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O MERCADOR DE VENEZA

Por:   •  9/3/2017  •  Resenha  •  602 Palavras (3 Páginas)  •  291 Visualizações

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O MERCADOR DE VENEZA

 Trata-se da história de Pórcia, uma herdeira rica e bonita, cujo pai deixa em testamento que só poderá casar com ela, quem entre três caixas (ouro, prata e chumbo) escolhesse aquela que tivesse o retrato da moça. Bassanio, veneziano que perdera toda a sua herança, decide conquistar a donzela e pede um capital necessário a seu amigo mercador, Antonio, para que ele possa arcar com as despesas da viagem até à moça. Como a fortuna do amigo mercador estava investida em uma frota de navios, este pede um empréstimo a um mercenário judeu chamado Shylock, concordando em dar como garantia do negócio uma libra de carne do próprio corpo. O que não se podia esperar era que os navios fossem afundar levando junto toda a fortuna de Antonio, deixando a vida deste nas mãos do agiota judeu. Bassanio casa-se com Porcia e imediatamente vê-se obrigado a ir ajudar o amigo que estava prestes a morrer. A inteligente esposa dá uma quantia mais que suficiente para quitar as dívidas, e ele leva o pagamento para o tribunal. Shylock decide que quer a libra de carne, ao invés da remição. Utilizando de estratégias muito astutas, Porcia cria uma falsidade ideológica de juiz e vai até o julgamento para ajudar o seu amado, e salva a vida de seu amigo. É importante observar que a peça foi elaborada nos fins do século XV, período em que os judeus estavam expulsos da Inglaterra, vivendo isolados em guetos e muitos ganhavam a vida sendo agiotas. O autor foi influenciado pelo preconceito que vigorava entre os cristãos e o estrangeiro, tanto que o judeu é interpretado como vilão da história, e acaba sendo humilhado. Segundo a Teoria dos Contratos, no referido contrato foi respeitado o princípio da autonomia privada, pois foi firmado de acordo com vontade de ambas as partes. Na época, não era inconstitucional oferecer parte do corpo como garantia, portanto, as leis foram respeitadas. Não sendo ninguém obrigado a contratar, as cláusulas deveriam ser obedecidas como foram instituídas (“sunt servanda”). Um questionamento a ser feito é sobre a interpretação do juiz. Não estava estipulado no contrato que ao tirar a libra de carne poderia sair sangue de Antonio. Mas como se retiraria um pedaço da pele sem fazer com que sangre? Defende o jurista francês Pothier que “o que interessa é a intenção das partes e não o sentido literal das palavras.”  Esta observação poderia ter mudado o curso do julgamento, mas como não foi levantada, não interferiu no desfecho da obra. Se um contrato desse tipo fosse celebrado nos dias de hoje, ele não seria válido, pois fere diretamente dois princípios fundamentais: o da dignidade humana (defendendo a integridade física e o bem estar) e a função social dos contratos. 
Ao meio de tanta coisa que acontece na historia, mais uma vez nota-se a sabedoria de Shakespeare. Essa é uma peça que remete a uma profunda reflexão de valores, destacando-se o da fidelidade entre amigos e do amor que Porcia sentia por Bassanio, levando-a a fazer coisas que só mesmo uma pessoa que ame seria capaz de fazer. Mostra também que as pessoas não devem agir de má-fé, como fez Shylock, pois o resultado pode ser invertido a qualquer momento, levando o mal a quem o deseja. E ensina, acima de tudo, o valor da lealdade e do perdão.
 Durante toda a obra , o autor diz que a Luta pelo direito não pode ter um preço, ela é uma questão de honra e de defender os seus direitos como individuo. 

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