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Resenha Crítica Sobre o Artigo de Analise Gerencial em Natal

Por:   •  26/6/2020  •  Resenha  •  3.498 Palavras (14 Páginas)  •  279 Visualizações

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FICHAMENTO

Referência do Artigo dentro das Normas da ABNT

DOS SANTOS, João Victor Joaquim et al. Análise dos artefatos gerenciais utilizados pelos food trucks da cidade de Natal/RN. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 7, n. 3, p. 105-126, 2017.

Ideia Principal do Artigo (envolve a problemática (contexto) e o objetivo do artigo)

O referido artigo tem como base estudar os principais artefatos gerenciais usados pelos estabelecimentos de Food Truck em Natal/RN, envoltos no turbilhão da economia brasileira e no imenso universo das micro e pequenas empresas, tendo como referência o modelo proposto pelo International Federation of Accountants (IFAC), baseado nos 4 estágios do International Management Accounting Practices 1 (IMAP 1). Junto a objetividade geral de compreender melhor as MPE’s e ajudar os gestores na difícil tarefa de sobreviver em meio a dificuldade gerada pela falta de conhecimento básico na área de administração e gestão.

Metodologia Adotada

Os autores se utilizaram de métodos básicos para analise com um estudo de caso exploratório qualitativo descritivo, usando Yin(2010), Ishak e Bakar (2014), (BALDIN; MUNHOZ, 2011), (SOUZA et al., 2013), Bardin (2011), Flick (2009) e o IFAC(1998) como referência para os resultados. Através de pesquisas semi-estruturadas individuais, em conjunto com a técnica de snowball sampling e a analise codificada axial aberta atraves do software ATLAS.ti®.

Principais Conceitos (apenas citar os conceitos, não é necessário discorrer a respeito de cada um deles)

Todo o artigo se baseia na ideia do IMAP 1, sendo esse o unico conceito apresentado pelos autores, sendo dividido em 4 estágios. O primeiro estágio é onde encontramos os artefatos voltados para a determinação de custos (custeio por absorção, custeio variável, custeio ABC e etc...) e controle financeiro (retorno sobre investimento, fluxo de caixa, capital de giro, demonstrativo de resultado, balanço patrimonial e afins).

Já  o segundo vem  abordando temas sobre o planejamento das atividades e controle gerencial;

Quanto ao estagio terceiro do modelo, podemos encontrar os artefatos referentes ao controle de redução de custos e perdas de recursos;

No tocante ao quarto estágio, o modelo discorre sobre os artefatos mais novos da contabilidade gerencial, sendo esses utilizados para a criação de valor da empresa para os clientes.

Apresentação e Análise dos Resultados

O segundo e o terceiro capítulo são utilizados para explicar aos leitores o que é e como funciona o modelo citado, que servirá de base para tudo que é pesquisado no artigo, e apresentar um pouco sobre as empresas entrevistadas, como nível de escolaridade dos gestores, tempo de atuação da empresa, tempo de duração da entrevista e qual o segmento do food truck.

A análise dos resultados se encontra dentro do 4º capítulo, onde há uma visão geral de suas seções posteriores, pondo em vista os principais artefatos encontrados dentro de cada estágio, sem se aprofundar na explicação, em conjunto com a apresentação dos resultados encontrados em cada empresa, baseando-se no IMAP 1.

Na seção 4.1 aborda-se sobre o 1º estagio, onde encontramos os artefatos voltados para a determinação de custos (custeio por absorção, custeio variável, custeio ABC e etc...) e controle financeiro (retorno sobre investimento, fluxo de caixa, capital de giro, demonstrativo de resultado, balanço patrimonial e afins). A partir de trechos retirados das entrevistas é explicado como as empresas F2, F6 e F7 se utilizam de alguns desses itens, em seguida comparam os dados recolhidos com outras análises de autores citados, debatendo sobre a importância dos métodos de custeio para a tomada de decisão e precificação dos produtos. Argumentando sobre os métodos para fazer a correta divisão das etapas e como alguns modelos são ineficientes para as entidades.

A segunda seção incorre sobre o 2º estagio do modelo, abordando temas sobre o planejamento das atividades e controle gerencial, a exemplo, preço de transferência, moeda constante, valor presente, orçamento, descentralização e valor de transferência, destaca-se que apesar da importância desses itens, apenas o orçamento foi encontrado em meio as 8 empresas, sendo essas F2, F4 e F8, ainda assim, sendo usado de forma ineficiente. Contrapondo os estudos encontrados por SILVA, I. J. D. V.; LUCENA, W. G. L. Tomada de decisão: um estudo sobre a utilização de artefatos gerenciais pelas empresas da grande João Pessoa (PB) e BEUREN, M. B.; ERFURTH, A. E. Pesquisa em contabilidade gerencial com base no futuro realizada no Brasil. Contabilidade, Gestão e Governança. v. 13, n. 1, p. 44-58, 2010. Colocando a prova a falta de preparo dos empreendedores brasileiros que não fazem uso de ferramentas tão básicas para a administração de uma empresa, mostrando nesse estágio de tamanha importância um dos principais motivos para a falência precoce de tantas micro e pequenas empresas brasileiras, a falta de planejamento e controle.  

Quanto a discussão sobre o terceiro estágio, percebemos que é a área onde foram encontrados mais gerentes se utilizando dos artefatos gerenciais, tais como, custeio meta, benchimarking, kaizen, just in time e planejamento estratégico. Tendo em vista que estes são os artefatos mais utilizados pela sua simplicidade, basicidade e necessidade na hora de controlar custos e despesas, calcular preço de venda etc., destacam-se as empresas F2 e F8, que se utilizam de 3 dos 5 artefatos apresentados, evidenciando a realidade das MPE’s na guerra constante onde o just in time é essencial, trabalhando sempre com o mínimo possível conforme suas necessidades.

Na seção 4.4 é discutido sobre o fato de não haver empresas utilizando-se de tecnologias e recursos para o direcionamento de valor da empresa para o cliente e como isso tem impacto direto na inovação organizacional e percepção do cliente, ressaltando a falta de preparo dos gestores e como isso afeta negativamente as empresas, que ficam estagnadas no tempo com a simplicidade. Junto a isso, são explicados os benefícios que o Balanced Score Card traz para as empresas e como isso pode ajuda-las no curto prazo, sendo este método voltado para a criação de uma estratégia que a princípio seria lenta, mas os resultados são vistos em pouco tempo, tendo em vista que o cliente é o foco.

Contribuições e Implicações

As contribuiçoes e implicacoes foram adcionadas junto a aprensentação e análise dos resultados

Agenda de Pesquisa

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Posicionamento Crítico relativo ao texto

De forma geral

O artigo é eficiente em termos técnicos, explicando alguns conceitos de contabilidade gerencial e exemplificando os artefatos dentro das empresas estudadas, porém, é insuficiente quando se trata da apresentação dos resultados.

Além de ser repleto de referências que tornam a leitura cansativa e com a necessidade repetitiva de consulta externa para podermos confirmar a veracidade do que foi afirmado, o que com uma rápida leitura percebe-se que foram utilizadas de forma errônea e caluniosas, conforme mostrado abaixo. Junto a isso, os autores fazem comparações e uso dos dados encontrados nas empresas de forma a parecer que os empreendedores sempre estão errados, o que mostra, talvez, uma imparcialidade.

Sobre a seção 4.1

Durante a leitura percebe-se que o artigo leva o ROI muito em conta, mesmo se tratando de MPE’s, que de forma geral estão sempre lutando num mercado de concorrência perfeita ou tentando sobreviver a um mercado semi-oligopolista, onde são elas as tomadoras de preço e se forem trabalhar visando um ROI elevado ou justo para seus fins, terminarão do mesmo jeito que se não estivessem pensando sobre.

Os autores se baseiam no artigo de Catapan et al. (2011), que afirma a ideia de que nenhuma das MPE’s de toda a região metropolitana de Curitiba utiliza-se do custeio variável, o que soa um tanto quanto presunçoso já que existem centenas de empresas do tipo e é extremamente improvável que nenhum gestor tenha se utilizado do método, mesmo que inconscientemente. A detalhe, o artigo referido não traz nenhuma informação que nos permita afirmar o que foi dito acima, tendo um foco totalmente diferente do que o atual artigo busca analisar.

O que nos leva a refletir que os autores tentam enganar o leitor, não apenas trazendo dados de artigos desconexos, como também, assegurar informações que nunca foram ditas.

No que se refere a seção 4.3

É abordado sobre o custeio meta,  uma das noções mais básicas para qualquer gestor, porém, essa teoria é antagônica a realidade das micro e pequenas empresas, já que, num cenário onde as empresas trabalham com o mesmo preço de venda, se a empresa estabelece uma meta de custo x para o produto y, que também é fabricado pelo concorrente z, caso o concorrente não pense da mesma maneira, ele possivelmente vai gastar mais que você, tendo uma qualidade superior, gerando assim uma percepção de valor maior do que o produto da empresa A, que ocasiona na possibilidade de aumento de preço de venda no futuro, enquanto que delimitou um teto para o produto. Como vemos no caso da empresa f2 que não diminui apenas o custo do seu hamburguer, mas também sua qualidade.

Novamente se utilizam de artigos que fogem do cotidiano, sendo desta vez na Etiópia (o pais vem tendo um grande crescimento econômico por conta de pesados investimentos chineses, o que gerou uma explosão repentina de comércios em meio a uma população com um nível de ensino precário), com um estudo de diferentes empresas que não estão dentro do setor dos food trucks, sendo até injusto comparar as empresas dentro de economias e cenários tão diferentes quanto a brasileira e a etíope.

Aparentemente os autores não leram alguns dos artigos aos quais fazem referência, citando SANTOS, V.; DOROW, D. R.; BEUREN, I. M. Práticas gerenciais de micro e pequenas empresas. Revista Ambiente Contábil, v. 8, n. 1, p. 153-186, 20 16,  afirmam que não houveram casos de empresas que se artigos utilizam do método de custeio por atividades, quando na verdade houve sim empresas que se aproveitavam do método, porém os gestores no estudo em questão a consideravam pouco importante. Conseguimos ver claramente na tabela 5 do artigo em, 4.3 instrumentos da contabilidade gerencial utilizados pelas empresas investigadas, que 4 empresas utilizam o método para a tomada de decisão.

Sobre a seção 4.4

O estudo se torna um tanto quanto irregular a partir do momento em que as entrevistas são feitas com pessoas que possuem diferentes níveis educacionais e formações acadêmicas, alem da amostra pequena e quase irrisória, visto que, a contabilidade gerencial é estudada por poucos cursos superiores. Se realmente faz-se necessário uma pesquisa sobre o uso da contabilidade gerencial, esta deve ser feita entre pessoas que tenham ao menos um conhecimento básico sobre o assunto.

O food truck 8 comprova o que já é esperado após uma análise rápida do perfil educacional dos gestores, sendo um dos 3 restaurantes comandados por uma pessoa formada em administração, aplicou os procedimentos básicos para uma boa gestão, aliado ao passar do tempo e a prática, obteve os melhores métodos de gestão dentre os 8 entrevistados.

Tendo em vista o exposto, percebe-se que o artigo é voltado apenas para fins de estudo e deverá ser usado apenas por outros pesquisadores para fins empíricos.

RESENHA CRÍTICA

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RESENHA CRÍTICA

Gustavo Machado Geronimo

Administração – 5º semestre

Análise dos Artefatos Gerenciais Utilizados pelos Food Trucks da Cidade de Natal/RN

DOS SANTOS, João Victor Joaquim et al. Análise dos artefatos gerenciais utilizados pelos food trucks da cidade de Natal/RN. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 7, n. 3, p. 105-126, 2017.

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