A Busca da Racionalidade na Disciplina Arquitetônica
Por: viviangauna • 18/4/2018 • Trabalho acadêmico • 1.248 Palavras (5 Páginas) • 728 Visualizações
FICHAMENTO 1.
PÁG 139 – 151.
X. A Busca da Racionalidade na Disciplina Arquitetônica.
Nos anos sessenta, toda a necessária reformulação arquitetônica européia, que é uma conseqüência da Segunda Guerra Mundial, alcançou o seu auge e passou a ser refletida diretamente em atividades e teorias de uma nova geração de arquitetos italianos que abraçaram os pensamentos da vanguarda dessa época. – Ernesto N. Rogers foi um desses arquitetos.
Rogers foi capaz de formar vários outros arquitetos com base nesse pensamento de formular/criar uma teoria arquitetônica contemporânea, uma arquitetura que atendesse valores sociais, culturais e políticos, como sempre foi; a arquitetura inteiramente ligada e refletindo toda a sociedade em volta, só que agora, obviamente, com outros princípios/partidos. – esses alunos já contribuíam com artigos de críticas arquitetônicas, escreviam na revista que Rogers dirigia, a Casabella.
Entre esses arquitetos que nasceram nos anos trinta e se destacaram nesse panorama arquitetônico dos anos sessenta, estão: Aldo Rossi, Carlo Aymonino, Manfredo Tafiri, Giorgio Grassi, Guido Canella, Vittorio Gregotti, Gae Aulent, Marco Zanusso, Luciano Semerani e Giancarlo De Carlo, o único italiano que se mantém no grupo Team 10.
Esses arquitetos a principio começam com propostas que partem de conceitos propostos por Rogers; a preexistência ambiental, o papel crucial da história da arquitetura, a discussão sobre a irradiação na cidade européia, a idéia de monumento e a responsabilidade do artista e do intelectual dentro da sociedade moderna.
Na metade dos anos sessenta, vários mestres do pensamento moderno da época passam a perder o seu protagonismo para essa nova geração de arquitetos, que não separam a teoria da realidade e usam a história e crítica como instrumento de projeto.
Livro “A Arquitetura da Cidade.” de Aldo Rossi.
Em 1966 Aldo Rossi publica sua obra mais transcendental e que com um tempo se tornou um dos livros de arquitetura mais influentes do século XX.
Nesse livro, Rossi deserta pouco sobre obras arquitetônicas e arquitetos, ele foca nos diferentes pontos de vista possíveis nos quais podemos contemplar a cidade, desde a antropologia, psicologia, geografia, arte, novela, economia e política.
Devemos levar em consideração que a cidade num contexto geográfico e cultural europeu, mudou muito depois dos desastres da Segunda Guerra Mundial, a cidade se converteu em um bem escasso que deveria ser cuidadosamente reconstruído, isso explica a drástica mudança na visão e entendimento da cidade.
A arquitetura é uma produção do espírito, por meio da qual, podemos definir a arte de elaborar/moldar e aperfeiçoar qualquer edifício. A arte de construir é uma arte secundária, é a parte mais científica da arquitetura.
A reutilização de edifícios históricos para novos usos deixa claro o que defendia Rossi; que a forma é mais forte do que qualquer outra atribuição de uso e inclusive a máxima precisão arquitetônica favorece uma maior liberdade funcional para uma possível mudança futura no seu uso.
A arquitetura das ultimas décadas se caracteriza também pelo fato de edificações da velha arquitetura passam a ser constantemente convertidas em novos usos, como por exemplo: estações convertidas em museus, palácios que são reabilitados como sedes de administrações públicas, igrejas reconvertidas em escritórios, museus ou discotecas.
Elementos Básicos da Cidade. (Rossi)
O primeiro tipo é composto por monumentos, edifícios ou espaços públicos como praças, etc. – tudo que pertence a esfera pública.
O segundo tipo é formado por áreas residenciais, as casas que crescem sempre limitadas a uma zona e conforma o tecido básico da cidade.
Essa divisão entre monumentos e tecidos residenciais teve uma enorme transcendência e é um instrumento básico para se interferir na cidade histórica.
Com isso, Rossi quebra a idéia de cidade 100% racionalista proposta por Ernst May, baseado numa concepção mecânica da cidade, onde o monumento, a história, o passado de uma cidade não era levado em consideração.
Por outro lado, recuperar por inteira essa idéia de monumentalidade nos da uma visão estática do mundo, o que seria um retrocesso aos princípios de vanguarda.
Se estudarmos os edifícios públicos que surgem nas periferias de toda cidade industrial – fábricas, hospitais, asilos, escolas, maternidades, prisões, etc. – ou seja, o que foi denominado como equipamentos do poder. Podemos dizer que a forma desses edifícios não corresponde a idéia de singularidade dos monumentos, mas ao mesmo tempo, trata-se de uma arquitetura que é pública, porém, mais funcional do que monumental; uma junção. Ex: Roma.
As Primeiras Obras de Rossi.
A proposta de Aldo Rossi e Giorgio Grassi apresentam para o concurso do bairro San Rocco em Monza (1966); mostra a tipologia da casa ao redor de um pátio, o projeto propõe uma trama urbana que assume o caráter bairro e mostra sua individualidade e autonomia.
Rossi adota uma morfologia reticular fechada ao exterior, claramente uma lei geométrica que pode crescer até o infinito, nos da uma percepção de continuidade. Isso ajuda a definir uma série de pátios que se assemelham aos claustros e assumem uma dupla vocação: pública e privada, uma transição entre a cidade e a casa. Outro aspecto chave das teorias de Rossi que o projeto vai nos mostrar é a divisão entre a esfera pública e privada.
...