Eutanasia
Por: Rafael Almeida • 11/6/2015 • Trabalho acadêmico • 631 Palavras (3 Páginas) • 736 Visualizações
Eutanásia significa boa morte, ou seja uma morte sem dor nem sofrimento, uma morte que o médico proporciona a alguem que padece de uma enfermidade incurável e que lhe traz muito sofrimento, e através da eutanásia se busca extinguir o sofrimento do enfermo.
Mas será que realmente podemos tirar a vida de alguém mesmo que seja para aliviar o seu sofrimento? Será que é ético? Será que através da permissão da eutanásia, não estariamos dando o poder a pessoas inescrupulosas a ampliar o conceito da boa morte aos antigos sacrifícios de crianças fracas e disformes e a práticas modernas para eliminar do mundo os mendigos, loucos e incapazes incuráveis? A legalização da eutanásia pode representar um risco ao paciente terminal e um duro golpe ao relacionamento entre médico e paciente. Pode ser mais fácil, barato e conveniente eliminar mais do que cuidar.
A eutanásia é um assunto bem complexo, principalmente por tratar de problemas de ordem moral, legal e religiosa e sendo assim seus aspectos não permitem uma solução pacífica.
Segundo a constituição cabe ao Estado assegurar o direito à vida, e este não consiste apenas em manter-se vivo, mas de ter uma vida digna quanto à subsistência. Por o Estado garantir o direito à vida, proíbe a morte provocada, como a eutanásia.
Porém em certos casos a eutanásia não deveria ser tratada como uma ameaça ao direito à vida, por exemplo quando ela é utilizada nos indivíduos que apresentam morte iminente e inevitável, ou seja, quando o indivíduo estiver sobrevivendo através de aparelhos, a chamada vida vegetativa. Nesse caso como poderia o direito à vida estar ameaçado pela eutanásia, já que o indivíduo em questão não goza mais do direito à vida em sua plenitude, e nem podemos alegar que ele apresente vida digna, pois está privado de sua liberdade e do exercício de muitos de seus direitos, em suma ele não pode usufruir de um nível de vida adequado e digno, não pode ter educação, cultura, lazer e nem mesmo as suas funções vitais são autônomas. De acordo com o conceito de vida constitucional, uma pessoa nessas condições não apresenta mais vida, a sua “vida” já foi tirada involuntariamente. Então em um caso como esse será que podemos falar em violações ao direito a vida quando se utiliza a eutanásia? Nesse caso a eutanasia não estaria fazendo um favor aquela pessoa, trazendo-lhe de volta a sua liberdade e dignidade? Levando em consideração que ali não mais existe vida em sua plenitude, não seria melhor lhe retirar daquele sofrimento para que ele possa ter sua liberdade e dignidade de volta? Essa é uma das questões éticas que envolve a eutanásia e a qual talvez nunca tenha uma resposta definitiva.
Podemos concluir que a eutanásia por abordar problemas tanto no âmbito moral, como legal e religioso dificilmente chegará a uma solução. Sempre existirão aqueles que irão apoiar o seu uso e aqueles que irão se manifestar contra, e quem pode dizer quem está certo? Com toda a certeza a eutanásia pode ser utilizada para um fim ao menos em teoria benéfico, ao se ''salvar'' uma vida em estado vegetativo e trazer um pouco de paz a aquele ser e principalmente a sua familia creio que esse é um bom uso para a ''boa morte'', ao mesmo tempo que ao se permitir o uso da eutanásia pode se abrir brecha para pessoas sem escrúpulos e caráter se aproveitarem disso para eliminar algum membro da familia ou então médicos que por questão de facilidade e conveniência querem se livrar do fardo de ficar cuidando de alguem em um estado vegetativo e optam pelo caminho mais fácil que é deixar morrer, sem contar que um dos riscos de se legalizar a eutanásia é o risco de se alimentar um mercado negro de orgãos humanos.
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