TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Escola de Chicago: um pilar sociológico e urbanístico

Por:   •  20/11/2023  •  Ensaio  •  1.650 Palavras (7 Páginas)  •  61 Visualizações

Página 1 de 7

A Escola de Chicago: um pilar sociológico e urbanístico

Amanda Gabrielle Aflitos Santos

INTRODUÇÃO

O presente ensaio tem por objetivo refletir sobre a Escola de Chicago, um pilar do pensamento sociológico no início do século XX, que emergiu como um farol de inovação acadêmica, iluminando a compreensão das complexas dinâmicas urbanas e sociais que caracterizam as cidades. Fundada na Universidade de Chicago, esta escola de pensamento revolucionário não apenas propôs uma nova abordagem à pesquisa social, mas também transformou a percepção de análise do tecido urbano. Assim, explora-se as origens, os principais conceitos, seus períodos de estudiosos e o impacto da Escola de Chicago, destacando seu papel na desmistificação das cidades, revelando camadas profundas de interações humanas que muitas vezes passam despercebidas. Através dessa análise, objetiva-se apreciar a riqueza do legado intelectual desta escola, que continua a influenciar a compreensão das sociedades urbanas em um mundo em constante evolução.

O QUE FOI A ESCOLA DE CHICAGO

“Escola de Chicago” é um nome dado a um grupo de professores e pesquisadores da Universidade de Chicago, esta que foi fundada em 1892 e reconhecida em 1895 devido a uma doação realizada por John D. Rockefeller, surgindo como um pequeno empreendimento e tornando-se uma grande corrente de pensamentos. Em seu início, contou com um seleto grupo de professores, a exemplo de Albion Small como o primeiro professor de sociologia e chefe do primeiro Departamento de Sociologia dos Estados Unidos (BECKER, 1996).

Inicialmente, ela surge a fim de competir com as universidades do leste americano, com a formação do Departamento de Sociologia difundindo o conhecimento nos modelos alemães – através de Albion Small – e a primeira revista de sociologia dos Estados Unidos – American Journal of Sociology –. Evidencia-se então seu grande papel na sociologia, sendo influenciada por duas grandes correntes teóricas, o formalismo e o pragmatismo (FREITAS, 2002) que juntas estruturas pesquisas preocupadas com o qualitativo e o quantitativo, através da observação participante e de dados censitários, por exemplo.

Outro ponto importante é a denominação de “escola” nesse sentido, que diferencia-se em escola de pensamento e escola de atividade, ponto que pode ser respondido através de Becker (1996):

Certas idéias vigentes na Universidade de Chicago eram compartilhadas pela maioria das pessoas, mas não por todas; certamente não era preciso que todos concordassem com essas idéias para se engajarem nas atividades que realizavam.

Com tais noções estabelecidas, a Escola de Chicago pode ser definida como um conjunto atuante na sociologia que enfatiza temas como: ecologia urbana, comportamento coletivo, símbolos e interações sociais, estudos étnicos e raciais, criminologia e o espaço da cidade. Evidencia-se que devido a importância dada a observação participante o estudo da cidade era realizado, em maioria, dentro da própria Chicago, já que em geral os problemas e questionamentos estavam na ali, integrados na coletividade que tal espaço proporciona.

REPRESENTANTES DA ESCOLA DE CHICAGO

Os representantes da Escola de Chicago são diversos, já que o espaço acadêmico compunha-se por professores e alunos que promoviam pesquisas significativas, ganhando progressivamente o reconhecimento merecido. Assim, pode-se dividi-la em dois momentos, um anterior e um posterior a Primeira Guerra Mundial – que engloba também o período posterior à Segunda Guerra Mundial –, citando aqui alguns dos principais expoentes de ideias desses períodos.

ANTERIOR A PRIMEIRA GUERRA

Wiliam I. Thomas: um dos primeiros professores a ingressar no Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, elaborou conceitos como “definição de situação” como uma determinante para a sociedade as ações ali presentes;

Robert E. Park: é frequentemente considerado o fundador da escola de Chicago, concentrou seus estudos na ecologia urbana e nas dinâmicas sociais da cidade, influenciando pesquisas sobre migração, urbanização e comunidades urbanas, possuindo estudiosos como Pierson e Wirth dando prosseguimento a seus estudos. Ele desenvolveu também conceitos acerca da competição pelo espaço e a relação entre a distância física e social das populações;

George Herbert Mead: diferencia-se de outros estudiosos dessa escola por enquadrar-se como um filósofo e não um sociólogo, estabelecendo estudos sobre a mente e a sociedade, com a construção de seu livro sobre a temática vindo de manuscritos de seus alunos (BECKER, 1996);

Herbert Blumer: aluno de George Mead, foi um integrante do interacionismo simbólico, uma abordagem que destaca o papel dos símbolos e da interação social na elaboração de significados;

Everett Hughes: tratou, em uma de suas primeiras pesquisas, sobre a relação de compra e venda dentro do território da cidade (BECKER, 1996), sendo também um contribuinte do interacionismo simbólico;

Louis Wirth: é conhecido por sua pesquisa sobre a vida nas grandes cidades e a teoria do urbanismo como um modo de vida, explorando o espaço urbano como uma causa e uma consequência das relações, como as pessoas vivem, interagem e se relacionam.

POSTERIOR A PRIMEIRA GUERRA

William Ogburn: produziu estudos sobre mudança social, com preferências a ciência quantitativa, sendo também o primeiro presidente do Instituto Psicanalítico de Chicago;

Erving Goffman: considerado o sociólogo norte americano mais influente do século XX, atuando em estudos de interação simbólica e noções identidade deteriorada;

Eliot L. Freidson: sociólogo que elaborou novas propostas acerca do trabalho na perspectiva das profissões e do profissionalismo, debatendo sobre a organização social afetar as profissõe;

IMPORT NCIA DA ESCOLA DE CHICAGO PARA O URBANISMO

A Escola de Chicago possui importância em diversas áreas do conhecimento, como a sociologia, ecologia, criminologia e urbanismo, com destaque especial no presente ensaio a última citada. É devido à crescente migração do campo para a cidade devido a Revolução Industrial que, progressivamente, proporcionou pontos positivos e negativos à cidade estadunidense.

Anterior aos anos de fundação e funcionamento da Universidade, Chicago apresentava-se em um cenário de desenvolvimento com ressalva aqui aos anos 1850 a 1900, em que grandes ferrovias foram construídas a fim de conectar

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11.5 Kb)   pdf (65.7 Kb)   docx (12.4 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com