Hanseniase
Por: Jaiane Bastos • 16/4/2015 • Trabalho acadêmico • 852 Palavras (4 Páginas) • 340 Visualizações
Epidemiologia do Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem uma expressão significativa no perfil de morbimortalidade de todo o mundo. Estimam-se, anualmente, ao redor do mundo, 17 milhões de mortes por Doenças Cardiovasculares, particularmente infarto e AVCs. Estes foram responsáveis, somente no ano de 2008, por 6.2 milhões de mortes mundo. (WHO, 2004, 2011). No Brasil, o AVC é a principal causa morte e incapacidade, após os 40 anos. A incidência anual gira em torno de 108 casos por 100 mil habitantes. (BRASIL, 2013).
Em um estudo nacional mais detalhado, Garritano et al. (2012) investigaram a tendência da taxa de mortalidade por AVC, em homens e mulheres, maiores de 30 anos, entre 2000 e 2009 e verificaram que incidência de óbitos oscilou, durante os anos, atingindo um valor mínimo, no ano 2009 (1,08) provocando uma tendência de queda da taxa de mortalidade padronizada em ambos os sexos. Os autores enfatizam que quedas expressivas na mortalidade só serão atingidas por meio de ações de promoção da saúde, controle dos fatores de risco e das doenças do aparelho circulatório, melhorias nas condições de vida e trabalho das populações, acesso universal a exames diagnósticos, procedimentos de alta complexidade (por exemplo: angioplastias) e tratamentos baseados em evidências.
Nos países desenvolvidos, a incidência de AVC apresenta tendência declinante, resultado de intervenções sobre fatores de risco modificáveis, tais como: controle dos níveis pressóricos e redução do tabagismo. O desafio desses países, para reduzir os números absolutos, concentra-se na atenção à saúde do idoso e na prevenção de incapacidades, já que 60% dos indivíduos que sofrem um AVC morrem ou ficam dependentes. (WHO, 2004).
Os custos sociais, econômicos, psíquicos, afetivos e ecológicos relacionados ao AVC produzem impactos significativos nos sistemas de saúde e previdência social de todo mundo. (WHO, 2004). Nos países em desenvolvimento estes custos oneram ainda mais um sistema de saúde já sucateado pelas doenças da pobreza e pouco organizado para atender as necessidades da média e alta complexidade.
Muitos são os desafios na atenção ao indivíduo vítima de AVC, em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Para WHO (2004) faltam incentivos financeiros para o desenvolvimento de pesquisas clínicas, preparo humano para o enfrentamento das problemáticas que envolvem um AVC, redes de comunicação eficazes e métodos de pesquisa passíveis de comparação entre diferentes realidades. Enfatizam que pesquisas sobre doenças cardiovasculares, em países em desenvolvimento, são ínfimas diante do percentual de casos e da carga das doenças nas populações.
Especialmente no Brasil, as pesquisas indicam que a população e os profissionais que realizam assistência, em distintos níveis de atenção, possuem poucos conhecimentos sobre a fisiopatologia do AVC e que esta situação impacta significativamente no perfil de morbimortalidade e no prognóstico da doença. (BRASIL, 2013). Mesmo para a população mais instruída faltam conhecimentos sobre os sinais e sintomas sugestivos de um AVC e sobre mecanismos de ativação dos serviços médicos de emergência no caso de um evento. (PONTES-NETO, 2008). No caso dos profissionais de saúde, pesquisas salientam despreparo dos enfermeiros na identificação de todos os fatores de risco para o AVC e ações de manejo desses fatores na Atenção Básica e dos médicos sobre tratamento dos tipos e subtipos de AVC e condutas, principalmente nos casos mais graves e de pior prognóstico. (OLIVEIRA-FILHO, 2012; MARTINS, 2012; SANTOS et al., 2011; PONTES-NETO, 2009).
Diante desse contexto, torna-se imperativo o desenvolvimento de pesquisas e ações cujas problemáticas envolvam o controle dos fatores de risco e sintomas, adesão ao tratamento medicamentoso, ações diagnósticas, terapêuticas e reabilitadoras, no campo das doenças cardiovasculares, em especial do AVC, na tentativa de produzir conhecimentos, meios e instrumentos relevantes para a prática clínica, pública e política.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 72p.
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