A DUPLA MORAL BRASILEIRA
Por: Amanda Nascimento • 26/7/2021 • Trabalho acadêmico • 1.137 Palavras (5 Páginas) • 417 Visualizações
7.9 – A DUPLA MORAL BRASILEIRA
É recorrente ouvimos aquela afirmação de que brasileiro tem dupla moral: aquela do discurso e da práxis. Nos brasileiros estamos acostumados/interessados em levar vantagem, sem que questões morais os inibissem. Ou seja, quando a moral do oportunismo convive “em harmonia “ com a moral da integridade. Estes seriam oportunidade imorais e consideram os o íntegros ingênuos. Também comportamento acontece em todas as áreas , e não seria diferente na área empresarial.
Autores otimistas entendem que “teimar em agir segundo a moral do oportunismo poderia sinalizar miopia por parte das empresas que se pretendam competitivas. No universo da medalha, a efetiva adesão do profissionalismo e a idoneidade, abandonando práticas empresariais duvidosas, constitui um vitorioso quebra cabeça por que supõe deliberar sobre questões controversas e, na sequência, implica exercitar padrões de conduta de caráter altruísta.”
A moral da integridade é um discurso oficial presente em todas as oportunidades e exibido como atributo do caráter de todos os atores. Já a do oportunismo é o discurso oficioso a permear a sociedade por inteiro.
Essas Morais são contraditórias, reproduzindo-se desde os pequenos atos até os mais relevantes. Celebram uma antológica hipocrisia. “Com um mal estar moral”, comum entre os brasileiros.
Em contrapartida, chamam de ingênuos, incautos ou poetas, atos estes que foram ensinados em seu núcleo familiar, escolas e igrejas. O fato é que é crescente o número de justificativas plausíveis para os atos imorais, independente do julgamento do próximo.
Robert Henry fala que no Brasil há um velho traço cultural que e trata-se do finalista, uma clara dissociação entre o discurso e a prática. Os códigos formalizados de conduta e os experientes espertos do dia a dia.
Vale salientar que toda essa lógica é repercutida facilmente na vida e empresarial, logo, é comum vermos casos de caixa dois, sonegação, contratação sem registro, a compra e venda sem escrituração e sem nota fiscal sob o argumento que os tributos e impostos são caros. E existem alguma brecha ciscalho há até teses que sustentam a ideia de que tais condutas são eficazes.
A falta de ética não surpreende ninguém. Duas pesquisas do IBOPE no fim de 1992 e início de 1993, registraram que 64% dos entrevistados consideravam que no Brasil, quando uma pessoa tem oportunidade de conseguir alguma vantagem, fazendo algo de errado e tem poucas chances de ser descoberta, ela age ilegalmente. E mais de 65% acreditam que o povo brasileiro é desonesto. 81% diziam que. Se os supermercados não vigiassem as lojas, sofreriam mais roubos, 93% afirmavam que a maioria dos brasileiros davam um “caixinha” para se livrar da multa, 82% achávamo-nos que não existem pessoas que, mesmo que façam coisas erradas, nunca serão punidas pela justiça, 80% achavam que as leis só existem para os pobres e que a justiça brasileira não tratavam ricos e pobres da mesma maneira, 59% estavam convencidos que os advogados não são pessoas honestas, 64% diziam os mesmos dos policiais, 63% afirmavam que a maioria dos guardas rodoviários deixa de multar quando recebem um bom “caixinha”, 64% diziam os mesmos dos fiscais, mas 78% respondiam que deveria cumprir a lei, independente da sua opinião sobre esta.
A pesquisa mostra que o Brasil quer ser identificado, como pessoa provida de moral e integridade. A moral da familia, da antiga escola, da igreja. Sendo assim, podemos concluir que, as empresas são formadas por seres humanos. Então, dificilmente esses “parâmetros nacionais” estaria por fora sejam elas nacionais e internacionais.
7.10 – A MORAL EMPRESARIAL DA PARCIALIDADE
Diante dos escândalos da vida política, as empresas se valem da moral do oportunismo com tal desenvoltura. A moral da parcialidade empresarial é um discurso seletivo que adota normas mistas de conduta porque não se furta a justificar convivências oportunistas nas relações com os outros( aqueles que são destituídos de cacife), embora exija lealdade nas relações pessoais (os aliados). A moral da parcialidade é um discurso permissivo de cunho exclusivista.
Não se pode generalizar. Há empresas que mantêm a custo diversos, a moral da integridade. Outram na esfera da parceria. O economicamente correto é conciliar a atividade empresarial com a ética. A ordem econômica, fundado na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim, assegurar a todos a existência digna, conforme a justiça social, observados os princípios da soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego e tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte. Tais objetivos são extraídos da moral da integridade.
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