Violência Doméstica Contra Mulheres na Pandemia de COVID-19 e os Desafios ao Serviço Social
Por: Luciano Mobby • 18/9/2022 • Trabalho acadêmico • 4.128 Palavras (17 Páginas) • 163 Visualizações
APRESENTAÇÃO:
O presente trabalho tem como objetivo promover uma discussão teórica sobre a
Violência doméstica contra mulheres na pandemia de COVID-19, bem como os desafios da
intervenção do Serviço social junto a questão dessas violências balizado pelo compromisso
histórico da categoria contra todas as formas de opressão, tendo em vista que o assistente
social é uma parte fundamental desse trabalho de prevenção e combate à violência doméstica
contra a mulher, com o conhecimento a respeito das variadas formas de violação a
integridade física, psicológica ou jurídica da vítima. De cunho bibliográfico, foi desenvolvido
através de análises documentais e pretende descrever as Violências sofridas por essas
mulheres. Sendo assim, o surgimento da COVID-19, doença altamente contagiosa causada
pelo vírus mutável SARS-CoV-2, que ocasiona problemas no sistema respiratório, levando
inclusive à morte, transformou completamente o cotidiano da maior parte da população, que
agora precisa conviver com a doença, bem como as medidas que, acertadamente, vem sendo
tomadas para conter a disseminação do vírus e trazem importantes desafios para as mulheres.
As raízes históricas naturalizam as mais diversas categorias de violências:
A violência contra as mulheres mostra-se como um resultado da
socialização machista onde, considerando a estrutura dessa
categoria de socialização e a formação dada aos indivíduos, o
homem atribui a si o direito de violentar sua mulher e esta vê-se na
condição de submeter-se as ações masculinas. Saffioti (1987).
Considerando isso, um dos principais fatores que contribui para a perpetuação da
violência contra a mulher é a naturalização e também a manutenção da cultura do patriarcado,
portanto, da supremacia masculina que, historicamente, objetiva, inferioriza, explora e
violenta as identidades femininas, bem como fatores culturais e religiosos, assim
naturalização deste tipo de sociabilidade. Naturaliza-se também e até mesmo torna-se banal
as violências que vitimiza as mulheres, violências essas que não se caracterizam "apenas" por
agressões físicas, mas também por um cruel processo de destruição psicológica, desprezo,
humilhação, etc. é importante destacar que o maior tipo de violência contra a mulher não é
realizada em público como acontece com os homens, que agem de maneira violenta entre si
publicamente, mas sim em âmbito privado.
À vista disso, a conjuntura mundial foi profundamente transformada. Observou-se,
nos últimos anos pandêmicos, milhares de mortes, sistema de saúde sobrecarregado, falhas
nas infraestruturas relacionadas à saúde, limite de recursos, aumento do desemprego,
fechamento de instituições educacionais, necessidade de confinamento e isolamento social,
etc. Em meio a luta contra a Covid-19 muitos segmentos da sociedade foram afetados, porém,
alguns merecem atenção prioritária, como às crianças e adolescentes, idosos e o foco do
trabalho ora desenvolvido: as mulheres.
As mulheres, sob os aspectos apresentados, sofreram com as transformações
efetuadas na sociedade desde o início da pandemia. Estando inseridas em uma sociedade
patriarcal, em que é possível observar a presença do machismo em áreas diversas em suas
relações cotidianas, infere-se a necessidade de intervenção para exercício contínuo de
crescimento das mulheres nas várias camadas sociais em que estão envolvidas, objetivando a
superação das relações sociais patriarcais que tanto oprime esse público.
Tal contexto revisitou questões já existentes e marcam com maior tônica
formações sociais de capitalismo dependente como o Brasil, atravessadas por desigualdades
sociais alarmantes de uma conjuntura ultraconservadora e ultraneoliberal. Visando a
elucidação desta realidade, pretende-se analisar qual o tipo de cenário que as mulheres estão
inseridas atualmente através da colocação de estatísticas que investigam os casos de violência
contra a mulher na atualidade, objetivando a análise de dados que comprovam a fragilidade
em que se encontra a população feminina de pernambuco. Depreende-se, portanto, que o
coronavírus e a crise socioeconômica que se originou a partir deste despertam questões
determinantes para o agravamento da violência doméstica no Brasil e se intensificam com o
despontar do confinamento social. Ademais, intencionamos uma ênfase aos problemas
relacionados as categorias de violência doméstica e aos determinantes para a sua incidência.
2. DISCUSSÃO DA PROBLEMÁTICA:
A violência contra a mulher é um acontecimento estrutural nas relações sociais que
perpassam as esferas públicas e privadas, materializando uma relação de poder.
Constatando-se que esse
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