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Caso Shell em Paulinha SP

Por:   •  11/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.808 Palavras (20 Páginas)  •  344 Visualizações

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SUMÁRIO

  1. Introdução2
  2. Histórico da Shell em Paulínia3
  3. Contaminação 5
  1.  Aldrin..........................................................................................................................................6
  2. Dieldrin........................................................................................................................................6
  3. Endrin...........................................................................................................................................6
  1. Problemática 7
  2. Resultados Analíticos9
  3. Remediações 12
  4. Conclusões 13
  5. Referencias Bibliográficas14

  1. Introdução

A indústria química Shell do Brasil, uma das maiores no ramo de defensivos agrícolas, que funcionou entre os anos de 1974 a 2002, instalou-se no bairro Recanto dos Pássaros no município de Paulínia, localizado a 126  Km de São Paulo, como uma área de aproximadamente 40 hectares (400.000 m²).

[pic 2]

Figura 1 - Planta industrial Shell em Paulínia

Fonte: CONJUR, 2014.

De um lado da indústria está o Rio Atibaia (Figura 2), um dos afluentes do rio Piracicaba e que abastece diversas cidades da região como Americana e Sumaré, do outro lado encontrava-se as outras indústrias, entre elas ICI, Tagma, Rhone Poulenc, DuPont, Dow e a Replan (AMBIOS, 2005 e SUASSUNA, 2001).

[pic 3]

Figura 2 - Localização Shell em Paulínia

Fonte: REPÓRTER BRASIL, 2014.

Os principais defensivos agrícolas produzidos, conhecidos como drins, surgiram nos Estados Unidos na década de 1940, na qual foram utilizados no cultivo de algodão e milho, e no controle de cupins.                                                                         Contudo, por serem altamente persistentes no meio ambiente e se acumularem na cadeia alimentar, o uso na agricultura foi proibido em 1974 no país americano, pois a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA) confirmou o alto risco de câncer e contaminação em alimentos (UMBUZEIRO et al., 2008).

  1. Histórico da Shell em Paulínia

Em 1975, a Shell do Brasil deu inicio a construção da planta industrial para fabricar basicamente agrotóxicos, principalmente compostos organoclorados como o Endrin e Aldrin e o Dieldrin, mesmo sendo aprovada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a mesma apontou, que a localização da fábrica não era ideal devido a proximidade do Atibaia e que poderia haver contaminação das águas.                                A fábrica iniciou suas atividades no ano de 1977, contava com 26 edificações (ocupando 14 hectares dos 40 hectares) e 191 funcionários. A produção anual estimada dos agrotóxicos neste ano pela SHELL encontra-se na Tabela 1, contudo, só obteve a Licença de Operação (LO) em 1978 pela CETESB.

Tabela 1 - Produção anual de defensivos agrícolas em 1977

[pic 4]

Fonte: GERDENITS et al., 2009.

Após seis meses que estava regulamentada pela CETESB, a indústria começou a receber as primeiras reclamações de odores fortes que estavam sendo emitidos.

Em 1979, a CETESB avaliou que havia emissões de poluentes atmosféricos, devido a falta de um sistema eficaz de exaustão e filtragem no incinerador de resíduos agrícolas, deste modo, em 1980 a Shell recebeu uma infração por emitir poluentes que estavam fora dos padrões estabelecidos (AMBIOS, 2005).                                                                 De 1981 a 1999 as reclamações pelos moradores do Condomínio Recanto dos Pássaros e atuações pela CETESB aumentaram significativamente, por isso em 1989 a indústria química solicitou ao órgão ambiental do estado de São Paulo a Licença de Instalação (LI) implantação de um aterro sanitário industrial, o pedido foi concedido, mas a LO ocorreu somente em 1992.                                                                                        Na década de 1990, a empresa foi ainda atuada por lançar efluentes no Rio Atibaia, produtos provenientes da produção de organoclorados, contaminando não somente as águas superficiais, mas também o solo e as águas subterrâneas (AMBIOS, 2005).                         Somente em 1995 a Shell confirmou que as águas subterrâneas estavam contaminas pelo seu processo industrial, decorrido também de diversos vazamentos no tanque subterrâneo de coleta (AMBIOS, 2005).                                                                                Em 2000 a Shell foi comprada pela Basf, contudo, outro problema já havia surgido, os moradores do Recanto dos Pássaros e funcionários foram contaminados pelos pesticidas persistentes, dos 181 moradores avaliados 66,3% apresentaram algum tipo de intoxicação crônica por organoclorados e/ou metais pesados; 24% estavam sob suspeita de quadro sugestivo de intoxicação crônica (GERDENITS et al., 2009).                                        Em 2010, as empresas foram condenadas a pagarem indenizações por danos morais causados e tratamentos médicos a sociedade próxima, mas muitos moradores e antigos funcionários até hoje não receberam o dinheiro.

  1. Contaminação

Os passivos ambientais não são os únicos meios de uma contaminação, existem outras fontes de contaminação como “emissões gasosas de poluentes; aplicação indevida de agrotóxicos; disposição de efluentes industriais e resíduos sólidos; distribuição e armazenamento de substâncias químicas e depósitos de dejetos químicos” (GÜNTHER, 2006).                                                                                                        A contaminação causada pela empresa Shell foi considerada pelo Departamento de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, uma imprudência, negligencia e imperícia dos responsáveis pela empresa. A empresa iniciou as atividades com o intuito de produzir agrotóxicos, Endrin, Aldrin e Dieldrin que são agrotóxicos organoclorados (GREENPEACE, 2001).                                                                                                Informações de vazamentos de líquidos residuais em 1978 deram inicio a inspeções que constatou um escoamento, a proximidade da empresa ao bairro Recanto dos Pássaros e o Rio Atibaia que por sinal abastece a região de Americana e Sumaré associou a uma auditoria ambiental realizada pela Environmental Resources Management In com o objetivo de fazer um levantamento do passivo ambiental da área no período de comercialização da empresa para a Cyanamide Química, onde foi constatada a contaminação de agrotóxicos (GREENPEACE, 2001 & QUÍMICOS UNIFICADOS, 2014).                                        O contagio desde organoclorados fez com que a Shell emitisse laudos técnicos apresentando se houve uma contaminação no lençol freático. Foram emitidos dois laudos, aos laboratórios do Instituto Adolpho Lutz (São Paulo) e Lancaster (Estados Unidos).                 O Instituto Adolpho Lutz não constatou nenhum tipo de contaminação, no entanto o Instituto Lancaster confirmou a presença de drins no lençol freático, sendo este laudo mantido em sigilo até o ano de 2000 onde foi considerado como um falso positivo (GREENPEACE, 2001).                                                                                                        Os drins são organoclorados pertencentes aos Poluentes Orgânicos Persistentes (POP). Em contato com a pele é associado ao comprometimento dos sistemas reprodutor, a câncer e disfunções.

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