O DESEMPENHO DO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO EM 2011
Por: Eduardo Ferreira • 22/4/2015 • Artigo • 2.940 Palavras (12 Páginas) • 393 Visualizações
O DESEMPENHO DO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO EM 2011
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo primordial avaliar o desempenho do Ensino Médio brasileiro no ano de 2011 com base na análise de dados das macrorregiões do país, englobando dessa forma tanto a rede privada quanto a pública. Tal avaliação foi realizada por meio de uma análise multivariada produzida no programa estatístico R-Project com fonte de dados do INEP, com orientação do professor Bruno Simões.
Palavras-chave: Ensino Médio. Estatística. Desempenho. Análise.
INTRODUÇÃO
Principais ideias do artigo, fundamentação lógica. Assunto +objetivos
ANÁLISE
- MATERIAL E MÉTODOS
Os dados foram coletados de forma a comporem uma tabela que pudesse ser utilizada no programa R-Project e produzir informações estatísticas. O referencial teórico usado foi o Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2012, produzido pela Editora Moderna em parceria com o movimento Todos pela Educação, podemos encará-lo como uma ferramenta para compreender melhor a educação brasileira que ainda esta distante de ser um direito a todos.
No presente artigo a pesquisa foi realizada através de uma análise multivariada de métodos quantitativos com o uso de quatro variáveis principais: média por turma, média hora-aula, taxa de aprovação e reprovação. A segmentação foi feita em macrorregiões brasileiras (Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste) sendo cada uma delas dividida pelo conceito de localização urbana ou rural e subdivididas pela esfera de poder a qual respondem (federal, estadual ou municipal) com o adicional do setor privado, o que permite uma comparação entre ensino médio público e particular.
Ao analisarmos o conjunto das variáveis, observamos algumas combinações lineares que simplificariam as informações contidas na multivariada original. Verificamos que a componente PC 1 consegue reproduzir fielmente aproximadamente 50% das variáveis, o PC 2 22% e o PC 3 20%. Entretanto, a partir da componente 4 a análise apresenta distorção nas representações. Com o objetivo de definir o arranjo que melhor representa a distribuição dos dados, escolhemos 3 componentes representativas dentre as 12 presentes no conjunto.[pic 1]
PC 1, PC2 e PC3 são identificados pelas variáveis a seguir com os seus respectivos pesos:
Variáveis | PC 1 | PC 2 | PC 3 |
X1ª.série.EM.APROV.TXR | 0.3422815 | -0.21505034 | 0.14022664 |
X1ª.Série.EM.MHA | -0.1734780 | -0.52728377 | -0.03384918 |
X1ª.Série.EM.MT | -0.1991605 | 0.02765833 | 0.53914724 |
X1ª.série.EM.REPROV.TXR | -0.3745919 | 0.01114444 | -0.08160280 |
X2ª.série.EM.APROV.TXR | 0.3478094 | -0.22389587 | 0.18979671 |
X2ª.Série.EM.MHA | -0.1875036 | -0.53152859 | 0.01308414 |
X2ª.Série.EM.MT | -0.2040562 | 0.09695064 | 0.52846895 |
X2ª.série.EM.REPROV.TXR | -0.3856224 | 0.03180910 | -0.13604390 |
X3ª.série.EM.APROV.TXR | 0.3486880 | -0.19603787 | 0.17520396 |
X3ª.Série.EM.MHA | -0.1702833 | -0.53757932 | -0.01101090 |
X3ª.Série.EM.MT | -0.1879200 | 0.06065500 | 0.54427061 |
X3ª.série.EM.REPROV.TXR | -0.3746979 | 0.02591036 | -0.14429982 |
A primeira componente representa o desempenho escolar, pois ela abrange em sua análise mais negativa as taxas de reprovação da 1º, 2º e 3º série do Ensino Médio, enquanto que a sua análise mais positiva nos mostra os índices de aprovações nos mesmo anos do Ensino Médio no Brasil.
A segunda componente representa a média de horas aulas cumpridas pelos alunos no mesmo período.
De acordo com o gráfico, podemos analisar que quanto mais aprovações na sala, maior será a média hora-aula e consequentemente a sala terá uma média da turma alta, sendo a 3º Série a melhor na representação que foi sumarizada, tendo uma média hora-aula de 20% superior ao normal, e também tendo um índice de aprovação de 40%.
[pic 2]
Ao analisarmos a Matriz de Dispersão PC 1 a seguir, notamos a forte relação entre as variáveis PC1 e Reprovação nos 1º Anos do Ensino Médio, 2º ano e 3º.
Na realização do resumo numérico desta matriz de correlação e em análise separada, é possível ver que a PC1 gera relações negativas com os fatores por ser a principal componente deles e justamente representar os seus respectivos pesos mais negativos, pois caso a escolha fosse por aqueles mais positivos, a variável seria a aprovação no ensino médio, caracterizando a PC1 como componente de desempenho. A 2º Série do Ensino Médio tem uma forte relação com a 3º série do mesmo ensino, o que pode ser explicada pela continuidade ao longo do ano letivo de faltas na escola, queda nas respectivas horas médias, queda no rendimento individual e outros, fazendo com que no último ano seja o de maior dificuldade escolar, além de ter as que foram acumuladas da Série anterior, tendo como base a sua má conclusão de Ensino. A mesma explicação pode ser dada para a forte correlação entre a 1º Série e a 2º do Ensino médio, em anos consecutivos que as reprovações novamente aparecem. As de menores correlações, porém com um índice ainda alto são as representadas na correlação da 1º Série com a 3º Série, pois anos que não são consecutivos e que portanto, apresentam um espaçamento maior, dando ao aluno tempo para se recuperar. Analisando mais profundamente o caso, descobriu-se que de acordo com pesquisas do censo escolar, o ano de 2011 apresentou a maior taxa de reprovação no ensino médio desde 1999. Um dos pontos que pode sustentar o aumento da reprovação no ensino médio, é o fato de haver uma diminuição da taxa de evasão, o que significa que as escolas estão retendo por mais tempo os estudantes do que anteriormente, esse argumento pode sustentar também o aumento da distorção entre idade e série, que cresce ainda mais com o passar dos anos. Ou seja, o país tem avançado em sua meta de universalizar o ensino e manter os jovens por mais tempo na escola. O problema é que, ainda que permaneçam mais anos na escola, nem sempre conseguem progredir nos estudos, o que infelizmente ocorre já que apenas 30% dos estudantes que iniciam o ensino médio possuem um conhecimento satisfatório da disciplina de Língua Portuguesa, e apenas 10% dominam o conteúdo de matemática.
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