A Gestão em Saúde
Por: Lana Meijinhos • 13/5/2019 • Resenha • 3.809 Palavras (16 Páginas) • 281 Visualizações
Portfólios
Docente: Paulo Eduardo Xavier de Mendonça
Discente: Laiz Pangracio Amaro Paiva Marinho
Rio de Janeiro
2018
Problema A
Texto 1: Princípios da administração de Idalberto Chiavenato - capítulos 3 e 4
Ler os capítulos em questão me fez identificar em algumas situações cotidianas a presença e aplicação de ideias oriundas dos métodos de administração científica trabalhados: Taylorismo e Fordismo.
Entretanto, é importante destacar que não me refiro aqui às questões fabris que surgiram nesses ambientes e que tinham como objetivo central auxiliar, fornecer melhorias e aumento de produção e lucro, mas sim, a cenários e contextos que fizeram/fazem parte do meu dia a dia.
O primeiro pensamento que tive ao ler o texto e discuti-lo em sala de aula refere-se a recordações da minha infância. Quando criança estudava em uma escola distante da minha casa e por isso acordar cedo sempre foi a minha rotina. Acordava um pouco antes das cinco horas da manhã para sair de casa antes das seis e sem atrasos. Visto isso, minha mãe sempre organizava tudo o que eu precisava e ordenava de maneira que eu não precisasse procurar nenhum utensílio e não ter um consequente atraso. Meias, prendedores de cabelo, lanche, água, café da manhã já preparado, mochila perto da porta, eram alguns dos itens que minha mãe se atentava.
Ainda nessa mesma situação, desde sempre e por consequência desse pequeno espaço de tempo entre acordar e ir para escola, quando tardava um pouco a mais em alguma atividade matutina sempre ouvi minha mãe falar “Tempo é dinheiro, Laiz!”, na intenção de me apressar.
Diante da leitura e de minhas memorias fiz uma associação imediata entre essas situações que vivi com as ideias desenvolvidas por Taylor, onde minha mãe buscava incansavelmente eliminar o desperdício de tempo que existiria e consequentemente ganhar produtividade no sentido de que eu estaria sempre ocupada desempenhando alguma tarefa e produzindo o meu auto preparo da maneira mais ágil e acelerada possível, e ainda, com os princípios básicos de Fayol, onde havia uma ordem, uma divisão de tarefas onde a minha parte consistia apenas em ficar pronta dentro do tempo, autoridade e ainda um espírito de equipe.
Outra lembrança surgiu a partir do filme a “Fantástica fábrica de chocolate”. O filme que conta a história de Charlie e a realização de seu sonho de conhecer a fábrica de chocolate apresenta duas cenas que se relacionam fortemente com uma das consequências da administração científica: A nova Revolução Industrial.
No mundo da fantasia do filme, a realidade aparece quando o pai do protagonista perde seu emprego na fábrica de pasta de dente. Ali desempenhava uma única função: a de tampar cada tubo de pasta de dente durante todo o dia, evidenciando assim, ideias do modelo Fordista, onde há alienação do empregado e não especialização do mesmo.
A demissão do personagem evidencia o desemprego estrutural, onde o empregado perde o seu ofício, tornando-se obsoleto por consequência da implantação de tecnologias/máquinas nos ambientes fabris.
Entretanto, para não ficar sem nenhuma fonte de renda, o pai de Charlie (protagonista) se torna um operador de máquina. Nas cenas finais da obra é retratado e narrado o desempenho dessa função: “O pai de Charlie conseguiu um emprego melhor na fábrica de pasta de dente: Consertando a máquina que o substituira”.
Portanto, assim como os capítulos apresentam, a administração científica trouxe uma série de consequências, dentre as quais estão o desenvolvimento de modelos de produção, Revoluções industriais entre diversos outros desdobramentos a nível social. Ideias desenvolvidas por Taylor, Ford, Fayol, ainda se mantem em espaços de produção nos dias atuais, contudo, não se limitam apenas as fábricas ou grandes indústrias, Estando presentes em diversos outros espaços e serviços, como por exemplo em serviços de saúde onde o processo de trabalho e o objetivo de produzir o cuidado pode estar baseado em alguma noção desses pensadores; escolas, onde a produção do conhecimento e formação do próprio aluno muita das vezes é feita em “massa”, onde que para gerar a ciência nos estudantes e outros “lucros” – aprovações em vestibulares - não levam em consideração a particularidade de cada individuo e suas possíveis dificuldades e criam indivíduos padronizados.
Problema B
Texto 2: Princípios da Administração de Idalberto Chiavenato – Capítulos 5 e 10
O problema B, referente aos desafios do processo de interiorização da atenção à saúde é uma questão que já havia discutido indiretamente há alguns anos, quando ainda estava no ensino médio. Recordo que minha professora de redação trouxe o programa mais médicos como tema para a discussão e posterior criação de texto em sala de aula. Em nenhum momento houve imparcialidade em suas falas, onde ela deixava claro que não concordava em “trazer” médicos de outros países para o Brasil, visto que no país já existiam muitos desses profissionais e que só não estavam em todos os lugares porque, segundo ela, “o governo não pagava bem”.
Hoje, após a leitura da bibliografia, conversas em sala e pesquisas sobre o programa, discordo dessa generalização que minha antiga professora defendia, onde todos os profissionais médicos do Estado são movidos exclusivamente e unicamente por retornos financeiros, seguindo a ideia de homo economicus presente na base da administração científica.
Acredito que os estímulos salariais são de extrema importância quando falamos de incentivo ao recrutamento e fixação desses profissionais em áreas mais distantes dos grandes centros urbanos. Contudo, o dinheiro não constitui o único fator motivacional. A necessidade de reconhecimento, aprovação social, participação em grupos o cercam, condições de trabalho, infraestrutura do ambiente, serviços existentes são apenas alguns dos fatores motivadores.
Dessa forma, acredito na ideia de “homem economicamente social”, onde há uma união entre as noções percussoras da administração científica mencionado anteriormente – homo economicus – e da teoria das relações humanas – homem social. O indivíduo pode e é os dois em um único ser.
Portanto, propiciar condições que atendam os anseios econômicos e sociais de um indivíduo pode ser uma possível solução para o problema trabalhado. Sendo assim, melhorar as condições de trabalhos em áreas onde estas são precárias, realizar congressos, palestras, cursos de especializações seriam alguns recursos que poderiam vir a estimular os profissionais médicos.
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