O USO DE DROGAS POR ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO. A NECESSIDADE DE QUE A TEMÁTICA SEJA INTEGRADA À AGENDA DA ESCOLA DE FORMA ABRANGENTE E INTERDISCIPLINAR
Por: Ana Cecília Salvador • 6/11/2015 • Artigo • 4.554 Palavras (19 Páginas) • 744 Visualizações
O USO DE DROGAS POR ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO. A NECESSIDADE DE QUE A TEMÁTICA SEJA INTEGRADA À AGENDA DA ESCOLA DE FORMA ABRANGENTE E INTERDISCIPLINAR
Hugo Henrique Lube da Silva – hugolube@hotmail.com
(Autor do artigo)
Ana Cecília Salvador – anacsalvador07@gmail.com
(Autora do artigo)
Prof. Esp.Sonimar de Morais Hoffmann
Pedagoga / Escolar
Especialista em: Psicopedagogia ( FAFIA), Pedagoga Empresarial e Gestão de Pessoas(FAFIA), Relações Étnicas Raciais (UFES)
(Orientadora)
RESUMO
O presente artigo tem por finalidade demonstrar a necessidade da inserção de temas relacionados ao uso de drogas por estudantes de Ensino Médio, tanto na grade curricular desses alunos, quanto em atividades externas realizadas nas escolas. Realizou-se estudo bibliográfico de pesquisas desenvolvidas em escolas de diversas regiões do Brasil, relacionadas à temática ora discutida. Apurou-se que é crescente o número de estudantes do Ensino Médio que fazem uso de drogas lícitas e ilícitas. Demonstrou-se que a escola é um ator social importantíssimo para a conscientização desses alunos acerca dos efeitos desastrosos que o uso de drogas pode causar ao seu desenvolvimento físico e mental e à sua inserção na sociedade. Concluiu-se que a temática em questão deve ser integrada à agenda da escola de forma permanente, sendo abordada interdisciplinarmente, tanto em sala de aula quanto em atividades extracurriculares desenvolvidas pelas escolas.
Palavras-chave: Uso de Drogas; Ensino Médio; Importância da Escola
1. INTRODUÇÃO
Não é novidade que um número cada vez maior de jovens e adolescentes estudantes fazem uso de drogas no Brasil. Em rápida pesquisa nos jornais, revistas e websites brasileiros, um olhar um pouco mais atento nota que o consumo de substâncias psicoativas por esses indivíduos é extremamente elevado nos dias atuais. Nota-se também que essa prática pode ter efeitos nefastos na vida desses jovens e adolescentes.
O uso de substâncias psicoativas por jovens estudantes, sejam elas ilícitas, como a maconha e a cocaína, sejam elas lícitas para o consumo adulto, como o álcool e o cigarro, pode interferir diretamente no desenvolvimento físico, mental e social desses indivíduos, comprometendo sensivelmente seu desempenho escolar.
O meio acadêmico tem se debruçado sobre o assunto. Em pesquisa bibliográfica, foram encontrados diversos trabalhos que tratam dessa temática, mediante a realização de pesquisas com jovens e adolescentes de escolas de diversas regiões do Brasil. Os resultados obtidos têm confirmado as análises iniciais, uma vez que os índices encontrados para estudantes que fazem uso de algum tipo de substância psicoativa é extremamente elevado em todas as regiões apontadas nos trabalhos citados neste artigo.
No que se refere a controle do uso de substâncias psicoativas, de um modo geral, alguns atores sociais têm papel importante, como a família, as organizações religiosas, filantrópicas e esportivas, e os órgãos e entidades instituídos pelo Poder Público. Esses mesmos atores sociais são fundamentais para que cada vez menos jovens e adolescentes se vejam envolvidos com o mundo das drogas, mas nesse caso em específico, há um ator social cujo poder de controle e transformação se sobressai em relação aos demais: a Escola.
Nesse contexto, o presente artigo tem por finalidade demonstrar a necessidade de que sejam implantadas, no sistema educacional brasileiro, políticas de permanente conscientização dos estudantes quanto aos inúmeros prejuízos que o uso de substâncias psicotrópicas pode lhes trazer, incluindo essa temática na agenda das escolas de Ensino Médio de forma abrangente e interdisciplinar.
2. O HOMEM E AS DROGAS
Por distintas razões, ao longo da história, o uso de substâncias psicoativas sempre esteve presente na rotina e cultura das sociedades erguidas pelo homem. Trata-se de prática quase que inerente ao ser humano, desde as civilizações mais longínquas até o atual contexto histórico.
Ao observar a história da humanidade, nota-se que o homem sempre conviveu com o consumo de drogas sem que isto fosse motivo de alarde social. Os seres humanos buscaram o prazer, o alívio da ansiedade e outras alterações do nível de consciência por meio da ingestão de várias substâncias naturais ou sintéticas (PASUCH; OLIVEIRA, 2014, p. 172, apud SANCEVERINO; ABREU, 2004).
Sem negar o papel de quase protagonismo que as substâncias psicotrópicas tiveram na construção do homem em sociedade, hoje é muito claro para as instituições, sejam elas públicas ou privadas, que as drogas são extremamente prejudiciais ao ser humano. Por ser tema já extremamente estudado e debatido, não se tem mais qualquer dúvida sobre o mal que as substâncias psicotrópicas causam à saúde humana, às famílias e instituições por ela afetadas e ao Poder Público que as tem fora de controle.
O uso de substâncias psicoativas tornou-se motivo de preocupação a partir dos anos 1960, a ponto de ser considerado um problema de saúde pública devido ao crescente consumo, principalmente entre os jovens, pelos riscos que oferecem à saúde, além dos problemas sociais associados ao uso dessas substâncias (PASUCH; OLIVEIRA, 2014, p. 172, apud DEZONTINE et al., 2007).
Na atualidade, é sobre os jovens e adolescentes que recai a maior preocupação do Poder Público em relação às drogas. Por ser marcada por uma série de transformações de ordem biológica, social e emocional, sendo ainda o momento de afirmação da personalidade do indivíduo, a adolescência costuma ser uma etapa da vida em que há maior risco de envolvimento com substâncias psicoativas.
A adolescência se caracteriza como uma fase de procura, de descobertas, na qual os adolescentes dão muita importância aos seus grupos, seus relacionamentos, e terminam por entrar em conflito consigo mesmos e com a família quando assumem participar de novos espaços e novos comportamentos. Esses espaços muitas vezes os tornam mais vulneráveis a situações externas, tais como o consumo de drogas, delinquência e condutas sexuais de risco (MONTEIRO et. al., 2012, p. 345).
No Brasil, apesar de haver campanhas de combate ao uso de drogas por jovens e adolescentes, é grande e preocupante quantidade de indivíduos daquela faixa etária que fazem uso contínuo ou que já experimentaram algum tipo de substância psicoativa. Igualmente preocupante é a quantidade de estudantes de Ensino Médio que fazem uso de substâncias psicoativas, nas escolas brasileiras.
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