Análise da fusão entre Sadia e Perdigão e a crianção da Brasil Foods
Por: junior1112 • 29/5/2017 • Artigo • 1.449 Palavras (6 Páginas) • 759 Visualizações
ANÁLISE DA FUSÃO ENTRE SADIA E PERDIGÃO E A CRIAÇÃO DA BRASIL FOODS
Donizeti Ferreira Junior; Martin Mundo Neto.
Aluno do curso de Tecnologia em Agronegócio FATEC – Taquaritinga. E-mail: ferreirajuniord@gmail.com
Prof. Dr. Pleno II do curso de Tecnologia em Agronegócio. E-mail: martin.neto@fatectq.edu.br
Resumo: Este trabalho tem objetivo analisar a estratégia de fusão entre as empresas Sadia e Perdigão que, em 2009, resultou na formação da BRFoods, a primeira fundada em 1944 e a segunda em 1934. O setor de atuação da empresa se concentra no setor alimentício, produção e exportação de carnes processadas, massas e margarinas. Para Ehrhardt & Brigham (2012), “os economistas classificam as fusões em quatro tipos diferentes, (1) horizontal; (2) vertical; (3) de empresas congêneres; e (4) de conglomerados”. Classificamos a fusão entre Sadia e Perdigão como uma operação de empresas congêneres, pois são empresas muito parecidas.
Palavras-chave: empresas congêneres, operação horizontal, setor alimentício.
ANALYSIS OF THE MERGER BETWEEN SADIA AND PERDIGÃO AND THE CREATION OF BRAZIL FOODS
Abstracts: This study aimed to analyze the strategy of merger between Sadia and Perdigão that, in 2009, resulted in the formation of BRFoods, the first founded in 1944 and the second in 1934. The sector of the company is concentrated in the food industry, production and export of processed meat, pasta and margarine. To Ehrhardt & Brigham (2012), “economists classify mergers into four different types, (1) horizontal, (2) vertical, (3) similar companies, and (4) cluster”. We classify the merger between Sadia and Perdigão as an operation of similar companies because companies are very similar.
Keywords: horizontal operation, similar companies, food industry
Introdução
No primeiro trimestre de 2013 foram fechadas no país 192 operações de Fusão e Aquisição, o estado de São Paulo foi o responsável por 42,8% desse total. Essas transações ocorreram em vários setores, entre eles os que mais chamam atenção são: em primeiro lugar está o setor de Tecnologia da Informação (26 transações), seguido por Alimentos, Bebidas e Fumo (17 transações) que é o setor onde se concentra nosso estudo e em vigésimo primeiro lugar Açúcar e Etanol (02 transações) KPMG (2013). Essas relações comerciais estariam beneficiando empresas nos mais diferentes setores da economia brasileira, uma vez que a principal motivação para a maioria das fusões é aumentar o valor da empresa combinada e redução de custos com os fornecedores, pois a “nova empresa” será maior e terá maior poder no mercado. Questões tributárias também estimulam um grande número de fusões, podendo servir para minimizar os impostos quando há caixa excedente. Segundo Ehrhardt & Brigham (2012. p.817):
Uma empresa rentável na faixa mais alta de alíquota de imposto poderia adquirir uma empresa com grandes prejuízos fiscais acumulados. Esses prejuízos poderiam converter-se, imediatamente, em economias de impostos, em vez de serem utilizados para compensação com períodos-base futuros.
Entre as grandes empresas, sobretudo aquelas que operam em mercados de capitais, as aquisições objetivam valorizar a cotação de suas ações na bolsa de valores. Gitman (2010) indica que os objetivos envolvidos nas operações de fusão e aquisição “incluem crescimento ou diversificações, sinergias, captação de fundos, obtenção de capacidade gerencial ou tecnológica, considerações fiscais, aumento da liquidez para os proprietários e defesa contra aquisições hostis”.
O objetivo desse trabalho é contribuir para um melhor entendimento de parte da negociação entre Sadia e Perdigão e todo ambiente econômico e político da época.
Metodologia
Para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, coleta de dados no site da empresa estudada e na imprensa de negócios. Este trabalho pode ser classificado como um estudo de caso sobre fusões de empresas, o caso da BRFoods.
Resultados e discussão
A fusão entre a Sadia e a Perdigão esta entre as maiores da história do capitalismo brasileiro. Trata-se de uma operação entre empresas duas empresas tradicionais e nas quais a cúpula adotara uma orientação financeira, uma vez que ambas já haviam ingressado em mercados de capitais, tanto no Brasil, na BMF&BOVESPA, como em Nova York, na New York Stock Exchange -NYSE. Com a crise financeira de 2008, agravaram-se os problemas de natureza financeira da Sadia e a fusão com a Perdigão seria uma opção razoável e amplamente apoiada pelo governo. Na época, um dos maiores acionistas da Sadia ocupava posição de ministro do governo Lula. O ministro Furlan retirou-se do governo para socorrer os problemas da empresa e encaminhar as negociações com a concorrente. Este episódio foi amplamente divulgado na imprensa de negócios. Dentre as razoes responsáveis pela posição favorável a operação por parte do governo foi a consolidação de uma empresa de mais uma multinacional brasileira, conforme indicam os dados da Tabela 2. Com a operação foram atingidos ganhos de sinergia próximos de R$ 2,2 bilhões, mostrando que a BRF se tornou maior que as duas empresas juntas e a associação conseguiu elevar o valor de mercado das companhias em 21%. Números que mostram que a fusão foi um negócio bem sucedido para os acionistas. Na tabela abaixo estão alguns dados do ano de 2007, quando as empresas ainda eram concorrentes diretas.
TABELA 1. Dados comparativos entre as empresas SADIA e PERDIGAO, dezembro/2007.
EMPRESA | SADIA | PERDIGAO |
% Mercado Interno | 54% | 58% |
Valor de mercado dez/07 | R$ 6.659 mi | R$ 8.130 mi |
Numero de funcionários | 63.543 | 44.700 |
Produtos | 700 | 2500 |
Unidades Industriais | 14 | 37 |
Centros de Distribuição | 8 | 27 |
Investimentos 07 | R$1.100 mi | R$ 857 mi |
Fonte: adaptado de INVESTIDOR JOVEM (2013)
As duas empresas possuem faturamento e valor de mercado semelhante, o que mostra que estão competindo lado a lado no setor. Na tabela abaixo temos alguns números após a fusão concluída.
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