O Conservadorismo Moral no Serviço Social
Por: Marcia Andrade • 18/10/2016 • Seminário • 2.435 Palavras (10 Páginas) • 519 Visualizações
1.Introdução
Como em todas as profissões ,a ética profissional do Assistente Social também e motivo de questionamento, fazendo-se necessário uma reflexão acerca de possíveis descompassos na relação entre teoria e pratica, baseada nos princípios e valores, tendo sua efetivação no código de ética do Assistente Social.
Para que o Assistente social realize seu trabalho com qualidade e competência técnica, deve buscar a fundamentação teórica vinculada com a pratica para que haja reais possibilidades de interação nas questões apresentadas.
Foi notório durante a pesquisa ,que a teoria e pratica devem trilhar o caminho de mãos dadas .Ressaltando que a ética não se restringe só um código de ética que a construção dessa ética se faz na própria experiência vivida no cotidiano profissional
2.As bases sócio históricas de constituição da ética
As possibilidades do homem se tornar um ser ético surgiram quando ele rompeu o intercâmbio imediato e instintivo com a natureza para começar a construir o seu novo ser, si mesmo (molda a natureza social-depende da natureza para sobreviver).
Ética como modo de ser socialmente determinado, surge no processo de autoconstrução do ser social. O ser social surge da natureza e suas capacidades são construídas por ele mesmo (autor e produto de si) – sua historicamente exclui qualquer determinação que transcenda a história e o próprio homem. A atividade humana(consciente racional e projetiva) se diferencia da atividade animal(limitada, instintiva e imediata).Marx, defende a capacidade desenvolvida pelo trabalho como sendo transformações da natureza, os animais tem uma capacidade de produzir sem ter a necessidade física do produto e também sem limitar quantidades.
Trabalho é o ponto de partida da humanização do homem, domínio sobre si mesmo. Realização da produção (supõe o papel ativo da consciência) = mediação primária da vida social, pois para transformar a natureza é preciso conhece-la. Não existe uma relação de causa e efeito nas ações humanas, pois realidade é dinâmica.
“O resultado da práxis não é uma consequência causal de uma precedente deliberação, mas um campo de possibilidade real, delimitado e consequente tornando real”-Luckács – não existe consciência sem um ser, assim como não existe trabalho sem proteção ideal.
3. Particularidades ético-morais
Se observarmos como o ser humano desenvolve suas atividades pelas práxis (atividade transformadora) é preciso analisar um ser que utiliza seu trabalho para construir sua história como um ser social. Que ontologicamente, entendemos que o homem se divide em quatro campos, “1) sujeito ético moral,2) pela moral,3) pelo conhecimento,4) pela práxis ético política” (LUCIA,2010, p.58).
Cada um possui uma particularidade que deve ser estudada pelo fato de que o homem em sociedade tende a utilizar esses quatro campos. Um processo em que o sujeito ético moral, este indivíduo que responde por seus atos, que diferencia valores éticos morais em seu cotidiano de vida, possui uma consciência moral. Veja o que Lucia diz:
“Uma ação moral consciente é aquela em que o sujeito assume que o(s) outro(s) pode(m) ou não sofrer as conseqüências por seus atos; por isso, a moral supõe o respeito ao outro (alteridade) e a responsabilidade em relação aos resultados das ações para outros indivíduos, grupos e para a sociedade em geral.” (LUCIA, 2010, p.58).
A importância de ser consciente, em que o indivíduo tenha escolhas para que seu próximo não pague pelos seus erros, o respeito ao outro, o seu direito como ser humano em uma sociedade, também é o mesmo do outro, se respeitar entre si na sua vida individual ou grupal, e se lembrar que todos somos seres humanos iguais perante a lei.E que se deve ter responsabilidade sempre em suas ações, que vão se ter resultados ou decepções de acordo com as escolhas feitas em sociedade. Que para se viver esta, é necessário sem dúvida se dialogar com o outro é necessária ética (bom costume). Este princípio se vem da moral, regras impostas por uma sociedade conservadora, em que muitas vezes impõe regras e costumes para se viver entre si, mesmo assim ele como individuo desenvolve seus próprios valores ético morais. Desta forma os indivíduos possuem m senso moral ou moralidade em que sua forma de agir seja através dos valores éticos em que se construiu através de experiências senso comum, escolhas feitas, entre outros se tornando uma ação moral com outra pessoa. Mesmo assim infelizmente possui implicações morais. “Todavia, nem todas as ações têm implicações morais: muita escolha não tem consequências para os outros, pois são opções pessoais, por exemplo, o modo de vestir, a opção religiosa, a orientação sexual, entre outras. “(LUCIA,2010, p.58).
Nota-se o moralismo das pessoas, discursos cada vez mais moralistas (preconceito), em relação na opção do outro em sua vida, sim vivemos em um mundo de caráter moralizador em que de fato, naquilo que o outro faz é mais interessante, seja a escolha de uma opção sexual de um homossexual, em que é discriminado pela sociedade conservadora. Além de outras reflexões que podemos perceber a falta de ética moral, em que muitos não possuem que julgam em seu juízo de valor com preconceitos morais, através de um conservadorismo que deveria já, ter sido extinto há muito tempo. Mesmo assim se tem muitas pessoas conservadoras que seguem normas e valores impostos pela sociedade capitalista, na forma de se ter uma organização social controlada.
“Na sociedade de classes, já não é possível uma unidade em torno de valores e necessidades comuns a todos os membros da sociedade, embora as classes dominantes busquem a orientação moral e abstração das diferenças reais que – brotando dos interesses socioeconômicos – perpassam pelos valores e modos de ser.” (LUCIA,2010, p.61)
O indivíduo que vive em uma sociedade capitalista possui valores e modos de ser diferente, cada qual com seus valores éticos morais próprios, mesmo a sociedade de classes impondo uma orientação moral para ser compartilhada por todos. Existe sim, uma classe dominante (a burguesia) com discurso moralista e conservadora controlando e explorando o trabalhador, mesmo assim o indivíduo singular ele possui necessidades desejos em que são individuais, que não atingi as exigências da moral da burguesia.
4.
...