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O Direito a Cidade - Fichamento

Por:   •  26/5/2020  •  Resenha  •  2.108 Palavras (9 Páginas)  •  1.069 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO UNIRP

 CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Disciplina: PROJETO DE URBANISMO II

Fichamento do livro: O Direito à Cidade, de Lefebvre.

Ariadne Matarazzo dos Reis

20186277            

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2020

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. Centauro Editora. P. 7-34; Capítulos: “Apresentação”, “Advertência” e “Industrialização e Urbanização – Noções preliminares”.

“O direito à cidade, isto é, à vida urbana, condição de um humanismo e de uma democracia renovados” (p. 7) frase presente no capítulo de Apresentação do livro, em que o autor diz que a cidade há pouco tempo assumiu o papel de “um grande laboratório para o homem”.

No capítulo Advertência o autor diz: “Este livro deseja romper os sistemas, não para substituí-los por um outro sistema, mas para abrir o pensamento e a ação na direção de possibilidades que mostrem novos horizontes e caminhos” (p. 9). Trata também sobre o urbanismo como um assunto importante e quer dar reconhecimento, ele lida de uma forma crítica e densa, como na citação anterior, mas ainda no mesmo capítulo diz: “Este pequeno livro não se propõe apenas passar pelo crivo da crítica os pensamentos e as atividades que dizem respeito ao urbanismo. Tem por objetivo fazer com que estes problemas entrem na consciência e nos programas políticos” (p. 10).

Em “Industrialização e Urbanização – Noções Preliminares”, o autor define como ponto de partida e indutor da problemática urbana, o “processo de industrialização” e é esse processo que “caracteriza a sociedade moderna” e diz que “pode-se definir como sociedade urbana a realidade social que nasce à nossa volta” (p.11).

Nas primeiras páginas ainda, Lefebvre perpassa por épocas passadas como as cidades Oriental e Arcaica e fala sobre a interferência da industrialização, como exemplo no artesanato: “As criações urbanas mais eminentes, as obras mais “belas” da vida urbana (“belas, como geralmente se diz, porque são antes obras do que produtos”.) datam de épocas anteriores à industrialização”. (p.11).

Ainda sobre o artesanato, fala-se sobre a mudança de seu valor: “As cidades apoiam as comunidades camponesas e a libertação dos camponeses, não sem se aproveitarem disso em seu próprio benefício”. (p.11).

Outra mudança de valor acontece também na própria cidade: “A própria cidade é uma obra [...] a obra é valor de uso e o produto é valor de troca. O uso principal da cidade, isto é, das ruas e das praças, dos edifícios e dos monumentos é a Festa (que consome improdutivamente, sem nenhuma outra vantagem além do prazer e do prestígio, enormes riquezas em objetos e em dinheiro)”. (p.11).

A riqueza deixa de ser imobiliária, a propriedade de terra e imobiliária não são mais predominantes. “[...] a sociedade no seu conjunto, compreendendo a cidade, o campo e as instituições que regulamentam suas relações, tende a se constituir em rede de cidades, com uma certa divisão do trabalho [...] feita entre essas cidades ligadas por estradas, vias fluviais e marítimas, por relações comerciais e bancárias”. (p.12)

O poder passa a ser centralizado, tendo a ideia de “divisão de trabalhos” não como “[...] tão consciente que determinasse associações estáveis e pusesse fim às rivalidades e concorrências”; “O que se levanta sobre a base é o Estado, o poder centralizado. Causa e efeito dessa centralização particular, a centralização do poder, uma cidade predomina sobre as outras: a Capital”. (p.13).

A luta de classes e contrastes continua e cresce: “A Cidade predomina, e no entanto não é mais, como na antiguidade, a Cidade-Estado. Três termos se distinguem: a sociedade, o Estado, a Cidade. Nesse sistema urbano, cada cidade tende a se constituir em sistema fechado, acabado. [...] A vida comunitária em nada impede a luta de classes. Pelo contrário. Os violentos contrastes entre a riqueza e a pobreza, os conflitos entre os poderosos e os oprimidos não impedem nem o apego à Cidade, nem a contribuição ativa para a beleza da obra. [...] Esses grupos rivalizam no amor pela sua cidade.” (p.13).

Há conflitos entre o valor de uso e o valor de troca, trazendo consequências como: “Cada organização corporativa entra em um conjunto orgânico; o sistema corporativo regulamenta a divisão dos atos e das atividades no espaço urbano [...] e no tempo urbano. [...] Disso resulta que a industrialização pressupõe a ruptura desse sistema urbano preexistente; ela implica a desestruturação das estruturas estabelecidas.” (p.14).

O autor cita uma “crise gigantesca, bem estudada pelos historiadores, salvo talvez no que diz respeito à Cidade e ao ‘sistema urbano’”. (p.15).

“A indústria nascente tende a se implantar fora das cidades” (p.15). Sendo essa uma lei não absoluta e depende de múltiplas circunstâncias. “A indústria nascente se instala perto de fontes de energia (rios, florestas, depois carvão), de meios de transporte (rios e canais, depois estradas de ferro), de matérias-primas (minerais), de reservas de mão-de-obra (o artesão camponês, os tecelões e ferreiros fornecem uma mão-de-obra já qualificada)”. (p.15). Entretanto, “A indústria se aproxima dos centros urbanos”. (p.15).

Lefebvre comenta sobre as “velhas cidades”, são elas “[...] mercados, fontes de capitais disponíveis, locais onde esses capitais são gerados (bancos), residências dos dirigentes econômicos e políticos, reservas de mão de obra (isto é, locais onde pode subsistir o ‘exército de reserva do proletariado’, como diz Marx).”. Outra característica que o autor dá é: “[...] onde preexistir uma rede de cidades antigas, a indústria a toma de assalto. Apodera-se da rede, remaneja-a segundo suas necessidades”. (p.16) Tem-se como consequência: “[...] extensão do fenômeno urbano, cidades e aglomerações, cidades operárias, subúrbios (com a anexação de favelas lá onde a industrialização não consegue ocupar e fixar a mão-de-obra disponível)”. (p.16).

O autor define, então, como um processo de dois aspectos: “industrialização e urbanização, crescimento e desenvolvimento, produção econômica e vida social”. (p.16). Define-se, portanto como um “processo conflitante” e com “situações problemáticas”, ele dá o exemplo de Veneza: “a população ativa abandona a cidade pela aglomeração industrial” (p.17); “Esta cidade [...] está ameaçada não tanto pela deterioração material devida à ação do mar ou ao afundamento do terreno quanto pelo êxodo dos habitantes”. (p.17). O autor considera como um “[...] processo induzido que se pode chamar de a ‘implosão-explosão da cidade’”. (p. 18).

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