O Componente de Flexibilização Curricular em Direito Desportivo
Por: Ana Caroline Araújo • 22/3/2019 • Trabalho acadêmico • 2.205 Palavras (9 Páginas) • 237 Visualizações
AVALIAÇÃO | |
[ ]AP1 [ X ]AP2 [ ]AP3 [ ]SUB AP1 [ ]SUB AP2 [ ]SUB AP3 [ ]EF | |
DISCIPLINA | TURMA |
Componente de Flexibilização Curricular em Direito Desportivo | |
PROFESSOR | DATA |
ALUNO | ASSINATURA DO ALUNO |
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1. O Aberto de Tênis dos Estados Unidos da América, considerado um dos mais tradicionais torneios da modalidade, completou um grande projeto de reforma de suas instalações, para celebrar o 50º aniversário do torneio, em 2018. Mas, agora que as equipes de construção se foram, e o torneio transcorreu suas atividades, em agosto, restou claro que ainda há muito trabalho a fazer, para além de sua estrutura física. O torneio, que em 1973 tornou-se o primeiro dos quatro Grand Slams a oferecer premiação igual para os homens e as mulheres, costuma ser ágil em reparar qualquer dano à sua orgulhosa função de igualdade entre os sexos. Primeiro, o torneio criou uma pausa de 10 minutos nas partidas de simples masculinas, disputadas em regime de melhor de cinco sets. A pausa nas partidas de simples masculinas acontece depois do terceiro set. As partidas de simples femininas há anos oferecem uma pausa de 10 minutos ao final do segundo set, por conta do calor extremo. Uma segunda mudança de regra foi deflagrada por um único incidente, que durou apenas alguns segundos. Depois de uma pausa, no calor sufocante da terça-feira, a tenista Alizé Cornet voltou à quadra para o terceiro set com sua camisa ao contrário. Quando ela tentou vesti-la do jeito certo, esbarrou em uma regra problemática. Cornet recebeu uma advertência por conduta antiesportiva, por tirar a camisa, no fundo da quadra, antes do recomeço o jogo. Ela estava usando um sutiã esportivo sob a blua, e a mudança demorou apenas alguns segundos. Ela havia sido advertida pelo juiz de cadeira de que poderia ser punida, quando começou a tirar a camisa. Muitos espectadores acharam que o árbitro de cadeira havia cometido um erro. Mas, após a partida, a Associação de Tênis dos Estados Unidos (USTA) afirmou que havia, “em vigor há muito tempo”, uma regra que proibia as tenistas de tirar a camisa em quadra, e que a punição havia sido aplicada corretamente. Não existe regra semelhante para os homens, que mudam de camisa em quadra diversas vezes a cada jogo. Inclusive, o tenista número 1 do mundo em 2018, Rafael Nadal, tira a camisa e fica com o torso nu por alguns minutos, sempre que vence uma partida. Não houve muitas queixas quanto a isso. A regra para as mulheres, que se aplica a torneios de Grand Slam, especificamente, e não a eventos do tour de tênis, era desconhecida para grande número de tenistas, muitas das quais treinam usando sutiãs esportivos em lugar de camisas, quando o calor é muito forte. Pela manhã do dia seguinte ao pronunciamento da USTA, uma série de protestos na mídia social fez com que a associação divulgasse uma nova declaração quanto a trocas de roupas em quadra. Segundo a USTA, “Todos os jogadores podem trocar de camisa, quando estiverem sentados em seu banco [...]. Isso não é considerado violação de regras. Lamentamos que Cornet tenha sido advertida por uma violação de regra ontem. Esclarecemos a regra para garantir que isso não volte a acontecer no futuro. Felizmente, ela recebeu apenas uma advertência, sem outra penalidade ou multa”. As tenistas também podem trocar de camisa em um local mais privativo, perto da quadra, se assim preferirem, conforme acrescentou ao pronunciamento a USTA. Por sua vez, a WTA Tour, organização o tênis feminino, expressou alívio pelo ajuste, afirmando que a regra anterior “era injusta”, e que não se enquadrava com o padrão adotado pelo esporte e às suas próprias regras. Segundo a WTA Tour, “Estamos satisfeitos por a USTA ter mudado sua regra [...] Alizé nada fez de errado”. A tenista recebeu o apoio de outras atletas que participaram do torneio, como Victoria Azarenka, a qual afirmou que “isso nunca deveria acontecer [...] se eu expressasse meus sentimentos verdadeiros, o áudio seria censurado, porque acho que o que aconteceu foi ridículo”. Depois de uma partida de duplas no torneio, Cornet tinha tantos pedidos de entrevistas que foi colocada na sala de imprensa de maior capacidade do torneio. A tenista disse apreciar que a USTA tivesse corrigido seu curso, mas se admitiu diante do “burburinho” que a situação causou. Segundo a tenista, “quando acordei hoje cedo, não imaginei que a advertência tinha se tornado tão famosa em menos de 24 horas, e estou bem surpresa com isso, na verdade [...] porque, em quadra, parecia ter sido só um erro do árbitro e nada mais”. Cornet somente percebeu que a camisa estava ao contrário quando eu namorado, que estava sentado à beira da quadra, a avisou, vez que “eu não teria como jogar o terceiro set todo daquele jeito”, disse, apontando para o queixo, que é onde o colarinho da camisa estava, segundo ela. Após o caso, a percepção de que as autoridades do tênis estavam regulando as roupas e os corpos das mulheres dominou os dias iniciais do Aberto dos Estados Unidos da América, porque, antes do início do torneio, Bernard Giudicelli, presidente da Federação Francesa de Tênis, disse que queria proibir trajes como o macacão colante, utilizado por Serena Williams, a mais bem sucedida tenista na história, no Aberto da França de 2018. Sobre o caso, Cornet, que também é francesa, acrescentou que Giudicelli “vive em outra época”, e que “aquilo que Bernard Giudicelli disse sobre o macacão da Serena foi 10 mil vezes pior do que o que me aconteceu em quadra [...] porque ele é o presidente da federação francesa, e porque ele não precisava fazer isso”. Cornet afirmou, ainda, que se comoveu com o apoio recebido de jogadoras e ex-jogadoras, como Tracy Austin, bicampeã do Aberto dos Estados Unidos da América, e disse que “todas as jogadoras estão me apoiando nisso, e disseram que se eu fosse multada procuraríamos juntas a WTA e faríamos uma revolução, ou algo assim”, mas “eu pedi calma, e disse que ia me informar primeiro, e depois veríamos se faremos ou não uma revolução”.
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