Bens, Posse e Propriedade
Por: vitorfrancco • 23/11/2021 • Dissertação • 863 Palavras (4 Páginas) • 164 Visualizações
CASO PARA ANÁLISE:
CAIO CÉSAR é proprietário do apartamento nº 47 do Condomínio
Residencial Triunvirato Romano, localizado na Avenida Appia, nº 785, em
São Paulo/SP. A utilização de referida unidade imobiliária se dá para fins de
moradia.
Amante dos animais e dotado de grande coração, CAIO tem declarada
compulsão pela adoção cachorros e gatos de rua, sendo certo que, em
janeiro de 2021, em meio à pandemia da COVID-19, já havia conduzido ao
seu apartamento de 50m² vinte e cinco animais nessas condições.
A despeito do altruísmo de CAIO, a situação passou a gerar incômodo aos
vizinhos. O grande número de animais em seu apartamento exalam fortes
odores desagradáveis, que eram sentidos por moradores situados a dois
andares abaixo e acima do seu. Não fosse apenas isso, os barulhos que
advinham do comportamento dos semoventes passou a importunar a paz e o
sono dos titulares das unidades imobiliárias próximas.
Em uma das oportunidades, CAIO passeava com treze de seus cachorros por
jardim correspondente à área comum do condomínio, quando três dos
animais urinaram na via de acesso ao prédio. Na tentativa de impedir os cães
de consumar os seus instintos fisiológicos, CAIO gritou com eles, deixandoos estressados. Nessa confusão, um dos cães avançou em um dos moradores
do empreendimento, causando-lhe lesões leves.
Cansado da situação, o síndico do Condomínio Residencial Triunvirato
Romano, o senhor POMPEU MAGNO, encaminha notificação extrajudicial
a CÉSAR, informando-o da Cláusula nº 5.9 da Convenção Condominial,
cujo teor abaixo se transcreve:
Cláusula nº 5.9 – É terminantemente proibido a qualquer
morador do Condomínio Triunvirato Romano manter nas
dependências das áreas comuns e privativas qualquer espécie
de animal de estimação.
Por tais razões, o POMPEU determina ao CAIO CÉSAR que, no prazo de
24h, retire todos os seus animais de sua unidade imobiliária, sob pena de
enfrentar as sanções decorrentes de seu comportamento.
CAIO, a despeito de ser altruísta, sente-se extremamente contrariado com a
notificação que lhe foi encaminhada pelo síndico. Seu amor pelos animais
impede-o de seguir a determinação que lhe fora encaminhada. Sua
compulsão pela adoção e pela proximidade com os animais, por sua vez, fá-
lo tomar medidas incisivas para demonstrar a sua discordância e
descontentamento.
No dia seguinte, CAIO decide transformar o seu apartamento em um pet
shop, anunciando em suas redes sociais que receberia em seu imóvel todos
aqueles que desejassem ter um atendimento personalizado aos seus cães e
gatos. Na medida em que CAIO gozava de muitos seguidores em suas redes,
várias pessoas, muitas delas sem máscara, passaram a se dirigir ao
apartamento nº 785 para fruir dos serviços ofertados.
Animado com a ideia, CAIO pinta na porção da fachada de seu apartamento,
logo acima de sua janela, um grande sinal distintivo, com os seguintes
dizeres: “PET SHOP DO CAIÃO: O MELHOR SERVIÇO PARA O
SEU CÃO. VENHA CONSULTAR-NOS. PREÇOS
ESPECIAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA”.
Ciente dos comportamentos adotados por CAIO, o síndico POMPEU
MAGNO impõe ao morador multa correspondente a sete vezes o valor de
suas contribuições mensais por força da modificação da fachada e de nove
vezes o valor de suas contribuições mensais por força do exercício de
atividade comercial em sua unidade.
Além disso, alegando comportamento antissocial reiterado, fora imposta a
CAIO o dever de arcar com multa correspondente a quinze vezes o valor de
suas contribuições mensais.
Todas
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