Antropologia - BRASIL CAIPIRA
Por: laynne.anjos • 14/6/2017 • Dissertação • 816 Palavras (4 Páginas) • 523 Visualizações
Enquanto os núcleos açucareiros da costa nordestina cresciam e enriqueciam, a população paulista estava numa economia de pobreza. Não havia grandes engenhos de açúcar, que eram a riqueza do tempo, nem escravos, os núcleos mais importantes durante um tempo, foi os arraiais de casebres de taipa cobertos de palha.
Os homens viviam com suas famílias em sítios no interior, em condições pobres, servidos por índios que foram capturados para o cultivo de mandioca, feijão, milho, abobora e outros produtos, comiam carne de caça ou pesca. Além da plantação de tabaco, pimenta para condimentos e algumas plantas indígenas.
A linguagem da época era a língua geral, que era uma variante do idioma dos índios tupi de toda costa. Usavam algumas técnicas indígenas para a lavoura de coivara, bem como na pesca, caça e coleta de frutos silvestres que os sustentavam. A peça domestica também vinham da tradição indígena como as redes de dormir, gamelas, porongos, peneiras etc.
A diferença da vida dos paulistanos em relação aos indígenas estavam no uso de roupas simples, no uso do sal, toucinho de porco, na culinária mais fina, na posse de alguns instrumentos de metal e de armas de fogo, na candeia de óleo para iluminar, em alguma guloseima, como a rapadura, a pinga de cana de açúcar. Nessa época, cada família fiava e tecia suas roupas com algodão grosseiro, faziam suas redes e roupas para uso diário, sendo que para os homens eram amplas ceroulas e um camisolão e para as mulheres eram saias largas e compridas e blusas. Todos andavam descalços ou usavam simples chinelos ou alpercatas. Já os índios faziam pinturas nos corpos com pinturas de urucum e jenipapo e não usavam roupas.
Esse modo de vida rude e pobre era o resultado das regressões sociais devido as novas adaptação tomadas para adequar a nova realidade. O Português perdera a vida em comunidade em vilas, a disciplina patriarcal das sociedades tradicionais, o arado, a dieta baseada no trigo, no azeite e no vinho. O índio perdera a autonomia da aldeia igualitária, voltada para a subsistência própria, a vida que seus antepassados viveram, já não existia mais.
Durante um século é meio os paulistas se fizeram cativadores de índios, primeiro para serem os braços e as penas do trabalho de suas vilas e sítios, depois para serem vendidos para os senhores de engenhos de açúcar, iam além dos lugares já explorados atrás destes índios, onde quer que se refugiassem, é de supor que os paulistas tenham vendidos mais de 300 mil índios, principalmente para missioneiros, senhores de engenho do nordeste.
Os paulistas passaram a se especializar na captura de índios e negros, pois os índios apresentavam maior resistência e requeriam o trabalho dos paulistas para sua captura e os negros quando se rebelavam ou criavam solidamente quilombos, oferecendo resistência a forças locais, somente os paulistas que os capturavam.
Desse modo os chefes paulistas com seus índios de combate andavam, por toda parte, empreitado para desalojar índios e destruir quilombos. Muitos desses bandeirantes, para provarem a tarefa cumprida, traziam milhares de orelhas de negros decapitados.
A miscigenação era livre, dentre os homens poucos eram poucos os não mestiços. Nessas circunstâncias, o filho da índia escrava com o senhor crescia livre no meio a seus iguais, que eram os mamelucos, fruto do cruzamento entre portugueses e índios .
O trabalho era voltado para o sustento da casa e não para o comércio, era quase o mesmo da aldeia tribal. As mulheres tinham como atribuição as tarefas da casa, como limpeza, o cuidado com as crianças, plantio, colheita das roças e preparo dos alimentos, a lavagem das roupas e o transporte de cargas. Enquanto os homens, os trabalhos esporádicos que exigiam grandes esforços, como o roçado, a caça, a guerra. Mas que permitiam intervalos, nas longas quadras de espera inativa entre as entradas do sertão, esses ficavam em casa como guerreiros em vigílias. Esses hábitos deram aos antigos paulistas a reputação de gente birrenta e preguiçosa.
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