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O Assedio Moral Serviço Social

Por:   •  2/3/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.997 Palavras (20 Páginas)  •  369 Visualizações

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2. ASSÉDIO MORAL

2.1 Conceito

O assédio moral é um tema que tem despertado grande interesse social em razão das enormes repercussões originadas pela sua ocorrência. Inúmeros são os trabalhos e as pesquisas que vêm surgindo sobre a presente temática, bem como reportagens e denúncias veiculadas na imprensa. Segundo AGUIAR (2013, p. 13) entende que: “Analisando o passado histórico do nosso país, desaguamos no período da escravidão, época em que os maus tratos, atrocidade e abusos eram infligidos ao ser humano com o fim de atingir uma maior produção agrícola, nesse período não raro eram as perseguições intensas, os castigos e as humilhações e a morte dos que resistiam ou não se adequavam a esse modelo produtivo. Com o termino da escravidão e, por conseguinte, com a substituição da mão de obra escrava pela a dos imigrantes, não houve substancial mudança no antigo modelo existente, pois persistiram os relatos de maus tratos, privações, humilhações e até de assédio sexual”. Entretanto, o assédio moral é pouco compreendido e discutido nas organizações brasileiras, sendo que as pessoas costumam confundi-lo com o assédio sexual. O assédio moral é conhecido como mobbing (Itália, Alemanha e países escandinavos), bullying (Inglaterra), harassment (Estados Unidos), harcèlement moral (França), ijime (Japão), psicoterror laboral ou acoso moral (em países de língua espanhola), terror psicológico, tortura psicológica ou humilhações no trabalho (em países de língua portuguesa).

A vitimóloga francesa Marie-France Hirigoyen (2002, p. 65) entende o assédio moral como sendo.

Toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho.

Segundo o dicionário Aurélio, ASSÉDIO é “cerco posto a um reduto para tomá-lo; insistência inoportuna, junto de alguém com perguntas, propostas e pretensões” (p. 163). Segundo o dicionário Aurélio, significa rebaixamento moral, vexame, afronta ultraje. Ato ou efeito de humilhar (-se). Humilhar. Tornar humilde, vexar, rebaixar, oprimir, abater, referir-se com menosprezo, tratar desdenhosamente, com soberba, submeter, sujeitar. O assédio moral é uma humilhação muito séria e para não ser banalizado não pode ser confundido com outros problemas decorrentes do laboral.

Nesse sentido Hirigoyen (2002, P.35), acentua as diferenças entre o assédio moral e as imposições profissionais:

O assédio moral é um abuso e não pode ser confundida com decisões legítimas, que dizem respeito a organização do trabalho com transferências e mudanças de função, no caso de estarem de acordo com o contrato de trabalho. Da mesma. Maneira críticas construtivas e avaliações sobre o trabalho executado, contanto que sejam explicitadas, e não utilizadas com um propósito de represália, não constituem assédio. É natural que todo trabalho apresente um grau de imposição e dependência.

Ademais, conforme ressalta Hirigoyen (2005, P.35), o assédio moral não pode ser confundido com os conflitos, estresse, agressões pontuais, más condições de trabalho, e gestão por injúria. Sobre o estresse, Hirigoyen (2005, P.35), menciona ser decorrente do grande número de trabalho dado a um empregado conjuntamente com as más condições de trabalho e em alguns casos pode até ser a primeira fase do assédio moral, entretanto os dois fenômenos não se confundem. Independentemente da definição é necessário compreender que o assédio moral se caracteriza pelo abuso de poder de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, sobre outrem, de forma repetida e sistematizada e que geralmente, vem a causar danos morais, psicológicos, físico à vítima. Pois bem, a prática do assédio moral deixa efeitos psicológicos a quem é assediado, o que reflete consequências econômicas nas organizações, portanto, acaba por gerar danos e desgastes tanto por parte do trabalhador afetado quanto pela empresa envolvida, nossa pesquisa vem abordar o assédio moral sofrido pela mulher no trabalho e a desigualdade de gênero.

2.2. Mulheres que sofrem assedio moral no trabalho

A história das mulheres no mundo do trabalho remete as relações de opressão discriminação e desigualdade de gênero que as coloca na condição de desigual em todas as esferas da vida social, sendo que nos deteremos à esfera do trabalho, essa realidade tem sido constatada mediante investigações que desvendam como mulheres e homens se inserem no mercado formal de trabalho, acrescentando a isso a segmentação deste mercado por gênero, que muito interessa ao capital no sentido da preservação do seu sistema de dominação se apropriando das relações desiguais entre mulher e homem para intensificar a exploração das mulheres no espaço produtivo e reprodutivo, sendo elas brasileiras que estão cada vez mais escolarizadas, ingressando em profissões consideradas de prestígio e começam a ocupar postos de comando ainda que lentamente. Mesmo em vista da crescente inclusão da mulher no mercado de trabalho, percebe-se que esta não ocorreu de maneira justa e igualitária.

Muitos são os obstáculos que se apresentam às mulheres, os melhores salários, melhores empregos são destinados aos homens, elas são maioria no mercado informal, nas ocupações precárias e sem remuneração, além de recair sobre elas grande parte das tarefas domésticas.

Conforme CAMARGO & SERRANO (1983), muitas empresas têm preferência pela contratação de homens, ao invés de mulheres, apresentando como justificativa o conceito de produtividade e custos sobre encargos sociais. A menor produtividade das mulheres em relação aos homens, em certos cargos, justifica-se pelos menores níveis de educação e treinamento ainda existentes, também os custos que perpassam sobre os encargos sociais para com as mulheres, estão destacados a gravidez e a proteção a maternidade. Estas desigualdades são fatos destacáveis para o desencadeamento do assédio moral vivenciado por elas; Hirigoyen (2005, p.350), aponta que as maiores vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho são as mulheres, destacando que o caso mais propício é o da mulher em meio a um grupo de homens. Elas são as maiores vítimas do assédio moral, podendo evoluir para o Assédio Sexual, com isso 70% dos casos de assédio são dirigidos às mulheres e 30% aos homens, sendo estes mais resistentes e menos propensos a pedir ajuda externa.

Algumas distinções

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