subverte o senso crítico do consumidor, mascarando a irracionalidade e injustiça do sistema capitalista. A indústria cultural mostra a que veio: seduzir as massas para o consumo, para que esqueçam que são marionetes exploradas e que sofrem nas relações de produção (pag.57). Freitag cita Adorno e Horkheimer para explicar as iniquidades cometidas pela indústria cultural: a) “rouba a dimensão crítica” aumentando o produto cultural e artístico transformando em bem de consumo de massa; b) “cega e distrai o consumidor”, transformando em um consumidor inconsciente e incapaz de criticar; c) “reorganiza o processo de produção e reprodução de cultura”,ou seja, deixa de produzir cultura para produzir mercadoria. Em suma, essa distinção é o reflexo alienado da divisão do trabalho na moderna sociedade capitalista. A cultura é vista como mercadoria ( pag.58). A obra da sociedade capitalista considerada como mercadoria torna-se banalizada. (pag.60). No entanto, apesar da obra burguesa perder sua aura “a obra de arte e cultura pós –auráticas tem novas possibilidades de mobilização, contestação, articulação com o real, permitindo a crítica de um novo ângulo, não necessariamente alienado. Pois nas novas condições de produção, a cultura e obra pós- aurática mudam também os hábitos de consumo, assim como a percepção e assimilação do consumidor, o público consumidor. (pag.61)

A autora diz ainda que os autores Adorno, Horkheimer, Marcuse e Benjamim classificam os conceitos de cultura e obra de arte com sentido conotativo duplo,pois, “a cultura e a obra de arte burguesa são ao mesmo tempo,expressões críticas e alienadas da realidade que retratam” (pag.62)

Em 1959 em um outro ensaio realizado m Berlim ,Adorno “concebe a educação como o lado subjetivo da apropriação da cultura.Atribui, como no caso da alta cultura, um caráter dialético e contraditório ao conceito de educação que originalmente era indissociável dos conceitos de liberdade, humanismo, autonomia e emancipação.” No entanto, “ao mesmo tempo que educação se referia ao processo de formação da personalidade autônoma do indivíduo responsável e esclarecido”, abarcava também “a ideia de exteriorização e de adaptação ou até mesmo de submissão à autoridade, ao Estado e à sociedade.” E a cultura correspondia a um conceito subjetivo de educação, revelando seu caráter repressor e libertador concomitantemente.(pag. 64) “A semieducação representa a educação deturpada, massificada, tornada em mercadoria [...] Uma é inimiga mortal da outra. A democratização da educação significa para Adorno, a banalização, a deterioração, a negação do saber e da cultura.” No entanto, “uma boa educação em uma acepção mais ampla, seria um requisito indispensável para bloquear o avanço e a proliferação da semicultura, da vulgarização do saber.” (pag.65)

Segundo a autora, Adorno deixa claro que

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