O Obscurado Intestinal
Por: nsanjo.1997 • 28/5/2019 • Trabalho acadêmico • 1.773 Palavras (8 Páginas) • 181 Visualizações
Obstrução intestinal
A obstrução intestinal é um impedimento significativo ou bloqueio completo da passagem do conteúdo intestinal através do intestino. Os sintomas incluem dor em cólica, vômitos, obstipação e interrupção da eliminação de gases. O diagnóstico é clínico, confirmado por radiografias abdominais. O tratamento consiste em hidratação, aspiração nasogástrica e, em muitos casos de obstrução completa, cirurgia.
A obstrução mecânica se divide em obstrução do intestino delgado (incluindo o duodeno) e obstrução do intestino grosso. A obstrução pode ser parcial ou completa. Cerca de 85% das obstruções parciais do intestino delgado resolvem-se com tratamento não cirúrgico, ao passo que 85% das obstruções totais requerem cirurgia.
Etiologia
Em geral, as causas mais comuns de obstrução mecânica são aderências, hérnias e tumores. Outras causas gerais são diverticulite, corpo estranho (incluindo cálculos biliares), vólvulo (torção do intestino no seu mesentério), intussuscepção (penetração de um segmento do intestino delgado em outro – Intussuscepção) e impactação fecal. Segmentos específicos do intestino são afetados de formas diversas (ver Causas de obstrução intestinal).
Localização | Etiologia |
| Tumores (em geral no cólon esquerdo), diverticulite (em geral no cólon sigmoide), volvo do sigmoide ou ceco, impacção fecal, doença de Hirschsprung, doença de Crohn |
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| Câncer do duodeno ou cabeça do pâncreas, doença ulcerosa |
| Atresia, vólvulo, bandas, pâncreas anular |
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| Hérnias, aderências (comum), tumores, corpo estranho, divertículo de Meckel, doença de Crohn (incomum), infestação por Ascaris, vólvulo do intestino médio, intussuscepção por tumor (raro) |
| Íleo meconial, vólvulo de um intestino mal rodado, atresia, intussuscepção |
Fisiopatologia
Na obstrução intestinal simples, o bloqueio ocorre sem comprometimento vascular. Alimentos e fluidos ingeridos, secreções digestivas e gás se acumulam acima da obstrução. O intestino proximal distende-se e o distal sofre colapso. As funções secretoras e absortivas da mucosa estão deprimidas e a parede intestinal se torna edemaciada e congesta. A distensão intestinal significativa é autoperpetuada e progressiva, intensificando o peristaltismo e os distúrbios secretórios e aumentando os riscos de desidratação e progressão para obstrução por estrangulamento.
A obstrução por estrangulamento consiste em obstrução com comprometimento do fluxo sanguíneo. Ocorre em cerca de 25% dos pacientes com obstrução do intestino delgado. Com frequência, associa-se à presença de hérnia, vólvulo e intussuscepção. A obstrução por estrangulamento pode progredir para infarto e gangrena em tempo tão curto quanto 6 h. A obstrução venosa ocorre primeiro, seguida de oclusão arterial, resultando em rápida isquemia da parede intestinal. Esse intestino isquêmico se torna edemaciado e infartado, causando gangrena e perfuração. Na obstrução do intestino grosso, o estrangulamento é raro (exceto com o vólvulo).
Pode ocorrer perfuração em um segmento isquêmico (tipicamente do intestino delgado) ou quando existe grande dilatação. O risco é alto se o ceco se dilata até um diâmetro ≥ 13 cm. A perfuração de um tumor ou divertículo pode também ocorrer no local da obstrução.
Sinais e sintomas
A obstrução do intestino delgado causa sintomas logo após seu início: cólicas abdominais, centradas ao redor do umbigo ou no epigástrio, vômitos e – em pacientes com obstrução completa – obstipação. Os pacientes com obstrução parcial podem desenvolver diarreia. Dor intensa e contínua sugere estrangulamento. Na ausência de estrangulamento, o abdome não é doloroso. O peristaltismo hiperativo e com grande oscilação e cólicas é típico. Algumas vezes, as alças dilatadas intestinais são palpáveis. Com o infarto, o abdome se torna doloroso e a ausculta revela um abdome silencioso com peristaltismo mínimo. Choque e oligúria são sinais sérios que indicam obstrução tardia simples ou estrangulamento.
A obstrução do intestino grosso usualmente causa sintomas pobres que aparecem de modo mais gradual que no intestino delgado. O aumento progressivo de constipação provoca obstipação e distensão abdominal. Vômitos podem ocorrer (em geral várias horas após o início de outros sintomas), mas não são comuns. Cólicas em hipogástrio não secundárias às fezes podem ocorrer. O exame físico tipicamente mostra um abdome distendido com borborigmos altos. Não há dor e o reto geralmente está vazio. Pode-se palpar massa que coincide com o local de um tumor obstrutivo. Sintomas sistêmicos são relativamente discretos e o déficit de fluidos e eletrólitos é incomum.
O vólvulo geralmente tem início abrupto. A dor é contínua, às vezes com ondas sobre- postas de dor em cólica.
Diagnóstico
- Radiografias abdominais em série
Radiografias abdominais com o paciente em pé e deitado devem ser obtidas e em geral são adequadas para diagnosticar a obstrução. Embora apenas a laparotomia possa diagnosticar de modo definitivo o estrangulamento, exames clínicos repetidos podem fornecer uma pista precoce. Aumento nos leucócitos e acidose também pode indicar que já ocorreu estrangulamento.
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Obstrução do intestino delgado (Supino)
Imagem fornecida pela Parswa Ansari, MD.
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[pic 4]Obstrução do intestino delgado (Ereto) (Imagem fornecida pela Parswa Ansari, MD).
Em radiografias planas, uma série das alças do intestino delgado distendidas é típica de obstrução, mas pode ocorrer em caso de obstrução do cólon direito. O nível líquido no intestino delgado pode ser visto nas radiografias em pé. Achados radiográficos e sintomas similares, embora talvez menos dramáticos, ocorrem no íleo (paralisia do intestino sem obstrução); a diferenciação pode ser difícil. Alças dilatadas e nível líquido podem estar ausentes em obstruções de jejuno proximal ou em obstruções em alças cegas estranguladas (como pode ocorrer no vólvulo). Intestino infartado pode produzir uma massa na radiografia. Gás na parede intestinal (pneumatose intestinal) indica gangrena.
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