O Livro de Direito
Por: Paulo Wilkom • 23/4/2021 • Artigo • 811 Palavras (4 Páginas) • 216 Visualizações
1) À pergunta “O que é a filosofia?” muitas são as possíveis respostas. Entretanto, em um sentido geral é comum que se afirme que a filosofia possui duas acepções. Diante disso: a) diga quais são elas; b) explique no que consiste cada uma, abordando o que caracteriza cada uma e, sendo o caso, que pensador(es) se mostra(m) como expoente(s) de pelo menos uma dessas perspectivas, indicando os motivos de nominá-lo(s).
FILOSOFIA COMO TRADIÇÃO
Sobre a filosofia como tradição, descreve-se que tal abordagem diz respeito a uma maneira de fazer filosofia. Se trata de conduzir o pensamento de certo modo. Tem-se nessa dinâmica a apropriação do conhecimento, erudito e acadêmico. Busca-se o estudo da filosofia enquanto movimento de pensamento. Não é necessário experienciar aquilo que se discute, mas estudar a teoria filosófica. Tem-se em Aristóteles e Kant alguns dos seus expoentes, cujo pensamento convergem no estudo do método filosófico sem se preocupar com um campo de estudo específico.
Aristóteles se preocupa com a lógica "lato sensu" como forma de estudar os problemas, entendê-los na base, transcendendo o perene, em outras palavras Aristóteles prega que a lógica é a ferramenta sublime capaz de trazer ao mundo o entendimento necessário.No mesmo sentido Kant inaugura a dita Filosofia Moderna, a partir da qual a discussão filosófica não está mais no objeto e sim na maneira como o filósofo entende o objeto. Em outras palavras, o compêndio de sua obra evidencia a real necessidade em entender primeiro o que é a razão para depois ocupar-se do objeto.
Kant esperou cerca de 14 anos de sua vida para ler a continuação da obra de David Hume para que, com base nela, pudesse terminar "PROLEGÓMENOS A TODA A METAFÍSICA FUTURA", onde Hume é citado expressamente.
Em ambos os casos, a filosofia se desocupa de pensar em sistemas fechados, e o foco está em entender o método. Precisamente o método filosófico analisado permite enredar todo o pensamento humano, dividi-lo e analisa-lo futuramente.
No contexto da Filosofia como Práxis, diz-se que é o estudo da Prática pela filosofia, que se depara com o mundo, não separa do mundo e está presente no ambiente. Não há fuga do mundo, pelo contrário, procura ultrapassar limites, enfrentamento do pensamento e o senso comum, sendo capaz de ver além do óbvio. Existe o enfrentamento do pensamento filosófico tradicional e é a filosofia de transformação. Um autor que traz uma visão filosófica voltada à práxis é Karl Marx. Especificamente tratando deste autor, destaca-se sua preocupação em assimilar teoria e prática em um novo conhecimento elaborado. Neste ponto cabe ressaltar que a Dialética marxista faz a construção de um novo saber, usando como base conhecimentos anteriormente validados. Nesse pensar, a construção do conhecimento prático se vale das abordagens do dia-a-dia, enriquecida com a abordagem teórica construída para dar bases ao conhecimento do tema que se pretende analisar. Todavia, nenhum conhecimento se constrói sem a base metodológica adequada e, nesse sentido, é um - dos vários - papel da filosofia analisar o método e não o mérito.
3. Por que é comum que se divida a filosofia do direito em pré-contemporânea e contemporânea? Responda se utilizando da diferença entre filosofias do justo e filosofias do direito.
A filosofia pré-contemporânea abrange desde o período da filosofia antiga até a moderna. É conhecida também como a Filosofia do justo. Essa terminologia revela muito sobre sua natureza, visto que a discussão não era sobre a eficácia e a norma jurídica, mas sim sobre o "justo" semelhantemente ao que se discute sobre o que é o "Belo". Neste aspecto a razão cria raízes no cenário social, e tem como precursores Platão, Heráclito, Santo Agostinho e tantos outros, cada um se ocupando em estudar o direito como inerente a todos os aspectos da vida cotidiana. Não há de se falar, nesse aspecto, da limitação da direito enquanto norma.
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