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Prevalência de Diástase do Músculo Resto Abdominal e sua relação com disfunções lombo pélvicas e qualidade de vida no período pós-natal

Por:   •  1/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.225 Palavras (13 Páginas)  •  286 Visualizações

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Prevalência de Diástase do Músculo Resto Abdominal e sua relação com disfunções lombo pélvicas e qualidade de vida no período pós-natal

Michelle de Oliveira Cruz1, Mayara Letícia Borba1, Priscila Almeida Barbosa2, Geovane Elias Guidini Lima3.

1 Acadêmicas do 10º período do curso de Fisioterapia da FUPAC – Fundação Presidente Antônio Carlos - Faculdade de Ubá. 2 Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Juiz Fora (2012-2014). Pós Graduada em Fisioterapia Dermato-funcional pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro (2009-2011) e Fisioterapia em Uroginecologia e Obstetrícia pela Faculdade Redentor do Rio de Janeiro (2016-17). Graduada em fisioterapia pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2003-2008). 3 Pós-Graduado em Atividade Física e Reabilitação Cardíaca UFJF e Pós-Graduado em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia pela FMRP-USP.  

 

Resumo:

Introdução: À separação dos músculos retos abdominais ao longo da linha Alba denominamos diástase do músculo reto abdominal (DMRA), comumente encontrada em gestantes e puérperas, mas também pode ocorrer tanto em mulheres na menopausa, como em homens. Objetivo: Verificar prevalência da DMRA em mulheres no período pós-natal, até 12 meses, e correlacionar a distância inter-retos e a presença de dor lombar, incontinência urinária e qualidade de vida dos avaliados. Materiais e métodos: A amostra será composta por 170 mulheres, que serão avaliadas por um único pesquisador. A avaliação consistirá na coleta de dados através de uma ficha de anamnese, mensuração da DMRA e aplicação de três questionários padronizados (SF-36, Oswestry e ICIQ-SF). Os dados obtidos serão submetidos à análise estatística mais apropriada após a coleta dos resultados.

 

 

 

 

 

 

Palavras-chave: Diástase abdominal, prevalência, qualidade de vida, incontinência urinária, lombalgia.

 

 

Endereço para correspondência: Michelle de Oliveira Cruz, Rua Lincon da Costa, 165 - Boa

Vista, Ubá – MG;CEP 36501-010  Tel: (32) 3531-5580 Email:michellecruzfisio@gmail.com

Introdução

 

No período da gestação o corpo da mulher sofre inúmeras modificações. Alterações fisiológicas, biomecânicas, funcionais, psicológicas e sociais compõem este ciclo e possibilitam o desenvolvimento e crescimento fetal 1.

No primeiro trimestre da gravidez, as adaptações físicas são pouco observadas, sendo esta fase marcada pelas alterações fisiológicas. A ação hormonal promove o aumento da retenção hídrica e a frouxidão das estruturas ligamentares, permitindo às articulações maior flexibilidade e extensibilidade. As mudanças físicas são mais evidentes a partir do segundo trimestre, dentre elas, crescimento das mamas, ganho de peso, anteriorização da cabeça, protrusão e rotação interna dos ombros, aumento da circunferência abdominal e da lordose lombar, anteversão pélvica, deslocamento do centro de gravidade e estiramento da musculatura abdominal 1,2,3.

O sistema musculoesquelético é o principal afetado, mas também o sistema respiratório, cardiovascular, endócrino, gastrointestinal, urinário e tegumentar se adéquam para melhor atender às necessidades da gestante e sua prole. Espera-se que as transformações sofridas durante a gestação, retornem ao estado pré-gravídico durante o puerpério, porém, essas adaptações adotadas nem sempre se corrigem de modo automático após o parto, persistindo por longos períodos e podendo gerar prejuízos à estética e à saúde da mulher 9,10.

A parede abdominal é composta pelos músculos retos abdominais (MRA), oblíquo externo e interno, e transverso do abdômen, que se encontram simetricamente na junção tendínea intitulada de linha Alba. A linha Alba se estende do processo xifoide até a sínfise púbica e desempenha importante papel na manutenção da estabilidade da parede abdominal. A disposição geométrica da musculatura abdominal é modificada durante a gravidez, o que implica no afastamento dos MRA, sua função permanece preservada, mas observa-se a redução da força muscular 4,5.

A esta separação dos MRA ao longo da linha Alba denominamos diástase do músculo reto abdominal (DMRA), comumente encontrada em gestantes e puérperas, mas também pode ocorrer tanto em mulheres na menopausa, como em homens. A DMRA pode ser observada em três níveis distintos: supraumbilical, umbilical e infraumbilical. Existem divergências na literatura em relação a partir de qual valor mensurado a diástase pode ser considerada patológica. A maioria dos estudos aponta que a distância inter-reto é significativa quando superior a 2 ou 3 cm 1,4,6,7,8, %.

Inúmeros exercícios e técnicas são aplicados com o objetivo de tratar pacientes encaminhados aos profissionais fisioterapeutas com diagnóstico de DMRA, como cinesioterapia, eletroterapia, método Pilates, kinesiotapping e ginástica abdominal hipopressiva 7,12,15,16.

Apesar de a DMRA ser considerada na maioria dos casos apenas um problema estético sem sintomatologias, algumas teorias indicam que ela pode predispor à lombalgia, gerar fraqueza muscular e desconforto abdominal. É comum mulheres com DMRA apresentarem baixo índice de satisfação corporal. Queixas como dor ou desconforto abdominal que piora com o movimento, dor lombopelvica e sintomas uroginecológicos, como incontinência urinária ou fecal e prolápso de órgãos pélvico também podem estar associados à DMRA, porém não existem evidências de alta qualidade que estabeleçam com clareza esta relação.  5,6,8. @

Motivação do Estudo  

   

O presente estudo é motivado pela negligência e falta de conhecimento por parte dos profissionais, principalmente fisioterapeutas, em relação à DMRA, suas consequências e tratamentos.

 

Problematização

         

A imagem corporal é uma grande preocupação da mãe logo após o parto. Apesar da maioria dos casos de DMRA serem assintomáticos, existem complicações resultantes de sua existência, como lombalgia, disfunções musculoesqueléticas e baixa autoestima, porém são poucos os estudos que confirmam a relação entre a diástase e as consequências geradas.

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