Resenha Brasil caipira
Por: Paula Muniz Britto • 3/11/2015 • Resenha • 890 Palavras (4 Páginas) • 2.798 Visualizações
Universidade de Brasília
ANTROPOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Resenha Acadêmica Crítica
“Processo Sociocultural”
Livro: O povo Brasileiro
Autor: Darcy Ribeiro
Alunos: André Oddone, Fabiene Vieira, Fernanda Fernandes, Fernanda Lisboa, Hoseneide Freitas, Michelle Machado, Paula Muniz.
Brasília
Novembro/2014
Darcy Ribeiro dividiu o seu livro, O Povo Brasileiro, em cinco capítulos. Este trabalho é uma resenha de “Brasil Caipira”, um tópico do último capítulo – Os Brasis na história. Nele encontramos as origens e transformações do cenário caipira, desde o início, com a exploração dos Bandeirantes até o êxodo rural.
O Brasil Caipira, se remete a região de “paulínia”, área concentrada em São Paulo, grande parte de Minas Gerais, Goiás, grande parte do Mato Grosso, Paraná e também Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ele proveio de uma mistura do português e do índio. O que diferencia o caipira do índio são as roupas simples, a pinga, os instrumentos de ferro e o uso de armas de fogo.
A tendência que as pessoas têm de chamar qualquer pessoa do interior de caipira, aquela pessoa que não tem hábitos civilizados. Forma esta, pejorativa que está distante do contexto social em que vivemos. O caipira é um dos tipos do homem rural brasileiro.
Os paulistas viviam cercados de mulheres indígenas e fizeram uma massa crescente de mamelucos. Essa população ainda falava a língua tupi. Em São
Paulo, a língua falada era a língua geral, uma adaptação do tupi-guarani usada pelos jesuítas.
Os Bandeirantes estavam à procura de minas de ouro, prata e pedras preciosas. Não sabiam o que encontraria mas tinham os índios como escravos, que também eram usados para o trabalho nas vilas e sítios e finalmente como mercadoria para venda nos engenhos de açúcar. Quando eles descobriram o ouro em grandes quantidades, houve uma corrida desenfreada de todas as partes do Brasil e também de Portugal. Menciona-se cerca de 300.000 pessoas. Queriam enriquecer.
As igrejas foram construídas com ouro. Surge a cidade de Ouro Preto. Mas quando o ouro acaba, essas pessoas que povoaram essas áreas, saem de perto e passam a ocupar todo o Estado de Minas Gerais. Assim acontece em Mato Grosso e em Goiás. Esse deslocamento forçado, cria uma cultura caipira, aquela que faz queijinho, cria vacas, planta milho, cria porcos, faz toucinho e vive modestamente com tranquilidade.
Os bandeirantes pensavam economicamente. E quando tornaram-se sedentários, sem iniciativas, ficaram acomodados e sem contato com o mercado, viraram caipiras. Alguns foram trabalhar como exportadores, outros viraram fazendeiros e outros arranjaram uma forma de ganhar dinheiro. Conclusão: começaram trabalhar para si mesmos.
As transformações não pararam por aí. Com o aparecimento das plantações de café, áreas enormes foram derrubadas. Trouxeram mais escravos da África para plantar café. Junto com eles, a cultura africana.
Os caipiras da região de São Paulo, praticavam atividades culturais trazidas da África. Houve uma mistura entre as três matrizes. O negro não estava preparado para o trabalho nas plantações de café. Foram substituídos por trabalhadores imigrantes dispostos ao trabalho assalariado.
O trabalho no Brasil daquela época era trabalho escravo, com chibata. O caipira podia fugir. Como eram grupos pequenos, assentavam-se sem muito contato em áreas mais afastadas. Mesmo sem contato próximo, os caipiras fazem parte da mesma comunidade.
Eles se ajudam mutuamente. Fazem mutirão e até organizam festas. Todos colaboram. A necessidade faz a união desse bairro. A linguagem usada por eles, é uma linguagem pura. O lazer também faz parte da cultura caipira e por causa de uma dieta própria do viver caipira, caçam e pescam. Tudo que precisam são produzidos por eles.
A partir de 1950, acontece o “boom” da industrialização. O caipira já tinha conhecimento das novas tecnologias, mas elas não foram tão importantes quanto à industrialização que transformou o seu modo de ser, de pensar e de agir.
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