Normal e Patologico
Por: gabifpal • 20/11/2015 • Trabalho acadêmico • 715 Palavras (3 Páginas) • 282 Visualizações
Normal e Patológico
(da página 13 em diante)
O termo saúde, originado do termo latino sanus, possui ascendência grega e envolve dois sentidos: íntegro, intacto ou bem conservado e infalível ou seguro. Daí a expressão são e salvo.
Canguilhem observa que, ao longo da história, a saúde foi tratada como se ela não pudesse ser apreendida pela razão e não devesse pertencer ao campo científico.
Compreensivelmente, Canguilhem simpatiza com os filósofos que, como Nietzsche, postularam que a saúde implica a doença, no confronto e na superação das tendências mórbidas.
A ideia de que a saúde é algo individual, privado, singular e subjetiva foi também defendida pelo eminente filosofo Gadamer. Segundo ele, o mistério da saúde reside em seu caráter escondido, enigmático. A distinção entre a saúde e a enfermidade não pode ser claramente definida. Trata-se de uma distinção pragmática, a que só tem acesso a pessoa que está se sentindo enfermo e que, por não poder mais lidar com as demandas da vida, decide ir ao médico.
Canguilhem questiona a exclusão da saúde como objeto do campo científico. Ele considera que a saúde se realiza no genótipo e na relação de individuo com o meio, opondo uma saúde filosófica a uma saúde científica. Em quanto que a saúde filosófica é a saúde individual, a saúde científica teria sido a saúde pública, ou seja, a salubridade e a doença.
A higiene, que se inicia como uma disciplina médica tradicional, feita de normas, possui uma ambição sócio-político-médica de regulamentar a vida dos indivíduos. A partir dela, a saúde torna-se um objeto de cálculo e começa a perder a sua dimensão de verdade particular, privada, passando a receber uma significação empírica como conjunto e efeito dos processos objetivos.
Saúde filosófico recobre a saúde individual. Ela é diferente da saúde do sanitarista, que compreende a saúde da população. A saúde filosófica, individual, está longe de ser medida com aparelhos, ja que é livre, não condicionado e não contabilizável. Canguilhem defende, enfim, que a saúde científica deve assimilar a saúde filosófica. Para ele, a saúde individual, subjetivo, filosófico. Para ele, a saúde
individual, subjetivo, filosófico, e não apenas a doença e a salubridade (os riscos) deve ser estudada pela ciência.
Atualidade de Canguilhem
A ideia de que o normal e o patológico se constituem a partir de forças opostas em luta não necessariamente implica que os fenômenos patológicos são variações qualitativas dos fenômenos normais. Freud também pensava que o quadro de normalidade ou doença ou era devido a forças opostas em luta e, no entanto, manteve a perspectiva da variação das quantidades da "história natural das doenças" e seus corolários da saúde como um steady state e do processo saúde-doença como um continuum, base da perspectiva da doença enquanto dimensionalidade, sem deixar de incorporar uma ontologia qualitativa da patologia.
A demonstração, de que nem toda doença implica uma variação quantitativa da normalidade, revela duas inconsistências. A primeira delas é que, se
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