O Fordismo, Toyotismo e Volvismo
Por: Thalia Vieira Prado • 1/3/2020 • Resenha • 860 Palavras (4 Páginas) • 352 Visualizações
Fordismo, Toyotismo e Volvismo
Há muito tempo Henry Ford e o modelo T são símbolos da moderna era industrial. Até mesmo o posterior crescimento e o sucesso da General Motors, rival da Ford, deveu-se em grande parte à necessidade de a GM encontrar uma resposta inovadora ao Modelo T. Quando surgiram, no início do século passado, os automóveis eram símbolo de status e fortuna, quase uma exclusividade dos ricos. Ford pretendeu modificar isso: o modelo T seria feito para as massas – um carro que virtualmente qualquer pessoa pudesse comprar. Ele entendia que a única forma de fabricar um carro assim era produzir em grande quantidade e o baixo custo. Ford concentrou seus esforços em sua fábrica na eficiência, mecanizando sempre que possível e dividindo as tarefas em seus menores componentes. Um trabalhador faria a mesma tarefa sempre e sempre, produzindo não uma peça inteira, mas apenas uma das operações necessárias à produção do todo; a peça incompleta seria então passada a outro trabalhador, que contribuiria com a operação seguinte. Ford conseguiu atingir uma eficiência notável. Entretanto, a mecanização da fábrica teve alguns efeitos adversos. Quanto mais Ford pressionava seus empregados, mais descontentes eles ficavam. Isso contribuiu para o aumento do Turnover e do Absenteísmo. A ideia do homem como máquina ficou notável nesta época. Cada um executava sua função, para que o todo funcionasse. Isso provocou a desumanização do trabalho. O sistema era coordenado diretamente pelo dono, que tinha contato com todos os envolvidos: clientes, operários, fornecedores etc. A ascensão de novos concorrentes, vindos do Japão, colocou definitivamente em cheque o modelo de produção em massa.
O sistema Toyota de produção pode ser associado a metáfora do organismo. O fundador da Toyota, Sr. Eiji Toyoda nos anos 50 visitou as fábricas da Ford e quando retornou ao Japão tinha uma modesta convicção consigo: "havia algumas possibilidades de melhorar a produção". Junto da aplicação das ideias de Toyoda e outros fatos possibilitaram o nascimento do novo modelo de produção, bem como um novo modelo de relações capital - trabalho, através do emprego estável, promoções por antiguidade, participação nos lucros e treinamento de funcionários. Como características deste modelo, podemos destacar: trabalhos em grupos, com várias responsabilidades e agrupados a um líder; operários responsáveis pela qualidade, possuíam autonomia para a produção sempre que identificassem problemas nos produtos, gerando a longo prazo um aumento significativo na qualidade; Just-in-time, controle do fluxo de componentes e redução de estoques intermediários; flexibilidade compatibilizando as necessidades do consumidor com as mudanças tecnológicas, integração de processo, produto e engenharia industrial (enquanto Ford e GM produziam 1 modelo por planta, a Toyota produzia 3 modelos e o ciclo de vida dos produtos japoneses tinham a metade dos produtos europeus e americanos). Embora o sistema Toyota apresentava diversos avanços em relação ao sistema Taylorista, também apresentava alguns problemas, sendo o mais crítico o modelo de Keiretsu, pois se assemelha ao sistema feudal.
O modelo Volvo de produção se assemelha a um cérebro. Esta metáfora apresenta as características de um Holograma, que pode ser definida da seguinte forma: faz o todo em cada parte, cria a conectividade e redundância, cria a simultaneamente a especialização e a generalização e cria a capacidade de auto-organização. Como características deste modelo, podemos destacar: flexibilização funcional (alto grau de automação e informatização), gerando uma produção diversificada de qualidade; internacionalização da produção e a democratização da vida no trabalho (representada pelo baixo ruído, ergonomia, ar respirável, luz natural, boas condições de trabalho); treinamento intensivo, tendo 4 meses de treinamento inicial mais 3 períodos de aperfeiçoamento, ao final de 17 meses um operário estaria apto a montar totalmente um automóvel; produção manual e alto grau de automação; flexibilidade de produto e processo; possibilitou a redução da intensidade do capital investido; aumento de produtividade, redução de custos e produtos de maior qualidade.
...