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DESNUTRIÇÃO E DESIDRATAÇÃO: Avaliação do estado nutricional

Por:   •  13/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.389 Palavras (18 Páginas)  •  296 Visualizações

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FACULDADE DE COMUNICAÇÃO TECNOLOGIA E TURISMO DE OLINDA

NÚCLEO DE SAÚDE

BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

DISCIPLINA DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

JAQUELLINE DE ANDRADE PEREIRA

TATTYANE GOMES FERREIRA WANDERLEY

YOLANDA AUREA FARIAS PAES BARRETO

DESNUTRIÇÃO E DESIDRATAÇÃO: Avaliação do estado nutricional

Olinda, 2019

  1. INTRODUÇÃO

        Conforme Martins (2011) a nutrição adequada é essencial para o bem-estar de qualquer sociedade ou indivíduo dentro dela. Considerando que a variedade, a qualidade e a quantidade de alimentos disponíveis, e o padrão de ingestão alimentar, podem afetar profundamente a saúde.

O estado nutricional adequado é alcançado pelo equilíbrio entre a oferta alimentar e a demanda. Esta última inclui o gasto basal para funções orgânicas e o gasto para atividade física e necessidades específicas, como crescimento e gestação. Considerando estado de doença, as necessidades para resposta orgânica também devem ser incluídas. Desequilíbrios resultam em estado nutricional alterado, denominado desnutrição. Aumento da reserva adiposa leva à obesidade, e desgaste das reservas (adiposa e proteica) e/ou deficiências alimentares caracterizam a subnutrição (SILVA; BALSHIUNAS; CARUSO, 2015). Neste sentido, a alimentação e o estado nutricional são aspectos que refletem parte das condições de saúde do indivíduo, associando-se à promoção da saúde, além de prevenção e reabilitação de agravos, sendo sua avaliação fundamental (GARCIA, et al., 2016).

De acordo com a American Dietetic Association (1994), a avaliação nutricional é a abordagem realizada através das histórias médica, alimentar e medicamentosa, do exame físico, das medidas antropométricas e dos exames bioquímicos. Sendo assim, é um instrumento diagnóstico que mede de diversas maneiras as condições nutricionais do organismo, determinadas pelos processos de ingestão, absorção, utilização e excreção de nutrientes, determinando assim o estado nutricional. Logo, a avaliação nutricional envolve a interpretação de múltiplos indicadores para a definição de um diagnóstico nutricional, através de coleta de informações para a elaboração do plano de intervenção e o monitoramento da adequação da intervenção nutricional (MELLO, 2002; SILVA; BALCHIUNAS; CARUSO, 2015).  

Posto isto, quanto mais populações e/ou indivíduos são avaliados do ponto de vista nutricional, e quanto mais seriadas são essas avaliações, mais intervenções precoces podem ser instituídas, certamente melhorando a qualidade de vida da população de uma forma geral (GARCIA et al., 2016). Segundo a Lei n o 8.234/91, do Ministério do Trabalho, que regulamenta a profissão, é atribuição do nutricionista a realização da avaliação nutricional na prática clínica, estabelecendo o diagnóstico nutricional.

  1. OBJETIVO

Proceder a uma revisão da literatura sobre a relação entre desnutrição, desidratação e avaliação nutricional.

  1. METODOLOGIA

Procedeu-se uma busca dos principais termos que definissem e relacionassem estado nutricional, avaliação nutricional, desidratação e desnutrição. Para tanto, realizou-se uma revisão da literatura científica em livros técnicos da área de nutrição e artigos da base de dados SciELO e PubMed.

  1. REVISÃO DA LITERATURA
  1. Desnutrição

Na literatura, há falta de uniformidade na definição da desnutrição, ou mesmo dos termos “desnutrição” e “má nutrição”. De acordo com Martins (2011) a má nutrição é um problema global, resultado do desequilíbrio entre as necessidades do corpo e a ingestão de nutrientes resultando como consequência a deficiência, a toxicidade ou a obesidade.  Já a desnutrição, ou subnutrição, é um distúrbio do estado nutricional decorrente da deficiência nas reservas corporais de energia e qualquer outro nutriente. Para Ross et al. (2016), do ponto de vista técnico, o termo desnutrição inclui tanto sub como supernutrição (obesidade), mas continua sendo utilizada pela maioria das organizações para definir as deficiências de nutrientes ou o peso inadequado do corpo para a idade ou em relação à altura.

As razões que levam à desnutrição são múltiplas, como a ingestão oral prejudicada, má-absorção dos nutrientes, o apetite alterado, a caquexia, os transtornos metabólicos e os efeitos adversos da terapêutica, secundário as doenças associadas. Sendo assim, a má nutrição pode ser definida como uma condição aguda, subaguda ou crônica, referente à deficiência ou ao excesso de nutrientes, com ou sem a presença de processo inflamatório. Mas, sempre, com consequente alterações na composição corporal e diminuição da função corporal (MUELLER et al., 2011). 

Para adultos em situações clínicas, um consenso internacional apresentou definição para as síndromes da desnutrição. A proposta incluiu três nomenclaturas:  desnutrição relacionada à inanição, quando há baixa ingestão alimentar crônica, mas sem inflamação, tendo como exemplo a anorexia; a desnutrição relacionada à doença ou condição crônica, quando há inflamação crônica e de grau leve a moderado, a exemplo diabetes, síndrome metabólica  e desnutrição relacionada à doença ou injúria aguda, quando a inflamação é aguda e grave como ocorre nos casos de queimaduras sepses e traumas (MARTINS, 2011).

Nessas formas de desnutrição, a gravidade e a persistência do processo inflamatório resultam em depleção do tecido muscular e consequente alteração funcional podendo haver também uma diminuição da ingestão de nutrientes, em virtude da anorexia que acompanha a inflamação. O tecido músculo esquelético por ser o maior reservatório de proteína do corpo, é consequentemente o mais afetado pela desnutrição, particularmente em caso de processos inflamatórios.  Isso se deve principalmente a ação das citocinas inflamatórias, que promovem aumento do catabolismo muscular, além de inibirem a síntese proteica e a reposição muscular (MARTINS, 2011).

De forma clássica a desnutrição pode ser classificada quanto a sua origem e gravidade. Quanto a origem a desnutrição pode ser primária, caracterizada pela inadequação e desequilíbrio da alimentação, tanto na qualidade, como na quantidade e, desnutrição secundária, quando há oferta adequada, mas existem condições que impeçam a aceitação alimentar, como a anorexia nervosa ou  bulimia, ou mesmo se a ingestão ou a absorção dos alimentos é imprópria, como na síndrome do intestino curto, ou em casos de tumores de esôfago, estenose do piloro, entre outros. Além disso, se as necessidades metabólicas se elevarem, como no caso do hipertireoidismo, do diabetes, nas cardiopatias congênitas, pneumopatias crônicas, na síndrome da imunodeficiência adquirida, por exemplo, a desnutrição pode se agregar à disfunção orgânica anterior (SOARES et al., 2014). Quanto à gravidade, classifica-se a desnutrição como leve, moderada ou grave. O estado delongado de desnutrição origina graves dificuldades, manifestando-se por alterações no metabolismo, na função orgânica e na composição corpórea (RAMOS et al., 2014).

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