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A importância da avaliação nutricional para o envelhecimento saudável

Por:   •  29/3/2016  •  Artigo  •  4.054 Palavras (17 Páginas)  •  441 Visualizações

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Artigo de Revisão

A importância da avaliação nutricional para o envelhecimento saudável

Marina Dantas Levy

RESUMO

O envelhecimento é um fenômeno natural, irreversível e mundial. Atualmente tem-se registrado um aumento significativo na expectativa de vida em diversos países, entretanto a longevidade está longe de significar envelhecimento saudável. São comuns nessa faixa etária o surgimento de infecções e a redução da qualidade de vida, devido entre outras coisas, a imunossenescência. Outro fator importante é o de que esses pacientes normalmente possuem doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, pulmonares, diabetes mellitus, além de utilizarem diversos medicamentos que interferem no apetite, no consumo e na absorção de nutrientes, sem contar com as alterações inerentes ao envelhecimento e as influenciadas pelos fatores socioeconômicos. Todas essas alterações contribuem positivamente ou negativamente para o estado nutricional do paciente. O risco de idosos morrerem por desnutrição apresenta tendência crescente. A avaliação nutricional do paciente idoso é essencial, de modo que até a mínima alteração nutricional seja precocemente diagnosticada e que sejam adotadas medidas eficazes para reversão desse quadro. Este trabalho teve por objetivo realizar uma revisão sistemática acerca da importância da avalição nutricional para o envelhecimento saudável.

Palavras-chave: Envelhecimento; avaliação nutricional; deficiência nutricional; qualidade de vida

ABSTRACT

Aging is a natural phenomenon, irreversible and worldwide. Currently has registered a significant increase in life expectancy in many countries, however longevity is far from meaning healthy aging. They are common in this age group development of infection and reduced quality of life, among other things due to immunosenescence. Another important factor is that these patients often have chronic diseases such as cardiovascular, pulmonary, diabetes mellitus, and use several medications that interfere with appetite, consumption and absorption of nutrients, not to mention the changes inherent to aging and influenced by socioeconomic factors. All these changes contribute positively or negatively to the nutritional status of the patient. The risk of dying from malnutrition elderly has growing trend. Nutritional assessment of elderly patients is essential, so that even the minimum nutritional change is diagnosed early and effective measures are taken to reverse this situation. This study aimed to perform a systematic review of the importance of nutrition for healthy aging.

Keywords: Aging; nutritional assessment; nutritional deficiency; quality of life

INTRODUÇÃO

Considerado como fenômeno mundial, o envelhecimento populacional está ocorrendo de maneira rápida em todo mundo, mas principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. De acordo com o censo de 20001, o número de idosos no Brasil era de 14.546.029 pessoas, representando um aumento de 35,6% em relação ao ano de 1991. Atualmente, no Brasil, 15 milhões de pessoas (8,6% da população total) já passaram dos 60 anos de idade, sendo que as estimativas indicam que, em 2025, o país terá mais do que o dobro do número de idosos existentes na atualidade, ou seja, 35.148.000 de pessoas idosas (15,4% da população total). A World Health Organization2 (WHO) prevê que existirão em 2025, 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, sendo que o grupo de maior crescimento é o dos muito idosos (com 80 ou mais anos).  Nos países em desenvolvimento são considerados idosos, os indivíduos com faixa etária igual ou superior a 60 anos de idade enquanto que nos países desenvolvidos o recorte etário é de 65 anos. No Brasil, a Lei de n° 8.842/943, em seu artigo 2º, parágrafo único, refere que “são consideradas idosas as pessoas maiores de 60 anos, de ambos os gêneros, sem distinção de cor, etnia e ideologia”. Com isso fica claro a importância do estudo do envelhecimento nos dias de hoje. O manejo deste processo em todos os seus campos de atuação e construção é definida como a Ciência do Envelhecimento. Na terceira idade as necessidades nutricionais mudam devido principalmente as alterações fisiológicas, metabólicas e capacidade funcional, além é claro da heterogeneidade dessa população, devido a diversidade social, econômica e cultural.  Para Netto (2006)4, o aumento da população idosa tem sido acompanhado por problemas de ordem social, como precária condição socioeconômica, perda de autonomia e independência, isolamento e marginalização, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, o que tem contribuído para a necessidade de se conhecer os determinantes das condições de saúde e de vida destes idosos. Para Malafaia (2008)5, tais alterações, referidas como imunossenescência, são consideradas fatores responsáveis diretamente pela alta morbidade e mortalidade dos idosos, devido a doenças, tais como câncer e/ou patologias autoimunes; ou à baixa proteção vacinal verificada nos indivíduos mais velhos. Sendo assim, podemos considerar que a imunossenescância está fortemente associada à maior vulnerabilidade a diversas patologias e que a carência nutricional potencializa as alterações na homeostase do sistema imune. A condição de nutrição é aspecto importante nesse contexto, visto que os idosos apresentam condições peculiares que comprometem seu estado nutricional. Todas as partes do corpo são acometidas pelo processo de envelhecimento, trazendo diversas mudanças ao organismo do idoso, são elas, redução da massa magra, aumento do tecido adiposo corpóreo e a menor eficiência de bombeamento do coração, podendo haver diminuição do fluxo sanguíneo. Outras mudanças ocorrem no olfato, paladar, mastigação, devido à perda dos dentes, alteração da digestão e a perda do tônus do trato gastrointestinal, levando a constipação, além é claro das enfermidades presentes, as práticas ao longo da vida (fumo, dieta, atividade física) e situação socioeconômica. Com todas essas alterações acima citadas fica claro o risco desses pacientes desenvolverem desnutrição. A manutenção de um estado nutricional adequado nos pacientes dessa faixa etária é muito importante, pois, de um lado, encontra-se o baixo-peso, que aumenta o risco de infecções e mortalidade, e do outro o sobrepeso, que aumenta o risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como hipertensão, diabetes mellitus e doenças hiperlipidêmicas. No contexto atual, com o aumento de pessoas acima dos 60 anos de idade, aumenta a necessidade de estudos que investiguem o perfil nutricional e o estado de saúde para que as propostas de educação continuada tenham adesão e impacto na qualidade de vida desses indivíduos.

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