Fichamento a Respeito da Escola de Chicago
Por: camilaguimaraesa • 17/9/2019 • Dissertação • 797 Palavras (4 Páginas) • 270 Visualizações
Considerações a respeito da fundamentação da Escola de Chicago
Analisando a Escola de Chicago, ressaltando seu aspecto social, percebe-se na ecologia a fundamentação que norteia os estudos da Escola, que busca interpretar a arquitetura da cidade como preceptora do comportamento do criminoso. Seus estudos têm como obra matriz, para ilustração da distribuição ecológica do crime na cidade de Chicago, a obra Delinquency areas, por Clifford Shaw em 1929, que busca retratar usando de dados oficiais a delinquência que a cidade de Chicago vem enfrentando por décadas. Clifford Shaw objetivava estudar a fim de fazer uma arguição a respeito dos locais urbanos que originavam a criminalidade, verificando se de fato existiam áreas propensas ao desenvolvimento da delinquência, os chamados guetos, coletando dados, fazendo perquirições entre os períodos históricos que retratavam suas pesquisas e encorpando assim as suas teses.
Somadas às suas análises, com o crescimento sem controle de Chicago e o aparecimento das periferias, diversas carências surgiram e acarretaram sérios problemas sociais, econômicos e culturais, instaurando na cidade um ambiente propício à instalação da criminalidade, que se fortalecia com a ausência do efetivo controle Estatal. A Escola tem em Chicago a base dos seus estudos, mas perfeitamente entende-se que o ocorrido retratado se estende a diversas outras cidades mundo a fora, a se citar também as brasileiras.
A divisão que a Escola de Chicago fez entre os círculos concêntricos, chamada de teoria das zonas concêntricas, se exemplifica com o centro cívico, representado pelos órgãos de controle do Estado (Prefeitura, Polícia, Poder Judiciário, etc.), que têm índice zero nas estatísticas de crime; o segundo círculo representando os subúrbios, onde residem as pessoas que trabalham na máquina estatal e, embora seu índice de estatísticas de crimes seja diferente de zero, caracterizado por pequenos furtos e danos contabilizados principalmente de natureza patrimonial, não é absolutamente expressivo quando se trata do início da delinquência nas cidades; ao contrário do terceiro e último círculo, que compreende os guetos, bairros pobres também conhecidos como favelas ou periferias, onde o crime nasce e se alastra com rapidez por meio de homicídios, roubos, estupros, etc, por serem zonas a que o Estado destina poucos recursos e pouca preocupação social. O círculo remete à ideia apresentada originalmente pela Escola que faz do retrato da arquitetura social a explicação para o fenômeno do crime. No Brasil, como dito, percebe-se a replicação da tese, entendendo como exemplo dos círculos concêntricos o êxodo rural para os centros urbanos, onde inúmeras famílias migram-se do campo para as grandes cidades na busca por melhores condições de vida e acabam sendo excluídas socialmente, passando a residir nas periferias.
A complementar, cita-se como outra grande contribuição para a Criminologia, pela Escola de Chicago, os chamados inquéritos sociais, que contavam como pesquisas pormenorizadas, feitas nos grandes centros urbanos, para mapear o entendimento da criminalidade, para que o fenômeno fosse compreendido e combatido em sua essência. O inquérito era um tipo de investigação social, que permitia entender as necessidades básicas do cidadão diretamente, através das suas próprias respostas, sem terceirização.
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