RESENHA CRITICA SOBRE O LIVRO DE YVES DE LA TAILLE
Por: larifnieto • 29/10/2019 • Trabalho acadêmico • 618 Palavras (3 Páginas) • 440 Visualizações
Resenha crítica sobre a obra de Yves de La Taille
Larissa Freitas Nieto
RA: 767842-5
Turma: 3209CO2
Yves de La Taille, psicólogo e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo publicou em 2007 sua obra Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetivas, a qual trata de leituras, pesquisas e reflexões, fazendo com que o leitor não se limite às suas conclusões já pré-formadas, pede para que este se esforce, momentaneamente, para se despir das definições que ele habitualmente atribuiu à moral e à ética .
A obra tem como objetivo principal compreender os valores que sustentam as ações humanas. Para tanto ele recorre a diversos pensadores como Emile Durkheim, Sigmund Freud, Jean Piaget e Lawrence Kohlberg. Os dois primeiros estão ligados às questões afetivas dos comportamentos morais. Já os dois últimos enfatizam a questão racional e aproximam a moral da igualdade, da reciprocidade e da justiça.
O livro é dividido em três capítulos, o primeiro capítulo com título de Moral e Ética, apresenta a relação de afetividade e razão. O segundo capítulo é intitulado de Saber fazer moral: a dimensão intelectual onde defende que não ser possível existir ética sem moral e por fim o terceiro capítulo se chama Querer fazer moral: a dimensão afetiva onde se subdivide em duas partes: a primeira, que fala sobre o despertar do senso moral, trabalha com o papel da afetividade desde o surgimento da moralidade; a segunda parte retrata a construção do auto-respeito.
O autor aborda o tema do equacionamento moral afirmando que o indivíduo deve ter conhecimento de regras, princípios e valores morais, analisá-los e hierarquizá-los para a tomada de decisão. Para o equacionamento moral não existe somente uma opção de moral correta, e esse equacionamento se traduz pela reflexão. Juntamente com ele devem estar presentes a sensibilidade moral e a percepção das dimensões morais que não se apresentam com clareza. A sensibilidade moral está ligada ao espírito de justiça. O desenvolvimento do juízo moral, exposto no livro está de acordo com as teorias de Jean Piaget e Lawrence Kohlberg. Os autores postulam que o desenvolvimento moral se dá por estágios, que estão presentes desde a infância, nos dos traços de moralidade. São eles: a anomia, a heteronomia e a autonomia
Os sentimentos abordados no livro e analisados em crianças são o medo e o amor. Tais sentimentos inspiram respeito. Assim, a criança respeita seus pais porque sente por eles, ao mesmo tempo, medo e amor em uma relação de autoridade. Para haver confiança em alguém é preciso considerar a moralidade que essa pessoa possui. Dessa forma, honra e auto-respeito estão relacionados com o merecer confiança, e esta, por sua vez, implica a dimensão moral. A simpatia será abordada pelo autor em termos de sensibilidade por idéias e sentimentos alheios e não no sentido de ser agradável. De acordo com o autor, a simpatia não pode ser imposta, mas deve estar ligada a atos de generosidade que permitam explicar as atitudes morais. A indignação se refere ao conteúdo preciso da moral, a justiça. É através da indignação que o indivíduo se coloca como sujeito de direitos. O autor coloca a culpa como sentimento genuinamente moral. A capacidade de sentir culpa está relacionada ao ato de assumir responsabilidades e perceber-se como sujeito moral. A vergonha é o último sentimento analisado. O autor considera que ela está, ao mesmo tempo, nos planos ético e moral e é responsável pelo auto respeito. Esse sentimento aparece desde os dois anos de idade. Segundo La Taille, aquele que a sente possui imagem negativa de si próprio, ou seja, sente vergonha do que é. A vergonha é um sentimento inerente a todo ser humano; o que muda e diferencia a vergonha de pessoa para pessoa é a experiência de senti-la.
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