Antibioticoprofilaxia em cirurgia
Por: isnard • 27/9/2015 • Trabalho acadêmico • 553 Palavras (3 Páginas) • 296 Visualizações
Antibióticoprofilaxia:
O uso de antibióticos de modo profilático constitui uma questão controversa entre os cirurgiões. A decisão por fazer uma antibioticoprofilaxia deve ser tomada em que o benefício de seu uso supere os possíveis efeitos adversos.
- Utilizar apenas em cirurgias que comprovadamente a taxa de infecção seja reduzida pela administração do antibiótico;
- Utilizar agentes de primeira linha;
- Obter níveis séricos máximos de ATB no momento da exposição ao agente infeccioso (no momento da cirurgia);
- Limitar a utilização do ATB no momento da cirurgia. Não há evidências que sua utilização no pós-operatório traga benefícios reduzindo a taxa de infecções;
- Selecionar um ATB que seja ativo contra a maioria dos agentes infecciosos de uma determinada cirurgia.
Indicações:
A utilização de ATB nas cirurgias limpas ou potencialmente contaminadas não diminui a taxa de infecção da ferida cirúrgica. Nesse tipo de cirurgia os benefícios não superam os riscos, logo, o uso de ATB não deve ser prescrito.
É importante considerar que algumas cirurgias limpas não se comportam como tal e cursam com alta taxa de infecção. As indicações nesses casos são:
Pacientes acima dos 70 anos | Desnutridos |
Imunodeprimidos | Urgências |
Implante de prótese e tela | Cirurgia de mama |
Esplenectomia | Hernioplastia incisional |
Paciente portador de comorbidades* | Cirurgia Cardíaca |
Cirurgia de aorta de grandes vasos | Neurocirurgia |
* Doença reumática; diabetes; obesidade mórbida; hérnia multirecidivada; radioterapia prévia; uremia; hepatopatias; pneumopatias.
O uso profilático de antimicrobiano fica então reservado para as cirurgias contamidas, cujo risco de infecção supera os 10%. É impotante que o antimicrobiano quando administrado de maneira profilática, obedeça aos princípios básicos da profilaxia. Espectro:relacione com aflora bacteriana a ser encontrada e que não vá de encontro ao perfil de sensibilidade bacteriológica identificado no hospital. Toxicidade: Deve ser considerada co momento da profilaxia (por isso não deve ser recomendado o uso de aminoglicosídeos). Risco de alterar a flora: A utilização de múltiplas doses pode determinar o desenvolvimento de cepas resistentes (a dose única é o meio mais eficaz). Duração: Deve ser em dose única ou até que dure a cirurgia, não deve exceder 24 à 48h devendo preferencialmente cobrir o momento da cirurgia.
A técnica cirurgia influencia de maneira significativa. Cirurgias com duração maior que três horas (aumenta o risco de infecção de três a quatro vezes) e o uso excessivo de bisturi elétrico aumentam duas vezes o risco de infecção.
Tipo de cirurgia | Esquema recomendado |
Apendicectomia | Cefoxitina Ampicilina-sulbactan Piperacilina |
Colecistectomia | Cefazolina Não utilizar antibiótico |
TGI superior | Cefazolina |
Vias biliares e fígado | Cefazolina + Metronidazol Ciprofloxacino+ Metronidazol |
Colorretal | Ceftriaxona + Metronidazol (Varias outras opções) |
Transplante | Ceftriaxona Cefuroxina Ampicilina-sulbactan |
Cirurgias limpas | Cefazolina |
Cirurgias de obesidade mórbida | Ampicilina-sulbactan Cefazolina |
Trauma Abdominal | Cefazolina+metronidazol Ampicilina-sulbactan Cefoxitina |
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