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A Crise da Argentina

Por:   •  25/11/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.948 Palavras (8 Páginas)  •  105 Visualizações

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Fernando Travessoni - 1821568766

Evander Mendes Botura - 1821568849

Filippo Parente - 1821568730

Gustavo Januário - 1821568727

Trabalho crise da Argentina

 

Trabalho avaliativo sobre o tema “Crise da Argentina” para a disciplina de Mercados e Capitais, ministrada pelo Prof Alexandre Cabral, no curso de Administração do Ibmec São Paulo.

 

 

 

 

São Paulo,

 Outubro de 2020

Introdução

No começo do século 20, a Argentina era, em grande parte, um país exportador de commodities, em especial produtos agrícolas, trigo e carne bovina.

Uma primeira queda do padrão de vida argentino ocorreu com a segunda guerra mundial, na qual a neutralidade, ao não escolher um lado, dificultou as possibilidades de comércio internacional com outros países, ou seja, como o principal meio de arrecadação era a exportação,  o governo sofreu o impacto de  tal queda, causando desconfiança interna.

Em 1943, com uma enorme agitação política, resultante do enfraquecimento econômico, houve um Golpe Militar na Argentina, o qual levou os militares ao poder. Com isso, em 1946, o secretário de trabalho, o Coronel Juan Domingo Perón, assumiu a presidência do país. Sua gestão se baseava no populismo, na qual a nacionalização de empresas estrangeiras e ferrovias era sua política industrial. Entretanto, durante os 5 anos de seu governo, ocorreu um aumento do salário real da população em 25%, impossibilitando qualquer possibilidade de crescimento industrial nacional. Como consequência desses atos, mirando apenas o curto prazo e não vislumbrando o longo prazo, o país mergulhou em crescentes déficits em conta corrente.

Em 1955, ainda com uma enorme instabilidade econômica, mais uma vez o país sofreu um golpe militar, depondo Juan Perón de seu cargo. Durante o período de 1955 até 1973, o país passou por vários presidentes militares e civis. Porém, em 1973, Perón retoma ao poder até sua morte em 1974, sendo sucedido por sua esposa, Isabel, que esteve no poder até 1976. De 1976 a 1983, o governo passou por regimes militares, na qual tiveram desmedidas supressões dos direitos humanos e perseguições políticas.

Na tentativa de estabilizar a economia, o governo lançou um plano económico, La Reforma Financeira, em 1977. Ele se baseava na liberalização da conta capital, liberalização das taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras e abertura do mercado financeiro para players internacionais.

Em 1979, ainda não satisfeitos com os níveis atuais da inflação, o governo passou a adotar uma âncora cambial, pré-fixando depreciações cambiais com o uso da tablita cambiaria. Para o mercado, o conhecimento antecipado das depreciações cambiais futuras e altas de juros praticadas pelos bancos argentinos, a possibilidade de ganhos de arbitragem era perfeita. Durante esse período, a dívida externa notoriamente impactada pelas operações de arbitragem de juros pelo mercado financeiro aumentou de US$11,7 bilhões para US$21,1 bilhões.

Com o cumprimento da tablita impossível de ocorrer e uma maxi depreciação cambial de 231%, que ocorreu pela âncora cambial, houve o fim do programa de depreciação controladas, em 1981. Em 1982, a atenção precisava sair dos erros macroeconômicos do país, assim, ocorreu a invasão das Ilhas Malvinas, região dominada pelos britânicos.

Em 1985, o presidente civil, Raúl Alfonsín, elaborou o Plano Austral, na tentativa de colocar a nação de volta aos trilhos da estabilidade econômica. O plano era baseado nos seguintes pilares: maxi depreciação cambial inicial; congelamento de preços e salários; redução das taxas de juros, depósitos e empréstimos; nova moeda(austral); uma nova tablita.

É possível observar a semelhança desse plano argentino com o Plano Cruzado (Brasil), na qual houve uma falsa percepção de controle da inflação nos primeiros anos. Assim, em 1989 a inflação fugiu completamente do controle atingindo 3080%.

Pré-crise

Com um cenário de terras arrasadas, completo descontrole econômico e enfraquecimento político, o até então presidente Raul Alfonsin renúncia seis meses antes de acabar seu mandato. Carlos Saul Menem assume em seu lugar com dados econômicos horríveis. A tabela abaixo expõe isso:

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

PIB real (% anual)

 2,0%

-7,0%

7,1%

2,6%

-1,9%

-6,9%

-1,8%

Depreciação nominal

518,0%

639,8%

50,7%

164,1%

292,0%

4770,8%

838,5%

IPC

626%

672%

90%

131%

343%

3080%

2314%

Dívida pública bruta (% PIB)

54,6%

n.a

55,9%

74,1%

61,4%

118,2%

48,5%

Dívida pública externa bruta (% exportação)

438,1%

486,8%

652,7%

814,4%

585,4%

610,0%

446,2%

Dívida externa

(USD Bilhões)

40,7

nd

52,3

51,0

75,0

64,4

59,8

Base monetária

(%

crescimento)

435,7%

386,9%

34,7%

94,7%

417,8%

5169,2%

880,7%

Conta corrente

(% PIB)

-3,2%

-1,4%

-3,9%

-5,7%

-1,7%

-2,4%

3,7%

Balança comercial

(USD Bilhões)

3,52

4,58

2,10

0,54

3,81

5,37

8,28

Reservas Internacionais

(USD Bilhões)

3,5

6,0

4,3

3,0

5,0

3,4

6,2

Taxa de câmbio real X USD

(2001=1)

1,82

2,17

1,83

1,86

1,79

2,85

1,43

Importação (USD Bilhões)

4,58

3,81

4,72

5,82

5,32

4,20

4,08

Exportação (USD Bilhões)

8,11

8,40

6,85

6,36

9,13

9,57

12,35

...

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