Politicas publicas de inclusão
Por: leths • 20/8/2015 • Resenha • 1.163 Palavras (5 Páginas) • 266 Visualizações
sintese
Para se ter uma idéia da diferença entre os seres, é necessário reparar as desigualdades e as injustiças sociais ocorridas em cada época.
Na Antiguidade a diferença era entendida entre o Ser e o Ente, onde o Ser representa a existência e o não-Ser, a não existência. Com isso, nessa época, eram considerados “Seres” ape¬nas os nobres, os homens livres e o Clero. Os demais, escra¬vos, bárbaros e conquistados, eram considerados não-Seres. O segundo entendimento de diferença surge com o flo¬rescimento da ciência moderna, centrado no racionalismo e no discurso científico. O Eu racional passou a predominar na relação com o Outro. A máxima de Descartes, “Penso, logo existo”, deixa clara a centralidade do Eu nas relações. A diferença não pode mais ser discutida tendo como referência o Ser e o Não–Ser, sobretudo, porque os indica¬dores dessa diferença desapareceram com os avanços so-ciais. Escravos, bárbaros, clero e nobreza deixaram de exis¬tir na maioria dos Estados mundiais. Novos padrões eram necessários para diferenciar os Seres. O desenvolvimento científico surge, então, como for¬ma de comprovar, principalmente nas áreas da biologia e psicologia, várias distinções físicas, biológicas e psicológicas dos seres humanos, que, até então, eram percebidas apenas empiricamente. Nunca, na história, os homens foram tão medidos e quantificados. Testes de inteligência, de condição física, de capacidade motora e muitos outros foram desenvolvidos e implementados visando dar à diferença um cunho científi¬co e “verdadeiro”. O uso da razão passou a atuar como critério da capa¬cidade humana e o Eu racional, a ser a referência epistemo-lógica da existência. A centralidade no Eu racional permitia que o Outro, o diferente, o que fugisse aos padrões, fosse visto como não-racional, não capaz, não livre, não produtor. Nesse processo, a relação é unilateral e o indivíduo vê no Outro apenas o que sua consciência permite. O entendimento de diferença centrado nos aspectos fí¬sicos, biológicos e psicológicos ainda predomina fortemente em pleno século XXI. O nível de biológicos e psicológicos ainda predomina fortemente em pleno século XXI. O nível de inteligência, de capacidade de raciocínio e a pureza da raça (Eugenia) estabelecem com vigor o tipo de normalidade e de diferença. O fortalecimento da razão instrumental e as grandes descobertas científicas, associadas aos movimentos do modo da produção capitalista, cada dia mais, reforçam a tese do Eu individual em relação ao Outro. A ideia abstrata de igual¬dade universal paulatinamente está sendo substituída pela concepção de diferença concreta.
O entendimento de diferença surge quando a razão instrumental começa a ser questionada como única forma de se chegar à verdade. Com isso, aumenta a tensão entre objetividade e subjetividade do Ser, na produção do conhecimento. do conhecimento. Novos métodos de pesquisa são utilizados e a produção des¬se conhecimento centrado no subjetivismo do Ser tende a questionar fatos como o sentido da vida; o sentido e o signi¬ficado das coisas, dentre outros. A diferença, nessa nova perspectiva, está na crítica se¬vera e radical à lógica da razão instrumental. A relação Eu com o Outro passa a ser vista como uma relação dialética entre o (Ser) unidade e os (Outros) diversidade. A lógica de pensamento é direcionada para uma dinâmica que permite ver o Ser no Outro e o Outro no Ser, sem ponto pensamento é direcionada para uma dinâmica que permite ver o Ser no Outro e o Outro no Ser, sem ponto de partida ou chegada. Por exemplo, um homem e uma mulher podem ser diferentes em tudo (gênero, cor, raça, crença, habilidades, capacidades, dentre outras), mas, apesar disso, são também iguais como seres humanos. São iguais e diferentes simul¬taneamente. O homem possui muito da mulher e a mulher muito do homem, mesmo sendo diferentes. Essa nova concepção de diferença supera as outras duas anteriores na medida em que critica a razão técnica e, con¬sequentemente, o liberalismo e a sua versão mais avançada, o neoliberalismo. Além disso, coloca em discussão a globa¬lização e os seus desdobramentos econômicos. A nova concepção de diferença, portanto, supera a tensão entre o particular que se pretende universal e o uni-versal que se pretende particular, na medida em que tra¬balha
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