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O COMPARATIVO DO PERFIL DA AIDS NO BRASIL NA ULTIMA DÉCADA

Por:   •  11/9/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.662 Palavras (7 Páginas)  •  354 Visualizações

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COMPARATIVO DO PERFIL DA AIDS NO BRASIL NA ULTIMA DECADA

Ana Paula Fonseca Frang[1], Gabriela Ramos Fontes de Lima[2], Isabela Maria Pianca de Jesus[3]

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Passados quase 40 anos do seu aparecimento, a AIDS ainda se caracteriza como uma epidemia e a cada novo boletim epidemiológico são reveladas novos delineamentos de sua propagação como a forma que se manifesta nas regiões brasileiras ou na idade da população ou na forma de contágio, sexual ou não, justificando constantes estudos. O objetivo deste trabalho é comparar o perfil epidemiológico da AIDS no Brasil na ultima década.

MÉTODO: Estudo descritivo, tipo informativo, com análise dos dados notificados pelo Ministério da Saúde de 2007 e 2016 e busca nas bases eletrônicas LILACS, MEDLINE e SciELO abrangendo artigos na integra, em português e inglês, publicados de 1980 a 2018.

RESULTADOS: A grande maioria dos portadores do HIV/AIDS é do sexo masculino, com expressivo aumento nos jovens rapazes em torno dos 20 anos e na população da 3ª idade.

CONCLUSÃO: Conclui-se que após décadas de epidemia e apesar de todos os avanços conseguidos relacionados à melhoria na qualidade de vida, ao tratamento, prognóstico e diminuição da mortalidade, a AIDS ainda é uma doença grave e incurável que requer fortes ações sociais e governamentais direcionadas a sua prevenção.

Descritores: Síndrome da imunodeficiência adquirida, Epidemia, Saúde pública.

INTRODUÇÃO

Desde sua primeira descrição em 1981, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) provocou mais de 36,7 milhões de mortes no mundo todo, o que constitui indubitavelmente uma das mais avassaladoras epidemias de toda a história1. A descoberta do vírus da imunodeficiência humana (HIV) surgiu em uma época em que as autoridades sanitárias mundiais supunham que as doenças infecciosas estavam controladas, em função das tecnologias e do saber médico moderno2.

Passados quase 40 anos da descoberta do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a despeito da tendência de sua estabilização no Brasil, ainda se considera a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) como uma pandemia3. Estima-se que em 2016 havia em torno de 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV e neste mesmo ano 1 milhão de pessoas morreram por causas relacionadas à AIDS em todo o mundo1,4. Felizmente, mundialmente, as mortes por causas relacionadas à AIDS caíram 48% desde o pico em 2005.4

No Brasil, desde a identificação do primeiro caso de AIDS no inicio dos anos 80 até junho de 2016, foram identificados 865 mil casos da doença, com 223.598 mortes5,6.

Os dados disponíveis sobre a infecção pelo HIV e AIDS são oriundos dos sistemas de notificação compulsória criado pela portaria nº204, de 17 de fevereiro de 2016 do Ministério da Saúde e as fontes utilizadas para a obtenção dos dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), sistema alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória. Ressalta-se que a notificação compulsória da infecção pelo HIV é muito recente, o que impede uma analise epidemiológica rigorosa com relação às tendências da infecção no Brasil6.

Espera-se que as informações contidas neste documento sejam úteis com o subsídio à tomada de decisões em todos os níveis de prevenção e manutenção da saúde. Este trabalho justifica-se pela importância em conhecer o perfil epidemiológico e a situação social e clínica dos pacientes com HIV no Brasil, para que se possa, sempre, determinar medidas preventivas e de melhoria na qualidade da assistência a esses pacientes.

MÉTODO

Trata-se de um artigo informativo, visando a caracterizar o atual perfil da AIDS no Brasil.

Foram analisados os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, divulgados pelo Boletim Epidemiológico AIDS/DST notificados até 30/06/2017 pelas Secretarias de Saúde dos Estados onde se encontram os casos de AIDS diagnosticados em todo território brasileiro.

O estudo foi ampliado por meio de buscas a referências bibliográficas nas bases de dados online LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e SciELO (ScientificElectronic Library Online) acessadas por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com utilização dos descritores: Síndrome da imunodeficiência adquirida, Epidemia e Saúde pública. Foram utilizados como critérios de inclusão para a busca artigos em português e inglês disponibilizados na íntegra e publicado no período de 1980 a 2018.

RESULTADOS

Analisou-se um período de 10 anos, entre 2007e 2016 quando foram notificados ao SINAN do Ministério da Saúde 177.846 casos de AIDS6.

Os dados foram dispostos nas Tabelas 1, 2 e 3.


Tabela 1 – Dados demográficos pacientes com AIDS

[pic 1]

FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. 2017

Tabela 2 – Formas de Exposição à AIDS

[pic 2]

FONTE: BRASIL. Ministério da Saúde. 2017

DISCUSSÃO

Atitudes governamentais como a produção local e distribuição de medicamentos antirretrovirais sem custo adicional para os pacientes desde 1996, além da implantação na rede pública de laboratórios para diagnóstico e acompanhamento de pacientes, têm proporcionado mais qualidade de vida e aumentado a sobrevida de pessoas com AIDS7.

Os dados de gênero, etários, demográficos e sociais, quando não referenciados referem-se à Tabela 1. Por gênero, o percentual de homens infectados desde 2007 cresceu bem mais que o de mulheres, acentuadamente entre os 10 e os 20 anos, confirmando que a adolescência é uma etapa da vida, em geral, saudável e o exercício da sexualidade, que frequentemente se inicia nesta idade, tem tido consequências para as quais é necessário um olhar mais cuidadoso8.

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