Resenha "Capitalismo e Urbanização" de Maria Encarnação Beltrão Sposito
Por: alexandraaaaaaa • 30/11/2020 • Trabalho acadêmico • 1.627 Palavras (7 Páginas) • 2.602 Visualizações
RESENHA DO LIVRO “CAPITALISMO E URBANIZAÇÃO”
1. Identificação da Obra
O livro foi “Capitalismo e Urbanização” foi escrito pela professora Maria Encarnação Beltrão Sposito. Publicado em 1988, pela Editora Contexto, o livro faz analises do histórico dos aglomerados humanos desde os tempos das cavernas até os atuais para entender as cidades, sua organização e o crescimento acelerado dos centros urbanos.
O livro também estuda as cidades contemporâneas dentro do contexto capitalista, em seus aspectos físicos e sociais, com enfoque em questões específicas de países em desenvolvimento.
2. Credenciais do Autor
A autora Maria Encarnação Beltrão Sposito é atualmente professora titular na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, além de membro do Grupo de Pesquisa do Espaço e Redefinições Regionais (GAsPERR), da Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe), presidente da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) da Unesp e membro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).
Tem vasta experiência nas áreas de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, tendo a produção do espaço urbano, segregação e autossegregação socioespacial, fragmentação socioespacial e cidades médias como principais áreas de atuação.
3. Resumo
A história da Urbanização Pré-Capitalista surge no período Paleolítico, onde aparecem as primeiras características que indicariam a fixação do homem à uma determinada localidade. Ainda levando uma vida nômade, o homem pré-histórico começa a se preocupar com a “moradia” de seus mortos, deixando-os em cavernas, covas ou debaixo de montes de pedra. Sua fixação de fato é marcada pela domesticação dos animais e do surgimento de técnicas agrícolas, mas sua necessidade de abandonar o modo de diva nômade também se deve ao aumento da natalidade e fecundidade, uma vez que devido à presença de crianças as tribos tiveram que diminuir seu ritmo de movimentação, surgindo assim as primeiras aldeias.
As aldeias não podem ser caracterizadas como as primeiras cidades pois se diferenciam das cidades devido à sua baixa complexidade de organização social e de trabalho. As cidades só surgem quando há uma elevada complexidade de organização social e divisão de classes, que por sua vez só aparece com a concretização da divisão social do trabalho, sendo necessária a existência de um excedente na produção, para que cada “classe” possa desempenhar seu papel. Assim devendo haver também um valor de troca, sendo ele material ou imaterial, como proteção e entre outros.
As cidades começam a surgir então nas margens dos rios por volta de 3500 a. C. na Mesopotâmia. Estas possuíam caráter teocrático e eram controladas por seus governantes que controlavam a produção, administravam e proviam os bens.
Surgem então os Impérios, sendo grandes responsáveis pelo aceleramento do processo de urbanização, devido aos seus processos políticos, sociais e econômicos. Seu maior exemplo é o Império Romano, que fez com que o processo de urbanização passasse de espontâneo para forçado, devido a criação e dominação das cidades. Seu declínio, decorrente das invasões árabes diminuem a urbanidade, havendo um retrocesso.
A crise do Império Romano foi seguida de uma desarticulação das redes urbanas, decorrente da descentralização do poder, da não garantia das leis de preservação do comércio e da falta de infraestrutura nas estradas e portos. Com a expansão Islâmica, houve o bloqueio do comércio pela navegação, marcando o fim das atividades comerciais nas cidades. E não se pode esquecer o papel da Igreja Católica nessa parte da história, que espalhava a ideologia de que o cultivo de terras estava associado às graças divinas e à salvação.
A Urbanização sob os efeitos do Capitalismo começa a surgir com o renascimento das cidades, que começa a partir do aparecimento dos aglomerados urbanos medievais, chamados burgos. A retomada do comércio com o Oriente foi o fator principal que levou os mercadores e artesãos a buscarem a proteção dos direitos sobre o comércio. E os burgos passaram a crescer de tal forma que começaram a ultrapassar as fronteiras definidas pelas muralhas, formando novas cidades.
A retomadas das cidades criaram as condições necessárias para a estruturação do modo de produção capitalista, que por sua vez proporcionou seu crescimento de forma considerável. Impulsionado por uma burguesia comercial que almejava a vinda dos servos para as cidades, a produção agora visava mais do que apenas a satisfações das necessidades humanas, visava o lucro. E para que a produção se desse de forma mais viável os burgueses organizaram bases de produção fora das cidades, gerando as primeiras manufaturas. Consequentemente, a divisão do trabalho e os primeiros assalariados. A aliança da burguesia e o rei, fundando os Estados Absolutistas, foi a cartada final para a expansão das cidades e ampliação das condições para o desenvolvimento do capitalismo.
A Industrialização e Urbanização começam a ganhar força com a necessidade do trabalho assalariado, que por sua vez aparece quando os meios de produção começam a “comprar” a força de trabalho. A divisão do trabalho torna o trabalho assalariado uma emergência.
A Revolução Industrial, que surge a partir da invenção da máquina à vapor (inventada como uma maneira de promover a revolução que ampliaria a produção e o capital), traz consigo as jornadas exaustivas e prolongadas de trabalho em troca de um salário irrisório, método usado pela industrias para aumentar a produção e o lucro, possível graças à falta de controle do Estado. E foi a partir da Revolução que o crescimento populacional urbano tomou grandes proporções, de forma heterogênea, cada cidade crescia no seu ritmo com o êxodo das pessoas do campo para trabalhar nos centros urbanos. Vale lembrar que as taxas de mortalidade nessa época eram bastante elevadas se comparadas com as taxas da retomada comercial por exemplo, e ainda assim o crescimento populacional da época se destacou.
A produção industrial intensifica a transformação dos espaços e a urbanização, pro causa a instalação das indústrias nas cidades comerciais, que por sua vez faz com que a divisão social comece então a influenciar a divisão territorial. O consumo em massa vem como consequência da produção
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