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Filosofia do Direito e Ética

Por:   •  20/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  839 Palavras (4 Páginas)  •  337 Visualizações

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Nome: Ilda Gabriela Foletto dos Santos – Filosofia do Direito e Ética – 2º sem./2016.

  1. Desenvolva uma pesquisa com o objetivo de elaborar um entendimento sobre o que é a “Banalidade do Mal” para Hannah Arendt.

O conceito de “Banalidade do Mal” ainda hoje é polêmico e incompleto. Na obra, a filósofa Hannah Arendt, defende que, em resultado da massificação da sociedade, se criou uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens sem questionar.

Hannah Arendt é criticada pelos exemplos de judeus e instituições judaicas que se submeteram aos nazis ou cumpriram as suas diretivas sem questionar. Outro ponto polêmico é a maneira como a filósofa interpreta o comportamento de Eichmann, pois além de cobrir todo o processo do julgamento, ela ainda entrevistou pessoalmente o acusado. Segundo Hannah Arendt, Adolf Eichmann não era um monstro, alguém com um espírito demoníaco e antissemita. Ela o identificou como um burocrata, um sujeito medíocre, que de certa forma renunciou a pensar nas consequências que os seus atos poderiam ter. “Embora as atrocidades por ele conduzidas tivessem sido de uma crueldade inimaginável, ‘o executante era ordinário, comum, nem demoníaco, nem monstruoso’. Eichmann revelou-se, durante todo o processo, até́ os dias que antecederam sua morte por enforcamento, como uma pessoa incapaz de exercer a atividade de pensar e elaborar um juízo crítico e reflexivo” (SIQUEIRA, 2011).

Segundo Hannah Arendt, Adolf Eichmann era um indivíduo comum, pertencente ao cidadão médio, que não possuía um histórico de violência e muito menos aparentava características de um caráter distorcido ou doentio. O oficial da Gestapo agia segundo o que acreditava ser o seu dever, executando suas ordens sem nenhum tipo de questionamento (seja para o bem ou para o mal), com o intuito de desenvolver a sua carreira profissional da melhor forma possível.

“Será que a natureza da atividade de pensar, o hábito de examinar, refletir sobre qualquer acontecimento, poderia condicionar as pessoas a não fazer o mal? Estará entre os atributos da atividade do pensar, em sua natureza intrínseca, a possibilidade de evitar que se faça o mal? Ou será que podemos detectar uma das expressões do mal, qual seja, o mal banal, como fruto do não-exercício do pensar? ” (ARENDT, 2008).

Dessa forma, a autora defende que a massificação da sociedade e o totalitarismo permitiram o desenvolvimento de uma multidão que cumpria ordens sem questionar, uma massa incapaz de fazer julgamentos morais. Sob essa perspectiva, Eichmann não era tachado como um monstro, mas um funcionário zeloso que apenas cumpria com as ordens que recebia.

“O que tornava Eichmann uma aberração era o fato de ele nunca haver experimentado as exigências do pensamento diante dos acontecimentos. A questão que a filósofa se propõe a aprofundar, então, é a ausência do pensamento e sua possível relação com os atos maus” (Duarte, 2000, apud Andrade, 2010).

 (http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/sobre-a-banalidade-do-mal/)

  1. Explique o último discurso de Hannah Arendt no filme de mesmo nome da filófosa, dirigido por Margarethe von Trotta.

A mensagem do filme é autêntica e importante pois a monstruosidade não está na pessoa, está no sistema. Há sistemas que banalizam o mal. O que implica que as soluções realmente significativas, as que nos protegem do totalitarismo, do direito de um grupo no poder dispor da vida e do sofrimento dos outros, estão na construção de processos legais, de instituições e de uma cultura democrática que nos permita viver em paz. O perigo e o mal maior não estão na existência de doentes mentais que gozam com o sofrimento de outros, mas na violência sistemática que é exercida por pessoas banais.

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