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O Racismo Cientifico, Eugenia, Darwinismo Social e seus reflexos no Brasil

Por:   •  8/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.584 Palavras (7 Páginas)  •  569 Visualizações

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Mel Pires Silva

Educação Física Bacharel

Relações Étnico Raciais

Tutor a distância: Maria Cecilia de Oliveira

Taguatinga DF, setembro-2017

Racismo Cientifico, Eugenia, Darwinismo Social e seus reflexos no Brasil

Para entender como a construção da ideia racista se difundiu no Brasil não podemos deixar de considerar toda a história desde a sua colonização, é importante entender que não existe raça, o que existe “é a representação social de raça que foi adotada estrategicamente em certos momentos históricos” (Marçal e Lima, 2015, p. 18). O conceito de “raça” seria classificado cientificamente para demonstrar que existem subgrupos, ou seja, seria uma forma de classificação para determinar grupos étnicos, um termo que não se usa mais cientificamente falando, pois biologicamente não existem subgrupos da espécie humana, o que alguns cientistas no passado tentaram interpretar dessa forma.

Essa ideia foi difundida por alguns cientistas, argumentavam que as raças não brancas tinham diferenças físicas, surgia então o racismo científico, mais precisamente na Grã-Bretanha na Era Vitoriana. Em 1820 o cirurgião Robert Knox de Edimburgo foi acusado de roubo de cadáveres, o que fez com que suas aulas antes bem frequentadas diminuísse a frequência dos alunos até o ponto de acabar, o que o levou ao desaparecimento. Porém em 1840 ele ressurge com a publicação de seu livro “The races of Man: a fragment (As raças humanas: um fragmento)”. Em seu livro Knox propagava a ideia que os negros não poderiam ser civilizados.

“…. Que a raça decide tudo nos negócios humanos é simplesmente um fato, o fato mais notável, mais geral que a filosofia jamais anuncio. A raça é tudo: a Literatura, a Ciência, a Arte, a Civilização dela depende.”

“…. As raças negras podem ser civilizadas? Eu devo dizer que não…”

“…. Agora esteja a terra superpopulosa ou não é, em absoluto, incompatível com a mais elevada moral e mesmo com o sentimento cristão…”

(Robert Knox)

Ele via em todo o mundo acontecendo vários genocídios de raças não brancas e acreditava que as raças superiores dominariam sobre as raças inferiores, que jamais poderia haver miscigenação, levando-o a acreditar que era uma guerra de extermínio.

Porém Robert Knox não estava sozinho nesse conceito de raças, nos Estados Unidos o médico Samuel George Morton (1799-1851) afirmava que havia diferenças nos crânios dos brancos, ele assegurava que quanto maior o crânio maior o cérebro, sendo assim seria maior sua inteligência, liderança e capacidade de evolução.

Por esse motivo comparava que os crânios dos tasmanianos, dos mongóis, africanos, malaios e dos índios americanos eram menores que dos americanos e dos europeus, comprovando assim a superioridade de raça, onde seria biologicamente aceito que os brancos teriam direito de se apoderar das demais raças.

A partir da publicação do livro de Charles Darwin (1809-1882) A Origem das Espécies que relatava que entre os animais sobrevivia o mais forte, era a lei natural, foi utilizado para justificar o “poder” da raça branca. Acreditava-se que os ingleses eram bons em se expandir e por isso estariam no topo da cadeia alimentar, por assim dizer, as outras etnias que não conseguiam sobreviver por não ter a capacidade natural para isso estariam fadados a desaparecer.

Esse pensamento foi intitulado de "Darwinismo Social", acreditava-se na seleção natural, onde a vida é uma constante luta pela sobrevivência do mais forte, tendo assim que os mais fracos deveriam morrer sem deixar descendentes.

Nesse meio de Darwinistas sociais estavam o biólogo inglês Thomas Henry Huxley (1825-1895) que ficou conhecido como “O Buldogue de Darwin” por ser o principal propagador das teorias Darwinistas e Herbert Spencer filósofo inglês (1820-1903).

Nessa linha de pensamento acreditava-se que existiam tanto os ganhadores como os perdedores, sendo assim os perdedores deveriam desaparecer pois não conseguiam competir com os mais evoluídos, esses sendo os que estavam a frente de tudo os ingleses da Grã-Bretanha. O imperialismo tomava conta em todo o mundo onde devastava povos indígenas e negros. Na América do Norte nações inteiras vinham sendo exterminadas em guerras e com várias doenças, assim como na África na luta pelo império, colocando então a prova o questionamento de Darwin.

Em 1883 Francis Galton (1822-1911) criou o termo “Eugenia” que significa “bem-nascido”, a sua ideia seria que as pessoas de classe média branca deveriam ser encorajadas a procriar mais, pois os menos aptos estavam se proliferando colocando em cheque a teoria de Darwin. Eugenia seria o “estudo dos agentes sobre o controle social", sendo que a carga genética poderia 'empobrecer' ou 'melhorar' as futuras gerações, assim como no aspecto físico, cultural e social. O que era observado é que as caraterísticas físicas de outras raças se sobressaiam a dos brancos.

Um cientista chamado Eugen Fischer (1874- 1967) viajou para uma pequena cidade na Namíbia chamada Rehoboth para estudar as características do povo africano e assim conseguir provar que o gene negro africano se miscigenado ao gene branco seria predominante gerando assim um ser humano inferior.

A reputação de Eugen Fischer se alastrou e a eugenia começou a se propagar em outros países como nos EUA, e ganhou um cientista adepto do movimento, Charles Davenport (1866-1944) que foi o responsável pela esterilização de mais de 60.000 pessoas consideradas por ele inaptas a reprodução, criador do "Escritório de Registros Eugênicos". A Eugenia nos EUA se alastrou rapidamente pois teve o apoio financeiro nescessário para tal, nesse escritório anteriormente citado o infame Charles Davenport mantinha o controle de todas as raças e assim sendo o controle de natalidade. O escritor Edwin Black escreve em seu livro "Guerra contra raças" sobre isso;

"... Quando uma pessoa era identificada como de certa classe, isso significava qual escola ela frequentaria, em que cemitério ela poderia ser enterrada e onde poderia mora. Era uma questão de vida e morte. As leis sobre o casamento

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