CULTURA, PODER E DECISÃO NA ORGANIZAÇÃO FAMILIAR BRASILEIRA.

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CULTURA, PODER E DECISÃO NA ORGANIZAÇÃO FAMILIAR BRASILEIRA.

ANGELO DRUMOND

Faculdade Multivix

Vitória - Setembro de 2017

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CULTURA, PODER E DECISÃO NA ORGANIZAÇÃO FAMILIAR BRASILEIRA.

ANGELO DRUMOND

                Trabalho apresentado à disciplina de Recursos Humanos, de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Brasileira - MULTIVIX, como requisito para avaliação.  Orientador: Rosemary Riguetti- AUR03MA

Faculdade Multivix

Vitória - Setembro de 2017

MACÊDO, K. B. Cultura, poder e decisão na organização familiar brasileira. Rae-eletrônica, v. 1, n. 1, p. 1-12, 2002.

Resenhado por: Angelo Drumond Santos Oliveira

O artigo de Macêdo (2002) estuda o impacto da psicodinâmica do poder e da cultura organizacional no processo decisório, em uma empresa familiar brasileira. O trabalho desenvolvido se estrutura em introdução, método, sujeitos, material, procedimentos, resultados e discussão.

Na introdução foram apresentados os tópicos que tratam de cultura, poder e decisão nas organizações e socialização organizacional, visto que as empresas familiares representam 99% das empresas não estatais brasileiras e são responsáveis pela maior absorção de mão-de-obra e geração de empregos, sustentação da economia e aquecimento do mercado. Entretanto, estas são também as mais afetadas pela globalização e vêm perdendo importância entre as empresas de maior porte no Brasil devido a relutância em abrir o capital e em associar-se a parceiros internacionais.

De acordo com a autora, no contexto das organizações, a cultura e as relações de poder estabelecidas nas relações interpessoais são essenciais para a compreensão da dinâmica organizacional. Designada como um conjunto complexo e multidimensional de tudo o que constitui a vida em comum nos grupos sociais, a cultura é apreendida pelo homem por meio do processo de aculturação. Por aculturação entende-se a transmissão de valores, crenças, mitos, os quais influenciarão o sujeito em suas relações. A socialização organizacional é um processo de aculturação no qual se ensina o que é importante para a pessoa se adaptar em tal organização. Esta adaptação passa pela transmissão de conteúdos que dizem respeito aos objetivos fundamentais, meios escolhidos para alcançá-los, responsabilidades dos participantes e padrões comportamentais necessários para um bom desempenho profissional.

Também foi descrito o processo decisório, ou seja, a escolha entre alternativas válidas e concorrentes entre si, o qual configura-se em um momento privilegiado para a análise e compreensão da dinâmica organizacional e considera que o poder exercido pelos cargos de chefia representa um papel fundamental nesse processo. Cabe ressaltar que nas relações de poder há um desequilíbrio de forças entre duas partes, em que uma impõe sua vontade sobre a outra. Além disso, baseiam-se na posse de recursos, muitas vezes assimétricos, produzindo um efeito na relação social e abarcando conflitos de interesses.

Assim, há um consenso de que os processos de tomada de decisão são politizados e influenciados pelas incertezas, múltiplas interpretações, objetivos conflitantes e pouco claros, interesses divergentes, preferências pessoais inconsistentes e ambivalentes, entre outros motivos. Para os estudiosos dessa temática, o processo decisório deve ser estudado dentro de uma perspectiva complexa, uma vez que engloba ações cognitivas, emocionais e contextuais. No caso de estudos sobre empresas familiares deve-se considerar as relações de poder e o contexto cultural em que se inserem.

No presente trabalho, a autora optou por métodos qualitativos como o estudo de caso, uma vez que os temas cultura, poder e processo decisório estão inter-relacionados e requerem uma metodologia capaz de lidar com essas interfaces. Entrevistas não estruturadas, observações e outras técnicas qualitativas são recomendadas para capturar o ponto de vista do sujeito participante do grupo que se estuda. A pesquisa foi realizada com funcionários ocupantes de cargos de diretoria que trabalham em uma empresa familiar de médio porte na área de transportes coletivos na região centro-sul do Brasil. O método de coleta de dados se deu pela observação de seminários da empresa e entrevistas semiestruturadas, sendo registrados os dados por meio de filmagem.