Publicação

As ONGs iniciam seu processo de expansão fortalecendo a oposição à ditadura militar em um momento de parceria com os movimentos sociais. Após alteram sua função na sociedade intervindo diretamente na resposta à questão social, conforme determina o neoliberalismo.  Assim, as ONGs passam a ser integrantes de uma sociedade civil heterogênea, não representando apenas um só interesse, do contrário, estão inseridas na lógica da reestruturação do capital onde viabiliza a retratação do Estado diante das seqüelas sociais. Assim sendo, ao mesmo tempo em que se inserem na lógica do terceiro setor podem trazer contribuições importantes à garantia de direitos e, por isso, suas ações não devem ser rejeitadas.

No entanto, as ações das ONGs são de abrangência limitada, vistas condições estruturais de cada uma, recursos disponíveis escassos, projetos delimitados, além disso, a função social da maioria dessas ONGs não é atender a amplitude das necessidades sociais como garantia de um direito. O trabalho das ONGs não pode dar conta dos problemas sociais, cuja magnitude e complexidade são ampliados cotidianamente. Segundo Montaño (2003, p. 195), na atualidade às refrações da questão social “é passageiro e emergencial, não apenas por não resolver os problemas, mas por não dar respostas mais abrangentes.”

Dessa forma, achamos que o papel das ONGs não seria apenas de executar, mas de voltar a sua essência de lutas pelos direitos hora negados – insuficientes – pelo Estado.

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