TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

As Questões Sobre Ativismo Judicial

Por:   •  6/11/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  369 Palavras (2 Páginas)  •  116 Visualizações

Página 1 de 2

(i) O chamado ativismo judicial ofende a teoria da separação dos poderes?

Sim, uma vez que é entendido por ativismo judicial a ampliação do campo de atuação do poder judiciário, ou seja, desconcentra-se de sua função inicial que está atrelada a assuntos materialmente constitucionais, uma vez que a Constituição Federal de 1988 é analítica e não sintética. Ao interferir em outros campos de forma sistemática fere a teoria de separação dos poderes, ainda que as funções atípicas sejam previstas. Como o próprio nome sugere, os ativistas judiciais atuam de maneira ativa, extrapolando suas atribuições com o objetivo de atender uma demanda social ou mesmo de outros poderes que representem a vontade política do governo, como ocorreu recentemente com a reforma trabalhista que, apesar de os juristas divergirem sobre a constitucionalidade desta, foi aprovada, contrariando boa parte da sociedade civil. De outro lado, atendendo uma demanda da sociedade civil, a legalização do casamento homoafetivo, apesar de não previsto inicialmente em lei, foi incorporado através de súmula vinculante do Superior Tribunal Federal.

(ii) O Poder Judiciário pode decidir questões como a “legalização do aborto”, a “liberação do uso da maconha”, entre outros? Se sim, qual o fundamento?

Sim. O Poder Judiciário tem competência para resolver assuntos por meio do controle de constitucionalidade que lhe é outorgado. Por meio do artigo 103 da Constituição Federal ele pode resolver ações judiciais diretas previstas na Constituição Federal vindas de outros órgãos nos âmbitos legislativo e executivo, por exemplo. A legalização do aborto é tema controverso que envolve um direito fundamento previsto na Constituição Federal: a vida. Essa seria a motivação necessária para a intervenção do Poder Judiciário. O ponto de discussão é a validação do momento em que começa a vida consciente, a partir do feto. Assuntos de grande comoção nacional e ampla divergência como estas são embasadas em tese pelos dois lados e cabe ao Poder Judiciário ponderar e decidir sobre esta questão. Ainda que este não tenha capacidade institucional técnica para arbitrar por si só a questão do aborto e da legalização da maconha, poderia utilizar-se de teses baseadas em conhecimentos médicos para avaliar esta questão, por exemplo, primando pela autocontenção judicial em detrimento do ativismo judicial para conferir maior imparcialidade no julgamento.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (2.5 Kb)   pdf (56.9 Kb)   docx (7.4 Kb)  
Continuar por mais 1 página »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com