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Saúde Da Mulher Em Foco: Assistência A Mulher Na Gestação Ao Puerpério

Por:   •  15/10/2023  •  Dissertação  •  1.567 Palavras (7 Páginas)  •  78 Visualizações

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O período gravídico completo compreende toda a duração da gestação, desde a concepção até o parto. Durante esse período, ocorrem uma série de transformações no organismo da mulher grávida, com o intuito de promover o desenvolvimento adequado do feto.

A duração média do período gravídico completo é de aproximadamente 40 semanas. No entanto, a gestação pode variar entre 37 e 42 semanas, sendo consideradas gestações a termo aquelas entre 37 e 42 semanas, podendo ser subdividida em três fases: o termo precoce (entre 37 e 38 semanas e seis dias), o termo pleno (39 a 40 semanas e seis dias) e o termo tardio (41 a 42 semanas).

Durante o período gravídico completo, é crucial que os profissionais de enfermagem realizem um acompanhamento pré-natal adequado, que envolve uma série de cuidados e intervenções. O acompanhamento pré-natal visa monitorar a saúde da mulher grávida, identificar possíveis complicações, prevenir problemas materno-fetais e oferecer orientações sobre autocuidado, alimentação saudável, atividade física, preparação para o parto e cuidados com o recém-nascido.

O Ministério da Saúde do Brasil, por meio do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento, estabelece diretrizes e protocolos para o acompanhamento pré-natal, orientando os profissionais de enfermagem a respeito dos cuidados a serem prestados durante o período gravídico completo. Essas diretrizes incluem a realização de consultas regulares, solicitação de exames laboratoriais, monitoramento do crescimento fetal, avaliação da pressão arterial, detecção precoce de problemas como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, além de oferecer apoio emocional e psicológico à gestante.

A gestação envolve muito mais do que gerar uma criança, pois neste período ocorrem mudanças biológicas, somáticas, psicológicas e sociais que influenciam a situação psíquica individual e as demais relações da gestante. A maneira como a mulher vivencia estas mudanças repercutem intensamente na constituição da maternidade e na relação mãe-bebê (COSTA, 2015).

Para algumas mulheres a vivência da maternidade é tida como momento único, onde são geradas expectativas e sentimentos, as quais podem trazer o significado de ser mãe e o expressam como: realização de um sonho, continuidade da

descendência, formação de vínculo entre a mãe-bebê e oportunidade de aprendizado com o novo integrante da família (STRAPSSON, NEDEL, 2010).

As mudanças importantes na vida de uma mulher não permanecem somente durante a gestação, mas estendem-se até o momento após o nascimento do bebê, denominado de pós-parto ou puerpério (MONTENEGRO, 2008). O pós-parto tem início uma hora após o parto e termina quando cessa na mulher o processo de amamentação ocorrendo o retorno menstrual, ovulação e demais modificações físicas e emocionais. (BRASIL, 2011, p.26).

O período puerperal refere-se ao período após o parto em que ocorrem mudanças físicas, emocionais e hormonais no corpo da mulher. Durante esse período, o corpo se recupera gradualmente da gravidez e do parto.

Durante o período puerperal imediato, que ocorre nas primeiras horas e dias após o parto, ocorrem mudanças significativas no útero. A involução uterina é um processo pelo qual o útero retorna ao seu tamanho e posição pré-gravidez. Essa involução é facilitada por contrações uterinas e pode levar várias semanas para ser concluída (Pevzner et al., 2017).

No período puerperal tardio, que abrange as semanas seguintes ao parto, o corpo continua a se recuperar. Durante essa fase, o sangramento vaginal diminui gradualmente e ocorrem mudanças nas glândulas mamárias para a produção e o estabelecimento da lactação (Gizzo et al., 2014).

É importante ressaltar que o período puerperal também pode estar associado a alterações emocionais. Algumas mulheres podem experimentar o chamado baby blues, que é caracterizado por oscilações de humor, irritabilidade e choro fácil. Para outras mulheres, esses sintomas podem se manifestar como depressão pós-parto, uma condição mais grave que requer atenção e tratamento adequados (American College of Obstetricians and Gynecologists, 2018).

1.2ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL: EXAMES, QUALIDADE E BENEFICIOS

Dá-se o nome de pré-natal à assistência recebida pela gestante desde o início da gestação até o momento do parto. Inclui-se, também, o acompanhamento do desenvolvimento inicial do bebê, de forma a minimizar os riscos de problemas tanto com a mãe quanto com a criança.

A assistência pré-natal surgiu durante o início do século XX, esta assistência associada à institucionalização do parto teve por objetivo desenvolver um recém- nascido saudável e reduzir as elevadas taxas de mortalidade infantil que existiam no final do século XIX, ou seja, surgiu como um processo de "puericultura intra-uterina", como uma preocupação social com a demografia e com a qualidade das crianças nascidas, e não como proteção a mulher (Ministério da Saúde,2001, p12). Entretanto partir dos anos 80, o governo brasileiro pressionado pelos profissionais de saúde, movimentos de mulheres e outras instituições da sociedade civil organizada, iniciaram-se mudanças relacionadas à forma de atendimento à mulher, que valorizavam a maior participação, informação e consciência dos seus direitos, favorecendo o empoderamento e cidadania (R. bras. Ci. Saúde 18(1):87-94, 2014).

É importante lembrar que tudo aquilo que a gestante faz durante a gravidez poderá ter um impacto na saúde do bebê. Hábitos alimentares, vícios, como o fumo e o álcool, assim como maus hábitos de sono e de higiene podem influenciar tanto o desenvolvimento saudável do feto como a saúde da mulher, podendo gerar consequências graves.

Embora muitas gestantes saibam da importância de se fazer o acompanhamento pré-natal como forma de prevenir doenças e complicações, é comum que não se conheça o que de fato é feito durante esse período.

O pré-natal deve começar assim que a mulher descobre que está grávida. No Brasil, a partir desse momento, o Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas no mínimo seis consultas (uma no primeiro trimestre da gravidez, duas no segundo e três no terceiro), sendo ideal é que a primeira consulta aconteça no primeiro trimestre e que, até a 34ª semana, sejam realizadas consultas mensais. Entre a 34ª e 38ª semanas, o indicado seria uma consulta a cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, consultas toda semana até o parto, que geralmente acontece na 40ª semana, mas pode durar até 42 semanas (SES-G0,2019).

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