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GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA 5S E SUAS EVOLUÇÕES

Por:   •  3/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.299 Palavras (10 Páginas)  •  238 Visualizações

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GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL:

IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA 5S E SUAS EVOLUÇÕES

Com o aumento da exigência do mercado, juntamente com a expansão e desenvolvimento industrial internacional, aumentou-se também a competitividade entre as empresas. A Gestão da Qualidade Total (GQT) é uma ferramenta que tem sido amplamente utilizada por empresas que buscam excelência e padrões internacionais nos seus produtos. A GQT fornece ferramentas e programas da qualidade que permitem a criação de sistemas e processos produtivos mais controlados, organizados, e com o mínimo de desperdícios. Nesse contexto, o Programa 5S pode ser citado como uma ferramenta de melhoria contínua, que conceitua a prática de cinco sensos. A utilização desses sensos traz benefícios às empresas, visto que estes objetivam a organização e limpeza do local de trabalham, além da redução dos desperdícios gerados no processo de produção, a fim de alcançar maior produtividade. O objetivo geral dessa revisão foi compreender as vantagens e benefícios da implementação do Programa 5S, quais são as suas principais características e como ocorreu a sua evolução para os Programas 8S e 10S nas empresas.


INTRODUÇÃO

Com a globalização houve um aumento da exigência do mercado e, consequentemente modificou-se a questão da competitividade entre as empresas. As transformações tecnológicas, científicas e políticas exigem uma posição dinâmica das empresas quanto às questões administrativas, de processo, e de qualidade dos seus produtos ou serviços. A Gestão da Qualidade Total (GQT) é um método empregado por organizações que buscam excelência e padrões internacionais de qualidade, podendo competir com o mercado interno e externo. Dentro da GQT há estratégias e ferramentas que podem ser aplicadas com o objetivo de criar sistemas controlados, ordenados, regrados e sem desperdícios, tratando também da limpeza, da autodisciplina e da saúde de colaboradores, sendo o Programa 5S o enfoque deste trabalho.

A partir de um cenário de mudanças constantes, há uma crescente preocupação por parte dos gestores em assegurar um ambiente empresarial de qualidade e que propicie o alcance dos objetivos e metas da empresa. A gestão da qualidade abrange mais do que a garantia de qualidade de um serviço ou produto, está é intrínseca ao gerenciamento dos processos da organização, e objetiva garantir a satisfação dos clientes. A introdução de programas de qualidade são uma estratégia organizacional para as empresas, e o estudo e o avanço de ferramentas utilizadas na Gestão da Qualidade Total são de extrema importância para que melhores produtos e serviços sejam entregues.

É impossível dizer que as preocupações com a qualidade dentro de uma organização sejam vistas apenas como mais um item a ser cumprido obrigatoriamente. As organizações que não a tratam como vantagem competitiva perdem mercado nacional e internacional. Nesse contexto, sabendo que as empresas buscam por competitividade, quais são os benefícios que o Programa 5S pode oferecer às empresas, e qual foi a sua evolução ao longo do tempo?


1 Qualidade e gestão: A Gestão da qualidade total

A preocupação com a qualidade sempre existiu e é inerente ao ser humano, visto que, como consumidores, buscamos sempre o melhor. Observando o mercado atual, sabe-se que o emprego da gestão da qualidade, bem como suas ferramentas, é um quesito de sobrevivência, visto que a exigência dos consumidores é crescente. A qualidade pode ser descrita como uma filosofia de atuação que tem como principal objetivo a valorização dos produtos, dos serviços e das pessoas envolvidas nesses processos (Morais, 2005).

  1. EVOLUÇÃO DA QUALIDADE

O conceito de qualidade pode ser identificado desde a época dos artesãos que concentravam todas as atividades administrativas de sua empresa em si próprios. Eles mesmos verificavam quais eram as necessidades de seus clientes, faziam o produto, vendiam e forneciam a assistência após a venda. Porém, tudo se modificou a partir da criação da oficina de artesãos, formada pelo mestre que direcionava a oficina, o ajudante e o aprendiz (Morais, 2005).

Logo após, a Revolução Industrial proporcionou um crescimento veloz das empresas, porém não havia mão de obra qualificada para os processos. Nesse contexto, surge a ideia de Taylor, que separou as tarefas de planejamento, de controle e de execução dos processos, e com isso, promoveu um aumento da produtividade. A II Guerra Mundial também trouxe à luz alguns aspectos importantes como a falta de controle e uso de tecnologias e materiais não conformes, mas nos anos 60, houveram investimentos em áreas como petroquímica e nuclear que institucionalizaram a garantia da qualidade, e a partir disso, outras empresas aderiram a esse tipo de gestão e solucionaram alguns de seus problemas (Morais, 2005).

A partir do século XIX a qualidade passou a ser uma ferramenta de controle simples, na qual, supervisores e gestores monitoravam superficialmente o processo produtivo, e por isso, era extremamente falha, gerando processos e produtos defeituosos. Como medida corretiva, surge a opção da assistência técnica para o conserto dos produtos, mas que também não corrigia problemas no processo produtivo (Camargo, 2011).

Em suma, como exposto na Figura 1, na época do feudalismo, a qualidade estava voltada a práticas de inspeção. Nas décadas de 30 e 40 surge o controle estatístico por meio da introdução de técnicas de amostragem. Nas décadas de 50 e 60 surge a Gestão da Qualidade Total, na qual a qualidade é um problema individual da empresa. Na década de 70 surge o Diálogo Interativo Semanal (DSI) que trazia variáveis informacionais que modificavam a forma de gestão a fim de melhorar os processos. Nos anos 80 surge o planejamento estratégico, e até os dias atuais, a globalização pressiona as organizações a olharem para a qualidade como um diferencial competitivo necessário à sua sobrevivência (Lima & Santiago, 2011).

Figura 1 - Evolução histórica da qualidade

[pic 1]

Fonte: LIMA e SANTIAGO (2011, p. 3).

Figura 2 - Evolução conceitual da qualidade

[pic 2]

Fonte: Adaptado de MORAIS (2005, p. 17).

De forma conceitual, como demonstrado na Figura 2, pode-se dizer que a evolução da qualidade parte da atividade de inspeção, na qual há medição, comparação e verificação dos produtos. Em seguida, há o controle da qualidade que se concentra no monitoramento dos parâmetros do processo, após há a garantia da qualidade, aonde haviam atividades planejadas e integradas que visavam a qualidade do produto final. A gestão da qualidade que promovia ações de garantia da qualidade tendo uma visão integrada da empresa e, por último, a qualidade total que visa assegurar a satisfação dos clientes (Morais, 2005; Martins & Neto, 1998).

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