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TRABALHO 1 – ESTUDO DIRIGIDO URBANISMO

Por:   •  10/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.406 Palavras (14 Páginas)  •  316 Visualizações

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TRABALHO 1 – ESTUDO DIRIGIDO

André Peterson e Flávia Jaqueira

URBANISMO

1 - Cite e explique, com as suas palavras, as semelhanças e as diferenças das características (relação com a natureza, domínio do poder, sociedade, modo de trabalho/produção e moradias das diferentes classes sociais) das aglomerações humanas da Pré-história à Idade contemporânea. Faça uma análise crítica, com a sua opinião, dessas características (Qual a sua causa? Ainda são recorrentes? Por quê?)

Resposta: A disponibilidade dos materiais e técnicas empregadas desempenham papéis importantes na caracterização das cidades. Vemos a instabilidade dos assentamentos pré-históricos e a impermanências de construções mesopotâmicas face à presença da estrutura das pirâmides egípcias, meso-americanas e construções da antiguidade clássica. Esse fenômeno também é real no período contemporâneo. Exemplo disso são os arranha-céus centenários da Costa Leste dos EUA que sobrevivem a furacões de magnitude maior do que aqueles sofridos em contraponto aos deslizamentos de terra causados pelas chuvas, desabamentos causados por projetos negligentes de edifícios, elevação do nível das águas em tempestades e crimes ambientais como os de Mariana e Brumadinho) por casas pertencentes a classes menos favorecidas no Brasil.

Assentamentos humanos surgem e organizam-se regidos por diferentes motivos, necessidades e princípios. Consequentemente, quando estes assentamentos tomam a forma de aglomerações, manifestam-se reflexos dessas mesmas características. No período contemporâneo, a partir da lógica do capitalismo industrial, essas aglomerações passam a situar-se quase exclusivamente no espaço urbano e, portanto, analisaremos comparativamente as características das aglomerações contemporâneas com uma ótica subordinada a esse espaço.

Dois dos maiores motivos que regem a forma como assentamentos se estabelecem em relação à natureza são: a presença de corpos d’água e a configuração topográfica de uma região. Regiões inteiras foram ocupadas de acordo com a presença de rios na antiguidade (Egito Antigo ao longo do Nilo e Mesopotâmia entre os rios Tigre e Eufrates), ao passo que outras regiões recorrem à intervenção tecnológica para abastecer suas populações e plantações (como os aquedutos na Roma Antiga ou o sistema de engenharia hidráulica da sociedade Inca). Essa característica de organização espacial mantém-se ao longo da história até o período contemporâneo, visto que o consumo de água é uma necessidade natural humana, muitas cidades fundadas sob essa lógica em outros períodos coexistem com assentamentos de nossa época e até hoje usa-se artifícios para o abastecimento de locais carentes de água doce (como a perfuração de poços artesianos e

técnicas de conversão de água salgada em água potável). Quanto à configuração topográfica, podemos notar exemplos nas cidades da Grécia antiga (que iniciavam sua construção em colinas altas) e fortificações na Idade Média (sejam cidadelas, fortalezas ou castelos) que priorizavam terrenos altos para propósitos de defesa militar. Também é possível notar que ao longo da História desenvolveram-se técnicas de terraplanagem desde as antiguidades mesopotâmica e egípcias. Nos espaços urbanos contemporâneos, ocupam-se espaços elevados com outros propósitos, devido às mudanças na tecnologia bélica, essa ocupação corresponde a diferentes realidades sociais - as colinas representam bairros de luxo no estado norte-americano da Califórnia, ao passo que morros são referidos praticamente como sinônimo de favelas - e as tecnologias contemporâneas de terraplanagem violam o relevo natural com mais rapidez e frequência, principalmente em projetos urbanísticos que favoreçam à racionalização do espaço urbano.

As relações de poder também ditam a disposição das características urbanísticas nas aglomerações humanas em diferentes sociedades. Na antingüidade mesopotâmica, em sociedades onde o poder estava concentrado nas mãos de sacerdotes, templos (chamados aqui de zigurates) representam os prédios mais importantes; no Antigo Egito, vemos nas pirâmides a manifestação da importância de pessoas da elite em seu local de sepultamento; na Grécia Antiga, a divisão planejada da cidade separa-se em zonas dedicadas à templos, moradias e à vida política; na República romana, essa realidade apresenta-se na cidade de diversas formas, desde o ponto central dedicado ao Fórum, até a infinidade de prédios públicos dedicados a aspectos não-políticos da vida romana (como latrinas e termas); nos medievos bizantino e Europeus a prioridade pela defesa militar determinou a organização espacial dos assentamentos urbanos e rurais (os feudos), priorizando a defesa da aristocracia em castelos e cidadelas, ao passo que a crescente importância das cidades italianas durante seu renascimento comercial determinou o erguer de cintas de muralhas pelo burgo.

As relações sociais de classe, trabalho e produção também podem mudar as habitações e o espaço ocupado de acordo com a sociedade, a função exercida e realidade histórica. Por exemplo: no medievo feudal, o castelo é ao mesmo tempo a morada do senhor aristocrático, fortificação militar e centro político-administrativo e jurídico de determinado local, já na modernidade europeia o castelo dá mais espaço a palácios não fortificados, ao passo que em sociedades como as antigas Grécia e Roma separam as moradas das elites políticas dos edifícios voltados ao poder público (sendo essa lógica reproduzida na sociedade secular do ocidente contemporâneo);

a camponeses do feudalismo é reservado o espaço exterior à segurança das muralhas do castelo (sendo este reservado artesãos e membros da elite aristocrática e clerical); escravos em diversos momentos ocupam diferentes espaços e estes espaços implicam em relações de poder _ escravos domésticos ou de senzala de particulares ou do Estado no período do escravismo colonial e imperial brasileiros experimentam formas e proporções diferentes de opressão; a sociedade romana possui grandes campos de escravos ao mesmo tempo que escravos domésticos dormindo em espaços dedicados a essa classe nos palácios dos patrícios, ao mesmo tempo que em várias pólis da Grécia Antiga, escravos são quase que exclusividade do espaço doméstico _ e sua presença na sociedade manifesta-se até após o fim da escravidão (como a origem das favelas do Rio de Janeiro tendo origem na escravidão, sua abolição e sua a alforria ou na persistência histórica de comunidades quilombolas originadas das fugas de escravos). Na realidade contemporânea que surge a partir do capitalismo

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