Análise Do Risco No Mercado De Ações
Por: Wilson Enes • 28/9/2023 • Artigo • 3.750 Palavras (15 Páginas) • 73 Visualizações
ANÁLISE DO RISCO NO MERCADO DE AÇÕES
Wilson Machado Enes1
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo conceituar o mercado de ações, apontando seus riscos e os instrumentos utilizados para avaliar os mesmos. O mercado acionário é imprevisível e apresenta rendimentos variáveis, que dependem de diversos fatores para apresentarem lucros ou prejuízos. Assim, este trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos disponíveis da internet, sendo uma pesquisa qualitativa com foco no tema abordado.
PALAVRAS-CHAVE: Mercado de ações; riscos; rendimentos variáveis.
1 Introdução
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é responsável por viabilizar negociações financeiras entre agentes superavitários e deficitários no mercado financeiro nacional. Dentro do SFN estão os órgãos normativos e operacionais, responsáveis por garantir que as operações entre tais agentes sejam efetuadas de forma segura.
O mercado financeiro é composto por quatro mercados: o mercado monetário, o mercado de crédito, o mercado de câmbio e o mercado de capitais, sendo este último responsável pelas operações de títulos e valores mobiliários.
As ações são títulos lançados pelas empresas e são negociadas no mercado de capitais, através das bolsas de valores e no mercado de balcão. Como as ações são títulos de renda variável, alguns fatores podem contribuir para que seu desempenho fracasse, como o risco. O risco no mercado de ações pode ser sistemático (determinado por eventos de natureza política, econômica e social) ou não-sistemático (é identificado nas características do próprio ativo, não se alastrando aos demais ativos da carteira).
Assim, medir o risco é primordial no mercado de ações. Ao longo do tempo diversas formas de medi-lo foram elaboradas, como o modelo CAPM, o desvio-padrão e o coeficiente de variação, dentre outros. Estas ferramentas são capazes de minimizar eventuais perdas ocasionadas pelas incertezas que o mercado acionário traz.
Portanto, este trabalho tem como objetivo conceituar o Sistema Financeiro Nacional, caracterizando sua função e os órgãos que fazem parte do mesmo. Também tem como objetivo fundamentar o mercado de ações, os tipos de ações, sua rentabilidade e risco, bem como os instrumentos utilizados para medir tais riscos e diminuir possíveis perdas ao investidor.
2 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
2.1 Mercado financeiro
De acordo com Pereira (2013), a política econômica exerce importante função no mercado financeiro, do qual faz parte o mercado de capitais. No mercado financeiro acontecem as relações entre os personagens que têm recursos monetários sobrando (superavitários) e os que não têm recursos para realizar investimentos, conhecidos como deficitários. Assim, o mercado financeiro pode ser definido como o conjunto de instituições, práticas e normas que viabilizam as relações financeiras entre tais personagens.
Segundo Kerr (2011), o mercado financeiro pode ser dividido em quatro, sendo:
- Mercado monetário: no mercado monetário estão concentradas todas as operações de oferta de moeda em curto prazo, sendo o mesmo controlado pelas taxas de juros. Está envolvido diretamente com as intermediações financeiras, controlando a taxa de juros e a inflação;
- Mercado de crédito: onde são realizadas a maioria das operações envolvendo instituições financeiras, destinado a suprir as necessidades de capitalização das empresas (capital de giro e ativo permanente) e o financiamento de consumo de indivíduos. Também pode ser denominado “mercado bancário”, constituído basicamente por bancos comerciais e instituições financeiras;
- Mercado de câmbio: é responsável por gerenciar as transações de troca de moeda de um país pela moeda do outro. A administração da taxa de câmbio como instrumento da política de relações comerciais e financeiras entre um país é um conjunto de países é realizada pelo Banco Central;
- Mercado de capitais: é um segmento específico do mercado financeiro, em que a transferência de recursos aos poupadores (agentes superavitários) e os investidores (agentes deficitários) ocorre mediante colocação de títulos e valores mobiliários emitidos pelas empresas, como ações e debêntures, negociados especialmente em bolsas de valores e mercado de balcão, sem a necessária intermediação do sistema bancário.
2.2 Sistema Financeiro Nacional
De acordo com Pereira (2013), para que o mercado financeiro possa desenvolver suas necessidades, o mesmo precisa de uma estrutura organizada e segura, em um sistema financeiro eficiente e organizado, no qual todas as transações sejam efetuadas com segurança.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) pode ser definido como o conjunto de órgãos de regulação, instrumentos, instituições financeiras e instituições auxiliares, públicos ou privados que atuam na intermediação de recursos entre os agentes econômicos (pessoas, empresas, governos) superavitários e deficitários (VESTCON, 2012).
Para Kerr (2011), o SFN poder ser classificado em dois subsistemas: o subsistema normativo, que edita normas a serem seguidas pelas instituições com o princípio de fiscalizar suas operações e o subsistema operador, composto das instituições que fazer a intermediação financeira entre os agentes superavitários e agentes superavitários do sistema (Figura 1).
Figura 1: Órgãos normativos e operadores do SFN
[pic 1]
Fonte: KERR, 2011, p.14.
2.2.1 Órgãos Normativos
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo mais importante do SFN, sendo o mesmo responsável por formular a política da moeda e do crédito, objetivando o progresso social e econômico do país, sendo o mesmo instituído pela Lei 4.595 de 31 de Dezembro de 1964 (KERR, 2011).
De acordo com Pereira (2013), as principais atribuições do CMN são:
- Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras, bem como a aplicação das penalidades previstas na lei;
- Estabelecer medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos;
- Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias;
- Coordenar a política monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa;
- Autorizar as emissões de papel moeda;
- Determinar as taxas de recolhimento compulsórios das instituições financeiras.
O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, sendo o principal executor das orientações do CMN e responsável por garantir o poder de compra da moeda da economia, mantendo reservas internacionais em níveis adequados; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro (VESTCON, 2012).
De acordo com Pereira (2013), as principais atribuições do BACEN são:
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